24. Minha escolha favorita.

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"Eu roubo e mato para mantê-lo comigo
Eu farei qualquer coisa por aquele garoto
Eu daria meu último centavo para abraçá-lo hoje à noite
Eu farei qualquer coisa por aquele garoto."
Can't Remember  to Forget You

"—  Can't Remember  to Forget You

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ASTRID

Eu me comportei como uma menina rancorosa hoje.

Não teve um "amanhã", quando disse que falaria com a minha família. Eu os enrolei com a história da faculdade — o que não era uma mentira completa — e deixei os dias de sua estadia passarem. Então, em voos separados, meus pais e a minha avó voltaram para o Reino Unido. Acredite ou não, Penelope e Steve tem uma casa fixa em Birmingham, uma que eu ficava alguns dias sozinha para poder limpar e deixar tudo em ordem, mas sempre voltava para a casa de Elizabeth, no fim das contas.

Hoje foi o último dia que restou para me encontrar com eles, mas acho que todas as recusas deram uma mensagem bem clara: eu não estava pronta. Queria ter tudo em ordem primeiro, especialmente pelo o que eu estou passando, antes de me enfiar nessa.

Inclusive, passei a me encontrar com um terapeuta. Tivemos duas sessões em cinco dias e para ser sincera, é muito estranho. O tempo que usamos parece ser infinito e raramente há algum progresso, pois evito me abrir. Ele é sempre muito tranquilo e sabe como malear a situação, mas ainda não chegamos lá.

Então, novamente, eu estou fazendo as coisas darem certo para mim. Enfrentar, de forma definitiva, o drama dos meus pais e da minha avó, não é algo que eu procuro.

Eu quero leveza. Quero me sentir como uma universitária normal que sabe como se divertir.

Olhando para o espelho, vejo que foi isso que eu busquei quando me enfiei nesse vestido. Ele é preso no busto, sem mangas, e vai até a metade das coxas. A cor vinho escuro dele foi escolhido propositalmente para que a minha maquiagem fosse leve.

E eu estou usando saltos. Não que eu seja contra eles, mas não sou muito boa com saltos, especialmente porque eles maltratam os meus tornozelos.

— Astrid, seu encontro chegou!

Franzo a testa. Como assim, meu encontro chegou?

— Linda, você me ouviu? Henry está na porta.

— Era para nos encontrarmos no restaurante em vinte minutos! Como ele sabe onde eu moro, em primeiro lugar?

Maya dá de ombros. Olho para o relógio e vejo que ele está mesmo adiantado, mas não me importo muito com isso. Eu estou pronta, para todos os efeitos.

Só detesto surpresas. E elas estão sempre ao meu redor.

Apago as luzes do quarto e aceno para Maya que parece estar se arrumando para algo também. Ela acena de volta, com um sorriso discreto na boca. Sei que Maya e Luther são muito chegados e leais um com o outro, do tipo detestar a mesma pessoa quando essa machucou um deles.

Rise and PrideOnde histórias criam vida. Descubra agora