Maristeb - 28

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Esses dois parece pais de primeira viagem brigando, mas da pra entender os dois lados e os sentimentos a flor da pele. Beijos e fui!

— Não vamos fazer muitos planos porque não sabemos o que vai acontecer... — falou com tristeza. — Pode não...

Ele a calou com um beijo.

— O que tiver que ser daqui em diante, vamos passar juntos!

Ela sorriu chorando e o abraçou mais uma vez rogando aos céus que a deixasse ser mãe dessa vez. Poderia ser um castigo por ter abandonado sua primeira filha? Isso ela não poderia saber. Maria passou as quarenta e oito horas seguintes internadas e mesmo com toda insistência de Estevão, ela não foi para a mansão para não incomodar principalmente Estrela que não gostava dela, era mais fácil estar em seu apartamento com suas coisas e não ter que subir escadas como na mansão e somente assim ela o fez se calar e aceitar que ela estivesse em seu apartamento.

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Os dias que se seguiram foram de extremo cuidado com ela, não foi além do banheiro ou do sofá da sala e também ela não queria, todo cuidado era pouco e seu filho era o mais importante naquele momento. Estevão não queria se mostrar ansioso mais não se continha nos sorrisos e nas carícias, teria mais um filho e com uma mulher maravilhosa, Maria tentava se manter firme sem muitas ilusões mais somente em pensar que ali dentro de seu ventre crescia um bebezinho a fazia sorrir junto a ele.

Ela quase nunca ficava sozinha e quando não estava com a enfermeira, estava com Alba e Luciano que faziam questão de estar a seu lado naquele momento tão importe e ela sorria agradecida por tanto apoio. Estrela apareceu poucas vezes mais sempre ao lado do irmão e quase não falava, apenas ouvia a conversa de todos a seu redor tentando sentir algo que não fosse raiva por ela ter se apaixonado por seu pai e Maria era sempre compreensiva puxando assunto com ela para que não ficasse de lado para que entendesse que não estava ali para tomar o lugar de ninguém e sim ter o seu próprio naquela família.

E os meses iam se passando e Maria já podia notar a pequena barriguinha que se formava em seu abdômen, sorria acariciando e olhando no espelho sem acreditar que de fato tinha conseguido passar os três primeiros meses, não estava de alta e seguia em repouso absoluto mais somente por estar chegando ao quarto mês já era uma vitória para todos eles. Estevão entrou no quarto e sorriu para a imagem dela frente ao espelho, estava com sua camisa aberta e a saia um pouco abaixada para admirar seu abdômen pontudo.

— Imagine quando estiver te chutando...

Ela se assustou e virou com tudo.

— Estevão... — levou a mão ao peito.

Ele rapidamente foi até ela que sentou na cama com o coração acelerado.

— Me desculpe amor! — beijou seus lábios. — Não era pra te assustar assim.

— Eu estava distraída e você chega assim do nada!

Ele riu e abaixou beijando seu ventre.

— Mamãe anda com a cabeça nas nuvens te imaginando e eu a peguei no flagra, meu filho!

— Deixa de ser bobo! — o empurrou rindo.

— É a verdade ou vai dizer que vi coisa? — a beijou na boca fazendo com que ela deitasse na cama. — Você está linda assim carregando nosso filho! — sorriu descendo os lábios por seu pescoço apoiado totalmente em seus braços.

— Nem começa Estevão San Roman porque são quatro meses sem te tocar e eu não posso ficar ansiosa! — respirou fundo.

Ele continuou descendo os beijos até chegar entre os seios que ele tirou um para fora e o apertou de leve sem escutá-la e logo o guardou sorrindo, desceu mais os beijos e acariciou seu frente sentando a seu lado.

— Hoje iremos saber se é uma menina ou um menino! — sorriu emocionado.

— Sabe que eu não quero saber e nem você deveria! — e sentou fechando a blusa. — O médico disse que a cada crescimento do bebê a gestação se torna mais arriscada! — se levantou.

— Se ficar pensando no pior a gente nem vai poder curtir esse bebê até que ele esteja aqui em nossos braços! — se levantou também. — Você não nos deixa comprar nada e quase nem me deixa estar perto da sua barriga mesmo já tendo passado o primeiro trimestre.

Ela o olhou e os olhos se encheram de lágrimas.

— E você não sabe o que é carregar um bebê dentro de si sem saber se amanhã eu vou acordar e ele vai continuar aqui! — apontou para a barriga. — Eu nunca fui mãe de verdade e não conseguir levar uma gravidez tranquila deve ser o preço que pago por ter abandonado a minha primogênita! — engoliu a saliva pra não chorar.

— Se esse é o preço que tem que pagar por abandonar a sua filha, eu acredito que esteja na hora de você ir atrás dela! — a olhava nos olhos e bem sério. — Ela não teve culpa do que te aconteceu e isso te atormenta e vai te atormentar até o dia que você resolva ir atrás dela e curar as suas feridas.

— Isso nunca vai acontecer porque eu não vou estragar a vida dela depois de tantos anos longe de mim, ela é feliz com a família dela e tem que continuar assim! — secou as lágrimas que queriam molhar sua face.

— Então você sabe onde ela está?

— Eu sempre soube! — confessou.

— Então essa é a sua escolha, o preço que paga é por sua própria vontade! — se afastou para sair do quarto porque estava chateado por não conseguir ser carinhoso com o bebê que ela esperava. — Te espero na sala pra irmos à consulta.

Os lábios dela tremeram mais ela não chorou e se olhou no espelho mais uma vez arrumando sua roupa, era um preço juntos a se pagar pela felicidade dela. Maria pegou sua bolsa e saiu do quarto o encontrando na janela, ela o chamou e eles foram para o carro em completo silêncio fazendo assim um longo caminho até o hospital já que era a primeira "briga" deles naquele tempo em que estavam juntos e tinham descoberto a gravidez.

Quando adentraram o hospital, ela fez a ficha e a recepcionista pediu para que eles aguardassem na frente do consultório que o médico já chamaria e o único lugar que tinha ele deixou que ela sentasse. Maria o olhou e segurou sua mão beijando porque não o queria chateado ainda mais por um assunto que ela achava ter razão e não voltaria atrás até ter o bebê em seus braços e ele nada disse até que o médico chamou.

Depois de muitas perguntas que somente ela respondeu, ele fez com que ela deitasse sobre a maca e levantasse sua blusa, Estevão estava ansioso mais também chateado pela conversa e seguiu de cara fechada olhando o médico. Maria o olhava e do canto de seu olho escorreu uma lágrima por estar magoando ele num momento tão especial, mas olhou para o médico que falava e a parabenizava pela boa alimentação fazendo com que o bebê estivesse saudável.

— O papai caladão aí tem alguma preferência no sexo do bebê? — voltou sua atenção a ele que estava calado de mais e ele não estava assim nas outras consultas.

— Não ligo muito pra essas coisas, eu só quero que meu filho venha com saúde e nasça no tempo certo! — se manteve sério. — E se já tiver visto o sexo aí não me conta não, conta só pra ela. — encheu os olhos de lágrimas por falar daquele jeito.

Maria desatou o nó que estava em sua garganta e começou a chorar levando as mãos ao rosto e ele nada entendeu da reação dos dois, tirou o aparelho da barriga dela e limpou rapidamente para dar alguns minutos para eles e saiu da sala.

— Por que você não pode me entender? — limpava o rosto e ele podia ver as mãos dela tremer.

— Eu te entendo perfeitamente, mas isso não me impede de sentir e querer estar por perto pra te ajudar, mas você sempre me afasta quando tento te dar carinho e eu cansei! — bufou tentando manter a voz baixa.

Maria sentou na cama e logo ficou de pé arrumando sua roupa.

— Vamos embora!

Ele apenas concordou e saíram sem se quer falar com o médico ou que ela pegasse a caderneta do pré-natal e muito menos descobriram o sexo do bebê...

A CONTRATADA - MyEOnde histórias criam vida. Descubra agora