CAPÍTULO 10

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Dentro da BMW estacionada do outro lado da rua, Bianca sentia as mãos suarem frias. Rafaella não tinha respondido sua mensagem, então se perguntava se a loira desceria.

— Se ela não vier é compreensível. Eu fui tão babaca com ela nos últimos dias. — a carioca olhava atentamente a mensagem que enviou para a loira.

A morena bloqueou o celular e olhou para a entrada do prédio. Foi impossível não sorrir com a imagem de Rafaella de calça de pijama e uma blusa de moletom maior que ela, os cabelos na altura dos ombros, estavam levemente bagunçados.

Bianca destravou o carro e desceu do veículo decidida. A loira atravessou a rua. 

— E então!? Você... — e antes que Rafaella pudesse terminar sua frase, foi surpreendida com os lábios da carioca grudados aos seus.

Bianca segurava o rosto da mais nova entre as mãos, seus polegares faziam um carinho em suas bochechas rosadas, onde abrigava o erro genético mais perfeito — as covinhas — Um simples roçar de lábios fizeram o coração de ambas baterem rapidamente.

Rafaella subiu suas mãos trêmulas e quentes até a nunca de Bianca. Tomando o controle daquele beijo, a loira sugou os lábios avermelhados da carioca, e com cuidado contornou os seus lábios, sentindo a língua da outra entrar em contato com a sua. O beijo calmo, completo de paixão e desejos acumulados foi ganhando intensidade, até o ar se fazer falta.

— É melhor do que eu imaginei. — disse Bianca sorrindo com os lábios inchados.

Antes de se afastar de vez, a loira deixou uma sequência de selinhos em seus lábios, fazendo o sorriso de Bianca se alargar. 

— Por isso que queria me ver? — Rafaella sorriu cruzando os braços para amenizar o frio.

— Sim, por isso entre outras razões. Eu fiquei mal por ter desmarcado com você.

— Esta tudo bem, Calliope.

— Não, não esta nada bem. Eu fiz errado, deveria ter marcado com o Diogo para outro dia. Você me desculpa?

Rafaella olhou para o bico fofo da outra em sua frente. Sua intuição não estava errada quando disse que dessa conversa viria muitas coisas boas.

Seu coração estava batendo tão rápido que era capaz de cair ali mesmo, naquele chão que muitos pisaram e pequenos animaizinhos fizeram suas necessidades. Quão louco era isso? Tinha acabado de ser beijada pela mulher que vem sonhando a dias, e por quem esta loucamente apaixonada.

Segurando nas duas mãos da morena, Rafaella entrelaçou os seus dedos fazendo um encaixe perfeito. Os castanhos brilhantes de Bianca acompanhavam cada gesto. Se perguntava se merecia aquele anjo em formato de pessoa. E Rafaella não pensava diferente.

— Claro que sim. Eu sou incapaz de não te perdoar. — e mais uma vez naquela noite selaram os seus lábios. Por elas passariam a noite toda se beijando.

Sentindo a temperatura cair mais naquela noite, as duas entraram no carro e ali ficaram conversando amenidades, sentadas no banco da frente do veículo.

Mesmo com o pequeno espaço, as duas davam um jeitinho para trocarem carícias. Seus dedos se tocavam, singelos beijos no canto dos lábios eram dados.

Depois de Bianca reclamar de fome, Rafaella enviou uma mensagem para amiga avisando que iria dar uma saída rápida com a carioca. Bianca estacionou em frente a um fast-food e pediu hambúrgueres, batata frita e milk-shake.

....

— Isso aqui esta uma delícia. — Rafaella murmurou com a boca cheia. Depois de comprarem as coisas, as duas estavam dentro do carro em frente ao prédio da loira de novo. As coisas entre elas estavam fluindo tão naturalmente que pareciam um casal de namoradas namorando no carro.

— Pra quem não estava com fome. — provocou Bianca.

—E não estava. Você coloca um hambúrguer desse na minha cara e acha que não vou comer !?

Bianca sorriu pegando o milk-shake da mão da loira. A carioca admirava a outra, cada gesto que Rafaella fazia a encantava. Até mesmo quando sugava o canudinho.

Rafaella comentado parecia uma criança de cinco anos, feliz por ser alimentada.

— Você tem cara de quem gosta de assistir desenhos. — comentou a morena depois de ficarem em silêncio.

— Acertou! Desenho me acalma. Principalmente na TPM, e quando tem algo para comer então. É combinação perfeita. E você, o que te acalma?

A loira se virou no banco sentada em cima de uma das pernas e fitou os belos olhos castanhos em sua frente. Mordiscando os lábios a carioca, começou a pensar nas coisas que lhe acalmavam.

— O que me acalma!? Hm, eu acho que música, e mesmo que eu seja desengonçada dançando, a dança consegue sugar toda a negatividade.

— Eu quero te ver dançar. — disse animada — Melhor ainda — a loira estalou os dedos no ar tendo uma grande idéia —Você poderia cantar e dançar para mim. Uma espécie de "showzinho particular".

Bianca riu da ideia da outra. Na sua cabeça aquilo soou tão inapropriado, ela imaginou uma cena quente.

— Isso soou pervertido. — brincou Bianca, arrancando uma gargalhada da loira.

— Você que tem uma mente poluída, eu disse na maior inocência — Kalimann semicerrou os olhos, apontando o dedo para a carioca.

Bianca segurou no pulso de Rafaella e com a outra mão segurou a sua nuca, trazendo o seu rosto para perto do seu. Roçaram os seus narizes em um beijo de esquimó.

— Eu amo o seu cheiro. — Rafaella desceu o nariz para o pescoço exposto da morena. — ele é tão bom.

Bianca se arrepiou ao sentir Rafaella mordiscar seu pescoço e maxilar. Soltando um gemido baixo, Bianca apertou a coxa da loira.

— Raf-rafaella...

A loira chupou o lóbulo da orelha de Bianca. A morena segurou o rosto de Rafaella, olhando fixamente aquela imensidão verde e sugou os seus lábios. Com cuidado Rafaella subiu no colo da carioca, com uma perna de cada lado de seu corpo, sem desgrudar suas bocas.

Andrade não sabia muito o que fazer, apenas seguia o ritmo da loira em cima de si. Suas mãos apertavam a cintura de Rafaella, sentindo o corpo queimar de desejo.

— O meu celular — a loira disse, e a contra gosto desgrudou os lábios dos de Bianca.

Rafaella esticou o braço para alcançar o aparelho no banco. Quando pegou viu o nome de Marcela na tela. Atendendo a ligação a loira encostou as costas no volante.

— Oi Ma...não, eu estou na frente do prédio... Eu já estou subindo.

Bianca prestava atenção na loira em seu colo. Com as mãos em suas coxas, a carioca fazia o movimento de subir e descer.

— O que houve? — perguntou a carioca preocupada após a loira encerrar a ligação.

— Malu acordou e está chamando por mim. — a loira mordiscou o lábio inferior da morena — Eu preciso subir. 

— Eu também preciso ir. Foi bom te ver. 

Antes de descer do colo da morena, as duas se beijaram mais uma vez.

— Boa noite! — a loira desceu do carro.

— Boa noite!

Bianca ficou olhando a secretaria entrar no prédio, e antes de sair com o carro buzinou e por fim foi pra casa.

Naquela noite, a loira e a morena dormiram sorrindo. Em suas memórias repassavam cada momento daquela noite. Cada beijo trocado, cada frase dita, e cada carícia trocada.

🗼

Veio aí?  🤭🥰

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