02. Fofocas no café.

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"Te tomei como um shot. Achei que poderia tirar o gosto amargo com a noite fria.  Deixar que os anos apagassem o que eu sinto por você. E toda vez que nos falamos, cada palavra nos trouxe até este momento."
Back to You.

Astrid.

A universidade praticamente me engole. É tão maior agora que eu realmente estou aqui que eu mal posso acreditar. Também não sei como consegui suportar tantas aulas, uma seguida da outra, com salas tão cheias. Minha antiga faculdade costumava ter um número seletivo de pessoas, o completo contrário de Tompton. É gratificante, mesmo que as mudanças tenham acontecido depressa demais para que eu consiga acompanhar com tanto êxito assim.

Esbarro com uma das estudantes da minha turma de anatomia. Acontece que ela está suando muito, mesmo que Boston seja um lugar muito gelado. Ela apoia as mãos no joelho, bem na minha frente e se ergue depois, com um sorriso no rosto.

— Oi! Finalmente alcancei você. — a loira demora para recompor o seu fôlego. — Astrid, certo?

— Sou eu. — solto uma risada nervosa e minha expressão em seguida é muito insegura. Mordo o canto do lábio, esperando que ela diga algo. Quando ficamos dez segundos paradas, resolvo quebrar o gelo. — Você... Precisa de algo?

— Ella, muito prazer. — diz, com um sorriso no rosto. — Você mora com Maya Hughes agora, não é?

Não sei bem para onde isso está indo. Ela começa a vasculhar sua bolsa a fundo, mas não demora para tirar um papel de dentro dela.

— Poderia... Entregar isso ao Luther?

Os números no papel amassado e o nome de Ella embaixo, concluem a minha linha de pensamento que se forma depois da sua feição pidona. É o número da garota.

— Maya e Luther não moram juntos.

— Mas sei que ele vai até a casa de vocês. Acho que se entregar o número pra ele em específico, vai se melhor do que só entregar a Maya. — ela parece falar consigo mesma na última frase, porque acrescenta: — Ela é um pouco assustadora.

— Me desculpe, eu não tenho contato nenhum com ele e...

— Por favor! Eu mal o vejo nas festas, porque ele é rápido em encontrar alguém, mas eu realmente quero que ele tenha o meu número. Não vai doer nada, por favor.

Esse cara, irmão da Maya, é bem mais disputado do que eu pensei que seria. Me pego no meio do Campus, tentando escapar o mais rápido possível, para não me prezar ao papel de ter que fazer isso. O único problema é que sou péssima dizendo "não" para algumas pessoas.

— Não garanto que ele irá mandar algo pra você e nem como vou entregá-lo.

— Ai, graças a Deus! Muito obrigada, Astrid, te devo uma.

Ela sai tão rápido que nem consigo abrir a boca para responder.

Levanto as sobrancelhas, surpresa com o que acabou de acontecer. A impressão que tenho de Luther, até agora, é de sua grande reputação em Tompton. Ouvi o nome dele e de seus amigos pelo menos três vezes e hoje é meu segundo dia aqui. A universidade parece muito empenhada em formar astros do hóquei, consigo ver isso. Sou zero contra a ideia. Adoro hóquei desde muito tempo e espero ter a oportunidade de estar mais perto do esporte, mesmo que isso pareça que eu quero algum jogador na cama.

Eu não quero ter nenhuma reputação nova, mas não me importo de tê-las mais. É uma nova era para mim, senão eu não estaria aqui.

Alcanço a cafeteria com o olhar. Sou muito boa em me localizar em lugares que não conheço nenhum pouco. Parece que eu simplesmente os memorizo e nem ao menos noto.

Rise and PrideOnde histórias criam vida. Descubra agora