CAPÍTULO 32

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Rafaella

- Malu, sente querida, é perigoso ficar assim. - repreendo minha filha pela segunda vez.

- Para mamãe esta irritando Malu - a voz irritada de Luna soa atrás de mim no banco carona do carro da carioca. Eu até riria por seu grande bico, mas a rebeldia da minha filha está demais essa manhã.

Presa no cinto de segurança me viro para trás e olho séria para a pequena que continua agitada.

- Malu, por favor eu não vou dizer de novo. E não adianta fazer essa cara, quando chegarmos em casa teremos uma conversa muito séria, mocinha.

Minha menina encolhe os ombros e se encosta no banco ficando totalmente ereta, sua carinha de choro me da dó, mas as vezes é necessário ser firme com ela, não quero que ela ache que pode fazer o que quiser, principalmente quando suas atitudes podem causar um grave acidente. Só de pensar nisso o meu corpo já dói.

Cris que esta sentado em seu banco de elevação apenas observa em silêncio cansado demais para dizer alguma coisa.

- Amor, não seja tão dura com a menina. -sussurra a carioca depois de olhar as crianças pelo retrovisor.

- Ela precisa ter modos. -digo voltando a minha atenção para as ruas movimentadas .

Estamos a caminho da cafeteria que Bianca me levou quando comecei a trabalhar para ela. Infelizmente Iris não pode ir conosco, Dona Mônica ligou bem cedinho pedindo para que a menina fosse embora, e exigiu que ela estivesse em casa antes do café da manhã.

Quinze minutos depois estamos estacionando em uma vaga em frente a cafeteria. Antes de descermos as crianças ajeitamos os seus agasalhos e colocamos o gorro para aquecer as suas cabecinhas. Principalmente Malu que adoece facilmente.

- Espera a mamãe, filha. - peço quando tiro a menina do carro a colocando em cima da calçada

- Eu vou segurar na mão da tia Bia. - diz a pequena segurando na mão da carioca.

Cris que segurava na mão da mãe para subir na calçada se solta da mesma e segura em minha mão. O menino olha para mim e sorri.

Sentamos na mesa de sempre, a mesa que fica de frente ao relógio. Depois das crianças se decidirem o que querem fazemos os nossos pedidos e aguardamos. O local esta bem movimento, com garçons andando pra lá e pra cá atendendo a todos.

As duas crianças logo se concentraram na revista de pintar que trouxemos juntamente com alguns giz de cera coloridos.

- Eu nunca perguntei isso antes, mas quando é o aniversário da Malu? -pergunta a carioca

- Agora em agosto, dia 27.

- Do Cris também é. - a carioca sorrir. Isso é uma grande coincidência e ao mesmo tempo um tanto engraçado. Malu e Cris tem a mesma idade, fazem aniversário no mesmo dia, e eles tem uma sintonia incrível. Eles até poderiam ser gêmeos, cômico isso né?

- Nossa que coincidência. -digo realmente surpresa - Vai ter festa?

- Oh não, Cris não gosta de festa. - sua voz sai triste e vejo seu semblante cair - Claro que eu gostaria de comemorar essa data com uma grande festa, mesmo não tendo a minha menina aqui, mas Cris se fecha nesse dia, ele só fica na cama, acredito que mesmo sem entender muita coisa ele sabe que essa data era para ser o dia deles dois.

Entrelaço os nossos dedos e beijo o dorso de sua mão. Eu sei que deve doer perder um filho,nunca passei por isso, mas imagino, principalmente quando você nem tem a chance de se despedir.

— Eu nunca passei por isso, perder um filho, mas como mãe eu imagino o quanto deve ser difícil, Bi. Realmente sinto muito que você tenha passado por isso, e acredite que Mag está lá no céu te olhando com orgulho por ter tido uma mãe incrível.

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