Segurem os lencinhos que o próximo vem pra brocar!!
— Saia daqui! Esqueça que a minha filha existe, finge que ela nunca saiu de seu ventre porque da próxima vez não será somente um tapa que irei te dar! — ameaçou.
Maria estava tão atordoada que demorou um pouco para raciocinar, mas quando o fez se soltou de Estevão e saiu porta a fora completamente desesperada. Estevão olhou para aquela senhora e a segurou pelo braço sem se importar com a presença de seu esposo ali ao seu lado, estava furioso por ela ter agredido Maria e se fosse uma mulher, ele mesmo resolveria aquela situação.
— Nunca mais volte a encostar na minha mulher!
Marlene puxou o braço sendo amparada pelo marido e ao mesmo tempo o segurando para que não acontecesse o pior, mas não se intimidaria com suas palavras.
— É só ela ficar longe da minha filha! — trincou os dentes.
— É mais fácil a senhora pedir para que sua filha fique longe de Maria! — foi rude. — Mia é quem a procura e não ao contrário! Sua filha foi em busca de respostas e as encontrou de uma maneira que eu não acho certo, mas quem procura acha! — se virou indo até a recepcionista.
Estevão deixou todos seus dados para que fosse cobrado tudo referente a internação de Mia e mesmo que quisesse ficar, não podia deixar de ir atrás de sua esposa. Ele a encontrou sentada num banco e por mais que não quisesse chorar, seu olhos estavam vermelhos e por eles saiam as lágrimas de dor, desespero e confusão por não saber como agir. Maria sabia que tinha cometido um erro, mas já não havia maneira de voltar atrás e Estevão a abraçou forte.
— Vamos para casa meu amor!
— Eu não vou conseguir ficar tranquila sem saber se ela está bem! — fungou o olhando.
— Eu pedi a recepcionista que me informasse sobre ela assim que saísse os exames, mas se quiser podemos esperar aqui! — sorriu secando suas lágrimas.
— Eu prefiro esperar!
Ele concordou com ela, mas a levou até a cafeteria do hospital para que tomasse ao menos um café já que se negou a comer algo, esperou ali por algumas horas e por fim seu telefone soou com as informações de Mia, não tinha sido nada grave, mas precisaria ficar com o braço imobilizado por alguns pelo impacto da batida. Maria se sentiu mais tranquila com as informações e Estevão sorriu pelo jeito dela, ela já queria aquela menina mais não sabia como agir ou se portar diante dela depois de tê-la abandonado por um trauma que ela ainda não tinha superado, mas iria superar com amor.
Maria foi para casa com o carro de Estevão que mentiu precisar ir para a empresa e assim que ela sumiu com o carro voltou para dentro do hospital, perguntou pelos pais de Mia e a moça gentilmente o avisou que tinham ido embora, mas que logo retornariam para ficar com a filha. Estevão tinha uma missão a ser realizada e depois de se registrar como visitante seguiu para o quarto em que ela estava, tocou duas vezes na porta e a abriu colocando apenas a cabeça para dentro do quarto e encontrou com os olhos de Mia que eram idênticos aos de Maria e trazia a mesma intensidade quando estava triste.
— Posso entrar? — ela assentiu que sim e ele entrou fechando a porta. — Como está se sentindo?
— Bem! — a voz denotava tristeza.
— Eu quero te pedir desculpa por não conseguir frear o carro antes! — sentou na cama abrindo seu paletó.
— A culpa foi minha por sair que nem uma desequilibrada pela rua! — suspirou. — A culpa é somente minha!
— Maria me contou o que aconteceu...
— Eu não quero falar sobre isso! — o cortou.
— Mais é necessário que falemos sobre isso! — segurou a mão dela gentilmente. — Eu não estou aqui como advogado da minha esposa, mas você também não anda facilitando as coisas entre vocês!
Mia tirou a mão da dele no mesmo momento o encarando com cara feia.
— Eu só queria a verdade e se de fato ela não me quer o porquê de ficar me ajudando?
Ele riu com o jeito dela e novamente pegou sua mão acariciando com cuidado, era como mais uma filha para ele mesmo que não a conhecesse.
— Você e ela são tão parecidas nos sentimentos que já deveria entender o que de fato acontece!
— Eu não sou parecida com ela.
— Mais do que imagina e o coração de ambas é tão bondoso que por mais que você sinta raiva pelo modo como ela te contou as coisas ainda assim não consegue odiá-la ou estou mentindo?
Mia sentiu os olhos cheios de lágrimas e novamente tirou a mão da dele levando ao rosto para secar as lágrimas que ela não queria que ele visse.
— Por que não me abortou ao invés de me deixar crescer num abrigo e logo com uma família estranha? — soluçou o olhando e sentindo que dele poderia tirar as informações que necessitava.
— Por algum motivo era pra você nascer e por mais que sua mãe tenha te deixado para a adoção sei que foi muito feliz com seus pais!
— Ela não é minha mãe!
— Teimosa! — riu. — Eu vou te dizer o que penso e depois vou embora tá? — ela confirmou com a cabeça. — Acredito que Maria cuidou de você para que no futuro você tivesse o mesmo que seus irmãos têm uma boa educação e que pudesse andar com suas próprias pernas sem precisar depender de ninguém!
— Você tem noção de quantos cursos eu simplesmente fui contemplada? — chorou mais ainda e ele negou com a cabeça. — Meus pais até tentaram pagar alguns cursos pra mim, mas quando chegávamos à escola era tudo muito caro e eles não conseguiam pagar, eu ia embora triste, mas no outro dia simplesmente havia uma ligação dizendo que eu tinha sido selecionada para uma bolsa de estudo.
— Meu amor, ela somente queria seu bem! — sorriu. — Vocês tem muito o que conversar e quero que saiba que se precisar de alguma coisa é só me ligar! — tirou a carteira do bolso e de dentro dela um cartão com seus números. — Eu estou aqui para o que precisar!
— Eu preciso que me conte quantos irmãos eu tenho! — se arrumou na cama e sentiu dor e ele a ajudou.
— Tem certeza que quer saber deles? — riu.
Mia concordou com a cabeça e ele começou a contar sobre os dois, mostrou fotos que tinha no celular e ela sorriu por um momento se esquecendo do quanto sua vida estava complicada. Ficaram por um bom tempo ali conversando quando de repente a porta se abriu e por ela passou Maria os deixando surpresos.
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A CONTRATADA - MyE
PertualanganNo jogo e no amor não a regras!! Quando pensamos que estamos no controle é aqui que levamos um xeque-mate!!!