25. Joelhos e corações machucados.

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E você deve me perdoar tambem
Se quisermos tentar colocar as coisas de volta
Do jeito que costumavam ser
Porque não há sentido em ficar repetindo
As mesmas coisas de antes
PAST

E você deve me perdoar tambem Se quisermos tentar colocar as coisas de volta Do jeito que costumavam ser Porque não há sentido em ficar repetindo As mesmas coisas de antes —  PAST

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ASTRID

Minhas orelhas são a parte do meu corpo que mais doem pelo frio. O resto está estranhamente aquecido. Talvez pela jaqueta grossa que me cobre, a grande fogueira ou o corpo de Luther que parece tão próximo. Acredito que ele não queira soar piegas tanto quanto eu, mas parece uma questão de sobrevivência.

Meu corpo está firme ao lado do seu. Nós dois, sentados em um tronco, observamos as pessoas conversarem, enquanto tentam assar o alimento que estão segurando. Luther apostou no salsichão, como um bom amante de carne. Já eu, estou ansiosa para que o marshmallow derreta, junto ao chocolate.

— Diga uma coisa. — Chamo a sua atenção e falo contra o seu ouvido. — Por que logo hoje?

— Não se pode fugir da comemoração do aniversário de Boston.

— Não podem fingir que é outro dia? Estamos prestes a entrar em dezembro.

Luther solta uma risada de criança. Aperto meu peito contra os joelhos, quase rangendo os dentes. O bom é que o calor da fogueira parece acariciar o meu rosto, fazendo com que eu não me mova nenhum milésimo.

— Pensei que os britânicos fossem tão resistentes ao frio quanto nós.

Reviro os olhos para ele. Quando me viro, há um sorriso em seu rosto, que deixa visível as suas covinhas.

— É claro que somos, mas ainda é pavoroso. Temos sangue e ossos, sabe? — trago o doce para mim, ao passo que o branco foi substituído por um tostado agradável. — Não venha com essa para cima de mim, Boston é chamada de Nova Inglaterra por uma razão.

Ele está prestes a retrucar, provavelmente outra provocação que nos faria entrar na discussão de qual lugar era mais frio. No entanto, uma voz nos interrompe.

— Então, Astrid, não é?

O dono da voz é um cara alto. Ele tem traços indianos e os cabelos ondulados. Não me parece um jogador de hóquei pelo seu físico, mas ele está entre os garotos.

Concordo com a cabeça.

— Como aprendeu tanto sobre hóquei, a ponto de ser juíza em um jogo?

Sou pega de surpresa. De repente, a roda inteira está prestando atenção, tanto os jogadores, quanto suas parceiras.

Tanta atenção me deixa desconcertada. O assunto, porém, é minha zona de conforto.

— Não me dê muitos créditos, foi um amistoso.

— Você foi muito elogiada. — é a voz de outro cara, dessa vez um loiro com os olhos azuis como o oceano. — Nós não estávamos esperando por isso. O treinador falou de você várias vezes depois do jogo.

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