Sentada ao lado da carioca, na grande mesa de vidro, Rafaella passou a manhã toda ajudando sua mais no nova chefe a separar os seus casos e a organizar sua agenda de trabalho.
Não teve pausas na parte da manhã. Bianca realmente estava precisando de ajuda. Apesar de todo trabalho, elas sempre conversavam amenidades.
- Você namora, Rafaella? - a carioca fechou seu notebook em cima de sua mesa.
Rafaella que fazia algumas anotações, direcionou o seu olhar para a mulher de sotaque forte.
- Desculpa se estou sendo invasiva.
- Não imagina. E eu não tenho namorado. - respondeu sem exitar. E também não entrou em detalhes sobre a sua sexualidade. Não por vergonha e sim por profissionalismo.
Bianca não entendeu o porque, mas aquela resposta à deixou feliz.
- O garotinho da foto é o seu filho? - com a caneta azul entre os dedos, apontou para a foto em cima da mesa.
Pela posição que se encontrava não dava para ver perfeitamente a foto, mas a semelhança com a carioca era notória.
- É sim, Cris. - sorriu com orgulho. E como uma mãe coruja pegou a fotografia nas mãos, para a loira ver melhor.
- Ele é lindo, e se parece muito com você.
Ao olhar a foto mais de perto, viu naqueles olhos castanhos, a mesma coisa que viu quando olhou para Bianca. Parecia que aquele olhar, não era tão novo para ela, mas não sabia o porquê.
- Obrigada. Ele é uma figura, ele sempre esta por aqui, então você vai acabar o conhecendo. E você tem filhos?
- Sim. - sorriu ao se lembrar de sua garotinha - Maria Luiza, carinhosamente chamada de Malu, ela é razão do meu viver. Tem cinco aninhos.
- A mesma idade do Cris. Belo nome, e com um lindo significado...
- Mulher forte, determinada e vitoriosa. Aquela que é batalhadora e justa. - falaram juntas - Agora vamos voltar ao trabalho, para podermos ir almoçar. - continuou a carioca. .
E assim fizeram.
...
Sentada em frente a televisão, Malu parecia um pouco amuada. Gizelly fazia de tudo para animar a garotinha, mas de nada adiantava. Era nítido a saudade que sentia de sua mãe.
- Malu, que tal brincarmos de boneca? - Gizelly apareceu na sala com a boneca nos braços. A morena segurava a boneca como bebê balançando em seus braços.
Malu tirou seus olhos da TV, olhou para a tia sem expressar nenhuma reação.
- Malu, quer a mamãe. - disse chorosa
Gizelly abaixou os ombros, e se sentou ao lado da menina no tapete.
- Meu amor, a mamãe vai demorar um pouquinho. Enquanto isso, nós podemos brincar de boneca. - apertou suas bochechas, fazendo Malu sorrir sapeca.
- Malu, vai ser a mamãe da tia Gi. - disse fazendo sinais
- Tia Gi vai ser uma filha obediente. - respondeu a mulher. Gizelly sabia o básico da língua de sinais. Os amigos da loira sempre se esforçavam para fazer Rafaella se sentir bem.
A garotinho colocou a chupeta da boneca na boca da tia, fazendo a mulher rir.
....
Durante a pausa para o almoçou, Rafaella aproveitou para ligar para a filha, mas infelizmente Malu estava dormindo, e a loira não pôde ouvir a voz da sua pequena.
A mesma estava almoçando em um restaurante em frente a empresa, na companhia de Marcela e Thelma, uma outra garota que trabalhava no prédio como uma das advogadas, mas adorava almoçar com a secretaria do patrão.
- Então você é a mais nova contratada da empresa Andrade Advocacia? - perguntou Thelma sorrindo para a loira sentada ao lado de Marcela.
- Sim, estou tão feliz. - sorri - Esse serviço veio em boa hora, Malu precisa voltar a fazer fisioterapia e agora eu posso pagar por isso.
- Você tem uma filha? - a mulher perguntou surpresa e Rafaella assentiu, enquanto mastigava sua salada verde.
- De cinco anos.
- Meus Deus, você parece tão nova. Filhos são bençãos em nossas vidas. - disse Thelma voltando a comer.
Rafaella agradeceu mentalmente por ela não ter feito tantas perguntas sobre a sua filha. Não gostava de falar sobre a sua vida pessoal com estranhos. Assis, parecia ser uma ótima pessoa, mas preferia separar sua vida pessoal.
Malu foi um presente em sua vida, e nunca se arrependeria por tal atitude.
Uma hora em ponto estavam voltando para o prédio. Entre risadas entraram na caixa metálica, e parando no segundo andar, Bianca entrou encontrando as três garotas no elevador.
- Olá meninas. - disse a carioca sendo respondida.
Thelma foi a primeira a descer, e logo depois Bianca e Rafaella. As duas caminharam lado a lado sentindo suas mãos tocarem uma na outra sem querer, ato que fez as duas sentirem uma certa eletricidade passar por seus corpos.
Coçando a garganta por se sentir estranha, Bianca deu a volta em sua mesa, se sentando em sua cadeira. Essas sensações eram novas para a carioca, nunca tinha sentindo isso perto de uma mulher antes... E isso era apenas o primeiro dia trabalhando ao lado da loira.
- Amanhã eu ficarei a manhã toda fora. Tenho uma audiência, e na parte da tarde ficarei com o Cris.
Bianca explicou sem tirar os olhos de seu notebook, que estava aberto no caso de amanhã.
- Então, aproveitarei para resolver suas coisas, e na segunda começaremos com tudo.
- Certo!
....
Cris brincava em seu quarto com os inúmeros brinquedos espalhados no ambiente. O garotinho havia chegado da escola às quatro da tarde, e esperava ansiosamente pela chegada de sua mãe.
Era Dona Esmeralda, a governanta da casa, que sempre ficava de olho no menino, ele é acostumado com a mulher desde o nascimento.
Dona Mônica tomava o seu chá da tarde ao lado de sua amiga, e esposa do sócio de Marcos. Rita Tavares, era uma mulher elegante que adorava passar horas e horas gastando a fortuna do marido.
- Eu já falei que adorei o seu sofá novo? - perguntou Rita pela terceira vez naquela tarde.
- Sim, mas pode dizer de novo. Eu adoro elogios. - As duas riram da fala da matriarca Andrade.
- Como conseguiu convencer Marcos a trocar de sofá? Ele é tão economista.
- O pestinha do Cris até que fez algo que preste. O garoto acabou passando canetinha no estofado, ai eu ganhei essa maravilha.
E mais uma vez riram.
- Se um dá trabalho, imagina dois? Tem males que vem para o bem. - disse Rita, se referindo aos acontecimentos do passado.
Com toda a naturalidade,se benzeram. E voltaram ao seu assunto favorito, ESTÉTICA.
🗼
O que será que aconteceu no passado?
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DESTINO
Fanfic"Alguns acreditam que o destino representa uma "força misteriosa que determina os acontecimentos na vida das pessoas, tanto nas suas vidas presentes como passadas". No mundo árabe, ouve-se falar em "maktub" que significa "já estava escrito" ou "tinh...