CAPÍTULO 15

1.1K 105 7
                                    


— Me responda, mãe. Quem é o verdadeiro pai de Iris?
                   
Bianca praticamente gritou com a mais velha. Mônica estava pálida, e desviou os olhos da filha. A atitude da mãe, só confirmou que a mesma lhe escondia alguma coisa, e não sairia dali até conseguir a sua resposta.

— Vamos mãe.
                     
— Olha só as coisas que você está falando, Bianca. Eu exijo respeito, e não permitirei que uma garota mimada venha me acusar desse jeito.                    

Bianca respirou fundo, por mais que estivesse com raiva, a outra ainda era a sua mãe. E tinha recebido uma ótima educação.                  
— Porque a senhora não fala a verdade? Você traiu o meu pai, e a minha irmã é fruto dessa traição não é?
                   
— E se for? — pela primeira vez naquela noite a mulher olhou para a filha. Mônica estava com a sua postura fria e arrogante, não ficando por baixo — Você vai contar para o seu pai? Pior, vai contar para a sua irmã, a pirralha que você tanto idolatra, e deixa-la revoltada? Porque você sabe que isso pode abalar o psicológico de um adolescente, não sabe?
                 
Bianca sentiu os olhos arderem, não sabia se era de raiva pela mulher, ou de tristeza pelo pai e pela irmã.
                   
— Se o seu papai não tivesse me deixado de lado. Não passasse apenas o tempo no trabalho, e dando atenção a você, isso não teria acontecido.                 

— Sério isso? Isso não justica sua traição, mamãe. Isso não envolve só a senhora e sim Iris e o papai.
                   
Mônica agia naturalmente, a mulher pegou um dos seus vestidos de grifes, e deixou em cima de um puff no centro do closet.                      
— Como você acha que eu me sentia quando procurava o seu pai na cama, e ele apenas se preocupava se a menininha dele estava dormindo bem? — Mônica soltava faísca pelos olhos, seu tom de voz era ríspido e duro. Se aproximando da filha a mulher riu sarcasticamente — Se eu fiz o que fiz, foi por sua causa. E sim, Iris não é filha de seu pai, e sim de um homem que eu conheci uma noite qualquer. Não era isso que você queria escutar?
                 
Bianca secou rapidamente as lágrimas que insistiam em cair.
                     
— Agora corra e conte a eles, e destrua nossa família. E dê mais uma vez um desgosto ao seu pai, porque é apenas isso que você anda dando ultimamente. Desgosto.
                   
— Você não pode colocar a culpa em mim. E eu só não vou contar para o meu pai, por ele e por Iris. E se a senhora ousar mandar minha irmã para longe, eu acabo com você.
                   
— Devo agradecer por isso?                    

Bianca passou como um furacão perto da mãe. Suas mãos tremiam de tanto nervoso. Talvez preferia não ter descoberto nada disso. Seu peito ardia, e a vontade de gritar, era gigantesca.
                   
A carioca entrou no quarto deixando as lágrimas molharem seu rosto. Deitada de modo fetal, puxou a coberta para o corpo. Se colocava no lugar da irmã, e imaginando o que aconteceria se eles souberem de toda a verdade.                    

Deitada quase uma hora naquela posição, não tinha mais vontade de sair de casa. Se sentia cansada emocionalmente e fisicamente. Enviou uma mensagem para as amigas pedindo desculpas, dizendo que não estava nada bem. Fez o mesmo com a loira, e Rafaella logo ligou querendo ouvir a voz da carioca.
                     
Estou preocupada com você. Quer conversar?
                 
— Sim, mas não por telefone. Eu queria te ver. Eu só preciso de um abraço.
                     
Me passe o endereço, eu vou até você. — Bianca sorriu ao ouvir aquilo. A carioca sabia do medo que Rafaella tinha de sua mãe.
                     
— Te mando por mensagem. — Bianca fungou
                   
Ta bom. Vá rezando pra tua mãe não me matar. — a loira riu de nervoso. As duas encerram a ligação.
                     
Naquela noite Mônica e Marcos jantariam fora com alguns amigos, e sem hora para voltar. Iris estava no quarto, e Cris já dormia. Rafaella entrou sendo vista apenas por Ana, e Bianca logo tratou de levar a namorada para o quarto, depois de Rafaella recusar comer alguma coisa.
                   
Sentada com as costas na cabeceira da cama, Rafaella passava os dedos pelos fios de Bianca. A carioca tinha a cabeça nas pernas da loira, não tinha dito nada, e Kalimann respeitava isso.
                   
— Obrigada por ter vindo. — Bianca olhou para cima buscando os verdes da outra.                   
— Não precisa agradecer, meu amor.                     
Os lábios de Bianca se contraíram em um grande sorriso, meu amor, era tão bom ser chamada assim. Se sentir amada, se sentir protegida e cuidada.
                   
— Eu sou seu amor?

Kalimann passou a língua nos lábios fingindo pensar, o que arrancou uma risada gostosa da carioca. Rafaella amava ouvir aquele som, tristeza não combinava com o rosto bonito de sua amada.
                   
Bianca se sentou na cama esperando por sua resposta. A loira segurou no rosto da outra selando os seus lábios em um selinho.                 
— Sim. Você é o meu amor.
                   
— Você me faz tão bem. Pode parecer precipitado dizer isso, mas...eu amo você, Rafa. Eu sinto tantas coisas boas quando estou do seu lado, eu amo cada pedacinho seu. Droga! Isso soou tão clichê
                   
Bianca riu de nervoso sentada sobre os calcanhares. Isso estava preso em sua garanta a tanto tempo, mas o medo de assustar a loira a impedia. E aquele pareceu um bom momento. Andrade desviou o olhar da outra. Rafaella segurou o rosto de Bianca, fazendo os castanhos se encontrar com os verdes.
                   
—EU TAMBÉM AMO VOCÊ! Desde o dia em que te vi. Eu pensei que nunca mais fosse amar uma mulher, mas ai aparece você. A carioca mais gostosa do Rio de Janeiro... E não se preocupe, eu adoro coisas clichês.
                   
O sorriso de ambas era capaz de rasgar seus rostos. Sem pensar duas vezes, Rafaella tomou os lábios da morena. Bianca gemeu ao sentir sua língua sendo chupada. Com cuidado e sem desgrudar os seus lábios, a loira empurrou Bianca na cama. Jogando uma perna de cada lado daquele corpo tão desejado por si, passou a rebolar em seu quadril, soltando gemidos baixos enquanto judiava do pescoço da morena.

— Rafaella? — A loira olhou para a morena embaixo de seu corpo — Faça amor comigo. Me faça sua essa noite.

🗼

Bom dia, bom dia, bom dia!  🥰

DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora