Maristeb - 37

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Oiiiee, boa noite a todas e uma ótima semana!! Espero que gostem do modo como conduzi o capitulo!

— Eu preciso que me conte quantos irmãos eu tenho! — se arrumou na cama e sentiu dor e ele a ajudou.

— Tem certeza que quer saber deles? — riu.

Mia concordou com a cabeça e ele começou a contar sobre os dois, mostrou fotos que tinha no celular e ela sorriu por um momento se esquecendo do quanto sua vida estava complicada. Ficaram por um bom tempo ali conversando quando de repente a porta se abriu e por ela passou Maria os deixando surpresos.

Estevão por mais que estivesse surpreso sabia que ela poderia aparecer, mas não pensou ser tão rápido já que ela jurava não querer Mia e com suas ações mostrava todo o contrario o deixando orgulhoso da mulher que tinha a seu lado. As duas tinham uma longa caminhada pela frente e vê-la ali o encheu de esperança que elas pudessem ao menos sentar a mesa algum dia para tomar um chá e ela poder conhecer os irmãos.

Maria simplesmente queria um buraco para se enfiar dentro, sabia que ela estava com alguém mais não se importou em perguntar quem seria e ao se deparar com a presença de Estevão ali quase saiu correndo. Ele não se atreveu a dizer nada naquele momento já que tinha dito a ela que estava indo para a empresa e ali estava ele sendo pego no flagra.

Mia olhou de um para o outro passado alguns segundos, estava surpresa por ter Maria ali e por um momento ela novamente olhou a foto dos irmãos no celular de Estevão que tinha ela sorrindo e um suspiro de tristeza saiu de suas narinas. Ela tinha dentro de si um conflito de sentimentos já que seus irmãos eram amados e ela tinha sido jogada a própria sorte, isso doa porque era somente tê-la por perto que todas suas decepções afloravam em seu corpo e ela somente queria chorar e gritar com Maria.

— O que você está fazendo aqui? — a voz de Mia os trouxe daquele silêncio infernal.

Maria a olhou e deu dois passos para frente olhando novamente o esposo o questionando sobre sua presença ali somente com o olhar.

— O que você esta fazendo aqui, Estevão? — cruzou os braços.

— O mesmo que você, amor! — ficou de pé indo até ela e a beijando nos lábios. — Mas agora que chegou eu vou indo! — voltou até Mia que entregou o celular a ele que beijou seus cabelos. — Só ouça! — sussurrou.

— Obrigada por se importar comigo! — concordou com o olhar mesmo sentindo seu estômago revirar de medo de ficar sozinha com ela.

Estevão se afastou e novamente caminhou até seu amor a beijando nos lábios.

— Tente não gritar e mostre a ela que não é o monstro que você mesma pinta! — piscou e depois de olhar mais uma vez Mia se foi.

Maria podia sentir as batidas de seu coração quase que em sua boca, apertou as mãos uma na outra e onde estava. Ficou.

— O que quer aqui? — apertou o lençol sem se dar conta.

O quarto parecia tão pequeno para elas e aquele turbilhão de sentimentos.

— Eu só precisava ter certeza que estava bem! — deu um passo para frente ficando mais perto da cama. — Eu só queria saber de você!

— Como pode ver, eu estou bem viva para o seu desespero! — apontou para si mesma com deboche.

— Mia, por favor! — respirou profundamente. — Não sabe o quão difícil é tudo isso pra mim! — estava de guarda baixa e disposta a conversar sem alterá-la.

— A porta está ali e você pode ir embora! — apontou com o braço bom. — Eu já entendi que você não me quer!

Maria moveu os lábios com desespero por segurar as lágrimas e com um fio de voz disse:

— Depois não venha me procurar querendo saber nada do nosso passado! — virou caminhando para a porta.

Mia sentiu os olhos arderem com a vontade de chorar e seu rosto se avermelhou a vendo partir mais uma vez sem se quer conseguir conversar, mas como fariam se quando uma baixava a guarda a outra era agressiva? Não tinha solução para as duas. Maria pegou na maçaneta a girando, mas não conseguiu sair antes de olhá-la mais uma vez e ao vê-la tão vermelha daquele modo, voltou rapidamente toda preocupada.

— Respirar, por favor! — sentiu medo mais a tocou no rosto.

Mia desatou a chorar forte e Maria sentou na cama para tentar acalmá-la, era sua culpa ela estar daquela maneira e sem sucesso de fazer com que ela respirasse pausadamente, ela se levantou, mas Mia a segurou em seu braço para que ela não saísse dali. Foi tudo tão instintivo e rápido que quando Maria se deu conta já a tinha em seus braços a abraçando com calma para não machucar ainda mais seu braço.

— Me perdoa! Me perdoa por te fazer sofrer tanto! — acariciou seu cabelo com uma mão e a outra a mantinha perto de seu corpo. — Por favor, não chore mais! — beijou seu cabelo.

A mão de Mia a segurava pela cintura como se assim a impedisse de ir embora, as lágrimas já molhava o vestido de Maria e por mais que quisesse cessar o choro não conseguia.

— Eu não merecia ser jogada no lixo dessa maneira! — falou com dificuldade, mas precisava dizer.

Maria sentiu sua carne tremer e com cuidado a afastou de seu corpo a fazendo deitar, mas Mia segurou sua mão com força a impedindo de ir a qualquer lugar, mas Maria não iria a lugar algum.

— Eu não te joguei no lixo! — negou com a cabeça. — Eu só não queria te fazer sofrer como estou fazendo agora! — uma lágrima molhou sua bochecha. — Entenda que o que fiz foi para que crescesse em um lar feliz que eu não poderia te dar.

— Você nem ao menos tentou. — soluçou.

— Eu te carreguei por meses dentro da minha barriga e quando você nasceu, eu não consegui! - abaixou o olhar. — Você era a constatação do que eu tinha sofrido... — voltou seu olhar ao dela.

Mia soltou a mão dela levando ao rosto e apertou seus olhos que choravam forte, era uma dura realidade descobrir que era fruto de um abuso. Ela não sabia se algum dia poderia superar sua origem e sorrir como fez uma vida inteira, mas era o seu DNA que gritava e do mesmo modo como Maria a machucava, ela também a machucava muito apenas por ser vista.

Maria levou a mão até a dela e a tirou de seu rosto ou ela se machucaria pelo modo como se apertava, passou o dedão levemente por seu rosto para secar suas lágrimas e novamente seus olhos estavam um no outro.

— Me perdoe se não consigo me arrepender de ter te dado um futuro melhor! — foi sincera. — Eu tenho certeza que aquele casal foi o seu melhor futuro.

— Se não me queria por que me ajudar desde muito nova?

— Porque por mais que eles tivessem condição de te dar um lar feliz, eles não tinham condições de bancar seus estudos e por isso eu sempre fiz o que esteve ao meu alcance para te ajudar.

— Deixou que minha vida fosse uma completa mentira!

— Você pode não me entender nunca na sua vida, mas eu tive minhas razões para agir assim e eu não quero ter que repetir porque eu já abri uma ferida em você que nunca cicatrizou em mim! — apontou para si. — Me perdoe pelo modo como gritei a verdade em sua cara, mas você também não é fácil.

— E como pensa que vai ser agora?

— Eu não faço ideia, mas de uma coisa eu tenho certeza... — secou mais uma vez o rosto dela. — Eu não quero fazer desse hospital o nosso lugar de encontro!

— E você ainda quer me ver além daqui?

A CONTRATADA - MyEOnde histórias criam vida. Descubra agora