Já era quinta-feira, três dias depois do "beijo" e nem Bianca, e nem Rafaella tocaram no assunto. Bianca por não saber como falar sobre aquilo, pois era novo para ela, e estava confusa. Rafaella, esperava Bianca falar sobre isso, e a carioca não tocou no assunto, e então deixou por aquilo.
Seus lábios ainda tinham o gosto uma da outra. Suas peles ainda formigavam pelos toques mais íntimos, mas tentavam manter o profissionalismo.
Sendo observada por um certa loirinha de olhos verdes, Bianca lia atentamente cada parágrafo escrito na folha em sua frente.
Quando a carioca olhou para cima, a loira desviou rapidamente o olhar, sendo pega no flagra pela advogada.
— Estou ansiosa para sábado. — disse a loira do nada
Bianca suspirou cansada, pensando em como contar para Rafaella que não poderia mais sair com ela e as crianças no sábado. Tinha marcado de apresentar a cidade toda ao Melim, e isso gastaria todo o seu sábado. A semana foi tão corrida que esqueceu de falar sobre o assunto.
— Sobre isso. — a carioca coçou a nuca sem jeito — Infelizmente surgiu outro compromisso, me desculpa tá?
— É por causa do beijo, né!? Me desculpe por isso, Bianca. Eu só...
Alcançando as mãos quentes de Rafaella por cima da mesa, Bianca conseguiu fazer a loirinha inquieta se calar.
— Não, Rafaella, não é por isso, realmente surgiu outro compromisso. E sobre o beijo...eu gostei.
A carioca sentiu as bochechas esquentarem. Era tão libertador dizer isso em voz alta. Rafaella, sentiu as famosas borboletas no estômago.
Suas mãos ainda se tocavam. Os dedos de Bianca faziam um carinho ali, seus olhos acompanhavam cada gesto de suas mãos. E mais nada era necessário ser dito.
— Eu achei que você, não tinha...
— Ei! Não diga isso. Eu só fiquei confusa, eu nunca tinha sido beijada por uma mulher antes. — confessou, e mais uma vez suas bochechas coraram.
Rafaella achou fofo a coloração avermelhada nas bochechas bronzeadas de Bianca. Não era a primeira vez que tinha beijado uma hétero, sua ex-noiva também era hétero antes de conhecê-la, sua primeira namorada era hétero. Talvez fosse um imã em seu corpo que atraia as garotas héteros.
Daniel Caon, seu amigo de infância brincava que era impossível resistir as suas covinhas, por isso que tantas garotas héteros caiam em sua rede.
O telefone tocou em cima da mesa de Bianca. Rafaella com relutância, tirou as mãos debaixo das de Bianca, que se mantiveram juntas o tempo todo.
— Sala de Bianca Andrade, boa tarde.
— Boa tarde, Rafaella. É a Marcela, o Senhor Marcos pediu para Bianca comparecer à sala dele agora mesmo.
— Okay! Avisarei a ela. — a loira encerrou a ligação — Seu pai pediu pra você ir até a sala dele.
Bianca assentiu, vestiu o casaco que estava pendurado no encosto da cadeira e pegou seu celular.
— A Senhora Silva vai me ligar daqui a pouco, quando ela ligar transfira para a sala de meu pai, por favor. — pediu Andrade antes de sair. Rafaella assentiu, e assim que Bianca saiu deixou seu corpo relaxar com a testa apoiada sobre o vidro da mesa.
....
Rafaella esperava Marcela no estacionamento do prédio para irem pra casa juntas, como faziam todos os dias. A loira mexia no celular encostada no carro da amiga, quando passos de uma pessoa caminhando em sua direção chamou sua atenção. E erguendo a cabeça para ver de quem se tratava, um sorriso tímido surgiu em seus lábios, quando seus olhares se encontraram.
— Achei que já estivesse ido. — comentou Bianca.
— Não, estou esperando a Marcela. Ela já deve estar descendo.
Bianca assentiu ficando em silêncio. A morena se encostou no carro fazendo suas mãos tocarem na da loira, propositalmente. E por cima dos ombros olharam uma para a outra suspirando baixinho.
— Você já beijou alguma garota antes?
Bianca tentava conhecer mais a loira, afinal estava apaixonada por uma pessoa, mas não sabia muito sobre ela.
— Sim. Eu sou lésbica desde que me entendo por gente. Contei aos meus pais quando eu tinha quatorze anos.
— Entendi. — silêncio — Como eu te disse mais cedo, eu nunca tinha beijado uma garota antes, e nem passava por minha cabeça sentir atração por uma.
Rafaella sorriu por ouvir aquilo. Bianca sentir atração por ela já era alguma coisa, certo!? Mas nem passava pela cabeça da jovem Kalimann, que Bianca Andrade já estava apaixonada.
As duas foram interrompidas por um jovem rapaz, vestido de jeans e camiseta social, parando em suas frentes com um pequeno buquê.
— Diogo. — disse Bianca surpresa. A carioca se afastou um pouco de Rafaella que olhava curiosa para o homem em sua frente.
— Oi. Vim te buscar para tomarmos um café juntos. E essas flores são pra você
O homem estendeu o buquê em sua direção, fazendo Bianca sorrir em agradecimento. Rafaella apenas olhava em silêncio, e pelas roupas finas do homem, deduziu ser do mesmo nível social da carioca.
— Eu não ia aguentar até sábado para te ver.
Bianca olhou rapidamente para Rafaella, a carioca não sabia o que se passava na cabeça da loira, mas por sua expressão a mulher parecia ter ficado chateada. E Bianca compreendia, afinal desmarcou um "encontro" com ela por causa de outro.
Rafaella agradeceu aos deuses, quando Marcela finalmente apareceu. Se despedindo dos outros dois com um simples boa tarde, Rafaella entrou no carro da amiga. Estava chateada por esse ser o compromisso de última hora da outra.
Não deveria se sentir mal assim, mas era impossível. Como ela iria competir, com um cara como Diogo Melim!?
Sem chances, Rafaella. Pensou a loira olhando para a estrada movimentada.
🗼
Oieeee!
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DESTINO
Fanfiction"Alguns acreditam que o destino representa uma "força misteriosa que determina os acontecimentos na vida das pessoas, tanto nas suas vidas presentes como passadas". No mundo árabe, ouve-se falar em "maktub" que significa "já estava escrito" ou "tinh...