07. Movidos por vingança.

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ASTRID

Tudo o que eu sei agora é que, Maya e Sydney estão gritando à beça.

Elas estão mais desacreditadas e chateadas por eu não ter lhes contado do que raiva em si. Sei que elas prefeririam que eu tivesse contado antes de descer até a pista de gelo.

Ainda assim, meus pensamentos estão distantes, muito, muito distantes. Eles não encontram paz, porque continuam voltando para os olhos escuros de vingança de Luther Hughes.

O mais hilário da situação é que eu deveria me sentir diferente.

Poderia ser indiferença, porque ele estava sendo patético.

Chateação.

Raiva.

Vingança recíproca.

Qualquer coisa desse tipo.

No entanto, sinto-me intimidada.

Porque eu não consigo entender o tamanho da chateação dele. E nem a razão de, por ter vindo de mim, parecer ter sido o X da questão, o que lhe deixou cheio de raiva.

Não conheço Luther, definitivamente, mas quero conhecer.

Ele pode ser um babaca, obviamente. Tudo o que disse antes não tem perdão até que ele reconheça isso. No entanto...

Quanto mais ele me afastar, mais eu estarei perto.

Lutei muito para que Boston fosse o meu lugar. O último ano do colegial foi extremamente turbulento, cheio, intenso e horrível. Mesmo assim, precisei passar horas e horas em frente a livros e a um computador velho, estudando para que a nota do meu SATs fosse boa o suficiente. Fiquei na lista de espera o primeiro período da faculdade inteiro, precisando passar todos os meses na universidade local, onde nem uma única alma um dia tornou-se sucedida depois de se formar lá.

Sem contar que eu precisava pegar um trem de uma hora e um outro ônibus todos os dias. Mal conseguia viver.

Acabei recebendo uma ligação. Aparentemente, minhas notas e meus trabalhos voluntários, além da redação de iniciação, foram o que me salvaram, uma vez que eu não tinha nenhuma atividade extracurricular ou grandes habilidades.

Agora estou em Tompton. É seguro dizer que sempre foi um sonho estar aqui.

Era seguro, me ofereceria uma bolsa e eu teria despesas pagas pela faculdade, com exceção da moradia.

Isso não foi um problema gigantesco. Com as minhas economias e ajuda externa dos meus pais, consigo ajudar a pagar o aluguel com as meninas e a minha alimentação, sem contar o salário singelo da cafeteria.

É minha vida nova. E eu gosto de como soa. Luther pode achar que conseguirá ameaçar isso de algum jeito, mas eu não vou permitir.

Pelo contrário, vou combater todo o ódio que ele tiver pronto, com o total oposto.

— Terra para Astrid.

Pisco algumas vezes, meus sentidos voltando para mim mesma. Sydney está na minha frente, sustentando uma posição de raiva, assim como Maya.

— Não contei para nenhuma das duas porque até dois dias atrás, não tive confirmação. Então, preferi manter isso em segredo. — explico, levantando-me do sofá. — Não sei se isso vai se repetir, então não precisam ficar bravas.

— Só nos irritamos porque queríamos saber antes, mas você tinha que se ver na pista, A. Você tinha uma pose durona e um brilho no olhar incrível, sabe?

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