alguns anos mais tarde...
— Se você bater no seu irmão mais uma vez são dois meses sem hóquei. — perante o biquinho e como a ideia soaria terrível para mim, faço um garrancho. — Ok, só um mês.
Com o balançar da cabeça, seguro a mão de um e do outro enquanto ando pelo mar de pessoas. É simplesmente muito cansativo andar com esse certo tipo de peso e ainda ter que dar meio passo de cada vez para passagem. Archie me entrega o meu celular que provavelmente está infestado de jogos instalados e muito vírus e eu deslizo para atender.
"Conseguiu chegar?"
— Aqui fora tá uma loucura, tem alguma passagem?
"Dá a volta até o portão C, o segurança vai te achar com mais facilidade e te colocar aqui dentro."
Não me despeço, uma vez que vamos nos encontrar em alguns minutos. Ando entre os corpos, apertando as mãozinhas com pouca força mas com segurança. O local está lotado, e apesar de estar acostumada, não é nada legal andar por aqui assim.
Finalmente saio do bolo de pessoas e procuro a entrada C que não tem muita gente por estar fechada, permitindo a passagem apenas da A, B e da D, por alguma razão. O segurança em frente abaixa o telefone quando me vê.
— Dia de jogo importante, senhora Hughes.
— Não é? — mesmo cansada, ainda exibo um sorriso para o homem simpático. — Espero que meu marido não decepcione lá dentro hoje ou vamos ter problemas.
— Não me preocupo com isso, Hughes é talentoso. Creio que é algo de família! — Nós dois rimos ao mesmo tempo. — Pode entrar, é só passar pelo corredor e virar a esquerda.
Assinto com a cabeça, puxando a mãozinha pequena para dentro do caminho. No corredor eu já consigo ouvir as vozes estridentes e grossas dos jogadores. Alguns passos adiante e vejo uma cena que me faz prender o riso.
É a Olive com os braços cruzados, sendo erguida pelo pai como se ela fosse uma haste de peso. Ele está deitado, com metade do uniforme e a sobe e desce.
— Ok, Hughes, é a minha vez! — Hans diz, a cara fechada. — Deixa eu pegar a minha menina, eu vou morrer.
Faço um garrancho com a garganta e Luther olha para o lado, assim como os jogadores. Antes que eu fale algo, os gêmeos correm em direção ao Luther e o abraçam quando ele coloca a minha filha no chão. Olive vem na minha direção e aperta a minha perna.
— Papai e meus meninos disseram que eu era mais pesada que aqueles negócios ali! — Aponta para as barras de ferro que facilmente têm o triplo ou mais do seu peso. — É porque como muita betelaba?
Todos nós morremos quando ela chama o pessoal do time de "meus meninos". Eu acho engraçado, os amigos de Luther quase desmaiam e Luther morre de ciúmes.
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Rise and Pride
Romance"Passos de formiga" nunca foi uma expressão cabível para Astrid Hayes. Com poucas escolhas na vida, traçava seu próprio caminho e não permitia que ninguém se tornasse um obstáculo. Com uma língua afiada, habilidades manuais e uma fúria incontrolável...