20. Precisar e confiar.

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"Yeah, às vezes o coração vê o que invisível para os olhos. Tudo o que tem que fazer é ouvir seus sentimentos mais profundos. Eles nunca mentem. Bom, desistir é imaturo. Tem tanta coisa a mais para se viver. Eles não querem nos ver juntos agora. Porque somos fortes o suficiente para suportar."
— Trust (Justin Bieber)

"— Trust (Justin Bieber)

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LUTHER

ANTES

— Por que o amor tem que ser tão doloroso?

Mirei os olhos nas enormes bolas de gude da cor castanha de mamãe. Ela me prendeu no cinto, respirando fundo e provavelmente pensando como responder aquilo à uma criança de doze anos.

— O amor não tem que ser doloroso, Luther. — disse baixinho, dando partida no carro. — Acontece dele ser, algumas vezes. Mas o amor tem os seus limites, ele não ultrapassa a linha e não traumatiza, oprime ou desrespeita. Pelo menos, não de propósito e nem com frequência.

Eu sabia o que ela estava dizendo com aquilo. O tom sutil em sua voz falava sobre sua própria experiência. E eu, como um grande garotinho da mamãe, começava a formar ideias para me tornar mais forte mentalmente e fisicamente. Assim, poderia proteger ela e até Maya, se necessário.

Luke poderia proteger a si próprio. Não que ele precisasse, já que mesmo sendo chorão e covarde mesmo com quase quinze anos, ele era o favorito do papai. E jamais sofreria em suas mãos.

— Luther, temos que combinar algo, tudo bem? — Safira disse, olhando para mim no banco do passageiro. — Seu pai não pode saber das suas aulas de luta. Ele dirá que isso vai atrapalhar seu desempenho no colégio e que você deve passar o tempo livre olhando a sua irmã.

— Maya está no balé.

— Seu pai também não sabe disso. Porém, eu vou contar a ele essa noite, porque acredito que ele será flexível com ela. — disse, o tom duro demais para falar com o seu filho de doze anos. Na época, me achava maduro o suficiente para compartilhar esse segredo com mamãe. — Luke já está sabendo e buscará você ao fim dos treinos.

— Eu não quero que Luke me busque. — olhei para a janela, muito pensativo sobre tudo aquilo. — Já disse, não gosto de ficar perto dele. Luke é maldoso.

Mamãe revirou os olhos.

— Ele é seu irmão. Irmãos brigam, se odeiam, sentem inveja um do outro, mas... Há amor, no final das contas. — mamãe estacionou em frente ao colégio. — Não se preocupe, docinho. As aulas de luta serão apenas nos dias que você não tem treino de hóquei, sei como isso deixa você feliz.

Concordei com a cabeça, satisfeito com a última parte. Não me agradava, porém, que Luke fizesse parte de um plano que mamãe e eu tínhamos montado. Também, não me surpreendia muito. Ele era o favorito dela — tal como era do meu pai — e Maya e eu costumávamos dividir o que restava do primogênito.

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