— Fátima? — a voz soou quebrada e lentamente Mia virou seu corpo encarando aqueles olhos. — Você?
— Você se esqueceu de pagar minha faculdade mamãe! — tinha irá e sarcasmo em sua voz.
Maria levou a mão ao peito e sem conseguir se manter de pé, desfaleceu ali diante de seus olhos. Mia no primeiro momento não se moveu por vê-la ali caída no chão, mas logo abaixou tocando em seu rosto, mas o choque foi tamanho que ela caiu sentada pra trás e sem conseguir se aproximar chamou por ajuda, olhava Maria ali desacordada e seu coração parecia que iria sair pela boca tamanha a adrenalina somente em tocá-la.
A empregada veio correndo da cozinha e ao ver sua patroa desacordada foi direto ao telefone chamando uma ambulância que não tardou em chegar e ambas foram levadas por Mia ainda está em choque e nada conseguir dizer. Quando chegaram ao hospital, Maria foi colocada em um leito e Mia ao lado do dela, ela olhava para aquela senhora desacordada e não conseguia entender o que sentia, mas a vontade de chorar já era grande.
Pelo modo como desmaiou estava mais que comprovado que ela era sua mãe e pensando assim deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto com tristeza, sentou na cama para ir embora, mas a enfermeira não permitiu por ver seu estado.
— Me deixe ir, por favor! — falou num fio de voz.
— Não posso permitir que vá nesse estado! — a fez sentar novamente na cama. — Olha como está tremendo e nervosa!
Mia passou a mão no rosto e tentou controlar o choro, mas era quase impossível e estar ali ao lado dela era como se o ar faltasse em seus pulmões a fazendo querer sumir de sua presença mesmo que estivesse desacordada.
— Eu... Eu só preciso ir!
O ar começou a faltar por estar muito nervosa e a enfermeira a deitou, pegou rapidamente um calmante e deu a ela que só sabia chorar olhando para Maria que era cuidada por outros enfermeiros. Mia lutou contra o calmante até quando pode e assim pegou no sono.
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As horas se foram e os familiares já estavam ali perto delas, Estevão estava sentado no banco enquanto Maria tomava uma medicação para controlar sua pressão que não se normalizava, mas como normalizaria se ali ao seu lado estava sua filha e ela se quer conseguia contar a Estevão que apenas segurava sua mão todo carinhoso como sempre era. Mia tinha ao lado sua mãe que saiu do serviço correndo ao ser avisada que sua menina estava ali por ter passado mal, sabia que ela enfrentava os piores momentos por saber que era adotada, mas isso não diminuía o amor que uma sentia pela outra mesmo sabendo o quanto sua filha sofria.
Marlene acariciava os cabelos e o rosto de Mia que ainda dormia serena como se nada tivesse acontecido, sorria por ela ser tão linda e o seu orgulho, mas mal podia imaginar que ao seu lado estava Maria a verdadeira mãe de sua filha. A enfermeira veio e entregou um copo com água a ela que agradeceu se ajeitando melhor no banco que era totalmente desconfortável.
— Muito obrigada querida! — bebeu quase tudo de uma vez.
— Logo ela acorda e se estiver tranquila vocês poderão ir pra casa! — sorriu.
— Assim espero! — entregou a ela o copo depois de terminar de beber e olhou para o leito atrás de si. — A senhora está mais calma? — perguntou.
Maria suspirou e a olhou confirmando com a cabeça.
— A enfermeira me disse que vocês vieram na mesma ambulância... — falou com calma e Maria fechou os olhos sabendo o que viria dali em diante. — A senhora pode me dizer o que aconteceu?
Estevão arrumou sua gravata e olhou de uma para a outra.
— Gerusa me disse que você desmaiou quando estava com ela, Maria! — questionou aproveitando o momento.
Maria o olhou e depois olhou para a mulher em sua frente.
— Provavelmente a minha pressão baixou e eu desmaiei, mas com ela, eu não sei o que aconteceu! — suspirou. — Terá que esperar que acorde.
Marlene concordou com a cabeça e agradeceu com um meio sorriso voltando a olhar para Mia que começou a se mexer como se fosse acordar e Maria olhou para Estevão sentindo seu coração acelerar novamente.
— Por favor, vamos embora daqui! — pediu a ele numa suplica.
— Sua medicação está quase acabando e se sua pressão estiver se normalizado iremos sim pra casa! — beijou sua mão.
— Eu quero ir agora Estevão! — só não gritou por estar no hospital.
— Fique calma ou não sairemos daqui hoje!
Maria ao terminar de ouvi-lo pode ouvir a voz da mulher ao seu lado e fechou os olhos.
— Que bom que acordou filha!
Mia se moveu desconfortável e de imediato seus olhos foram aos de Maria que esperava para ver o que ela iria fazer já que ela não tinha coragem para dizer a verdade. Mia olhou para a mãe e apertou sua mão para não chorar.
— Mãe, me tira daqui! — suplicou.
— Meu amor, você comeu hoje ou simplesmente se esqueceu como tem me dito? — não iria levá-la dali se não estivesse bem. — Você sabe que é a coisa mais importante da minha vida e não quero você passando mal por não se alimentar.
Mia piscou umas quantas vezes e do canto de seus olhos escorreram novamente as lágrimas e ela soltando da mão de sua mãe as levou ao rosto chorando forte, não queria chorar, mas foi impossível de segurar por sentir somente o olhar de Maria ao invés de palavras. Marlene se preocupou com o choro de sua menina e sentou na cama para tentar acalmá-la e Mia a abraçou forte implorando para que fosse tirada dali, mas a enfermeira veio pronta para dar um novo calmante a ela.
— Eu não quero calmante nenhum! — gritou se afastando. — De para aquela senhora que deve precisar mais que eu para dormir com a consciência tranquila! — apontou Maria.
Maria tentava segurar o choro, mas pelo cantinho de seu olho direito uma lágrima escorreu enquanto era encarada por Mia e ao mesmo tempo sentia o olhar confuso de Estevão que se levantou soltando de sua mão.
— Por que está falando assim com ela? — quis entender o porquê de ela falar daquele modo com Maria.
Mia ficou de pé, mas fraquejou sentindo uma tontura e foi amparada por sua mãe e a enfermeira.
— Pergunte a sua esposa! — trincou os dentes.
Maria estava paralisada diante de suas palavras e se quer conseguia se mexer ou dizer qualquer coisa que a calasse, tinha tanto medo que um dia ela chegasse a descobrir que era ela sua verdadeira mãe que tinha chegado antes mesmo do previsto e ali teria que arcar com as consequências, teria que arcar com sua rejeição ou seu ódio que era o que mais via em seus olhos. Mia segurou em sua mãe e mesmo que a enfermeira fosse contra ela ir, ela caminhou junto a sua mãe, mas não deixou de destinar um ultimo olhar a Maria a culpando por tudo.
— Maria...
Estevão até tentou falar, mas ela não permitiu e no seu ultimo fio de voz disse:
— Ela é a minha primogênita!
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A CONTRATADA - MyE
AdventureNo jogo e no amor não a regras!! Quando pensamos que estamos no controle é aqui que levamos um xeque-mate!!!