Bianca
Passar esses dias perto, mas ao mesmo tempo longe de Rafaella estava sendo complicado. Vê-la ali e não poder tocá-la, beijar seus lábios, ouvir ela contar como foi o seu dia. É doloroso. Tem dias que acordo e pego meu celular esperando apenas um "Bom dia, meu amor", mas nada chega, tenho esperanças que ela me procure mesmo eu sendo a causadora desse nosso distanciamento.
Essa noite eu sonhei com ela, que estavamos trocando mensagens antes de dormir, e ela dizia que me amava. Acordei chorando, pois passou apenas de um sonho. Chequei meu celular e nenhuma mensagem. Me sentia cansada e triste, mas essa foi a nossa decisão e eu tinha que saber lidar com ela, mesmo que doa aqui dentro de mim.
Respiro fundo secando minhas lágrimas. Deixo os documentos que estava tentando analisar de lado, e descanso a cabeça sobre as minhas pernas dobradas.
- Mamãe - a voz sonolenta de Cris me chama - Posso ficar aqui com você?
Sorrio dando tapinhas sobre o lençol para ele subir ali. Ele da uma corrida e se joga ao meu lado me fazendo sorrir. Deixo a minha tristeza de lado e envolvo o meu pequeno em um abraço
- Não está conseguindo dormir? - beijo seu cabelo e ele nega com um sorriso sapeca - Vamos assistir um desenho, ai você dorme tudo bem?!
Me livro de tudo que esta sobre os lençóis, e ligo a tv pendurada na parede do quarto. Me deito e Cris logo se agarra ao meu corpo, e automaticamente os meus dedos fazem um cafuné em seus cabelos.
Checo uma última vez meu celular e nada de um boa noite de Rafaella. Deixo o celular de lado e tento prestar atenção nos personagens de animação na televisão.
[...]
Rafaella e eu passamos a manhã toda trabalhando em um caso. As palavras trocadas entre nós sempre eram direcionadas a trabalho.
Ela parecia mais abatida essa manhã, e eu queria muito perguntar se tinha acontecido alguma coisa, mas estava com medo de invadir o seu espaço.
Sentada do outro lado da mesa ela lia um documento atentamente. Eu tentava me concentrar em meu trabalho, mas estava sendo uma missão um tanto impossível.
Me levanto do lugar, atitude que chama a atenção da minha secretaria. Ajeito minha saia lápis, caminho até o canto da sala e me sirvo com um copo de uísque.
- Quer beber um pouco? - pergunto enquanto seus verdes estão cravados em mim.
- Beber de manhã não faz bem. - ela suspira e empurra o documento para o lado.
Vejo ela se levantar e caminhar até a mim. Seus fios loiros estão presos em um rabo de cavalo e a maquiagem em seu rosto quase não é notada.
- Que eu saiba você não bebe pela manhã, Andrade.
- Andrade. -repito com um sorriso tímido nos lábios - Gosto quando você me chama assim.
Segurar em suas mãos se torna inevitável. Tê-la assim tão perto era tão bom.
- Não faça isso com a gente. - sua voz baixa me chama a atenção, mas eu não recuo o toque, pelo contrário me aproximo ainda mais. Sinto sua respiração sobre o meu rosto. Minha mão livre aperta sua cintura, fazendo os pelos de seu braço se arrepiarem.
- Me diga que você não quer isso. Que você não sente a minha falta, assim como eu sinto a sua. - meu nariz toca em sua bochecha, e logo eu deixo nossas testas grudadas. A vontade de beijá-la me atinge.
Um
Dois
Três. Três vezes toca o telefone, e Rafaella se afasta totalmente alheia. Xingo mentalmente a pessoa que esta ligando e bufo tomando todo o líquido de meu copo em um só gole.
- Escritório de Bianca Andrade. - a expressão suave que Rafaella tinha no rosto se transforma em preocupação.
Deixo o copo de lado e caminho até a loira, tentando entender quem era na ligação.
- Não, eu já estou indo. Obrigada. -encerra a ligação.
- Quem era?
- Escola da Malu. Ela estava em sala de aula, alguma coisa a chateou e agora ela está encolhida no canto do armário e não quer sair. Não entendi direito, eles querem que eu vá até lá. - ela respira fundo enquanto passa a mão no rosto.
Sem pensar duas vezes, pego o meu casaco pendurado na cadeira e minha bolsa com a chave do carro. Rafaella me olha sem entender.
- Bom, eu vou com você. - explico - A Malu precisa da gente.
🗼
O que será que rolou com a Malu?
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DESTINO
Fanfiction"Alguns acreditam que o destino representa uma "força misteriosa que determina os acontecimentos na vida das pessoas, tanto nas suas vidas presentes como passadas". No mundo árabe, ouve-se falar em "maktub" que significa "já estava escrito" ou "tinh...