Maristeb - 32

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Oieee. Desfrutem amorecos!!!

— Maria...

Estevão até tentou falar, mas ela não permitiu e no seu ultimo fio de voz disse:

— Ela é a minha primogênita!

Estevão sentiu o chão sair de seus pés com aquela bomba em forma de notícia e Maria o olhou por não ouvir nada vindo de sua parte depois daquela revelação, estava tão chateada, perturbada pela presença daquela menina que só queria chorar e chorar. Estevão levou pelo menos dois minutos para voltar a raciocinar e somente assim passou as mãos no cabelo e rosto como se assim fosse diminuir a tensão daquele momento.

— Sua filha?! — falou sem acreditar.

— Sim! — passou a mão no rosto secando as lágrimas.

— E por que não a impediu de ir embora assim? — a voz se alterou um pouco. — Maria, se essa menina está na sua vida é por algum motivo!

— O único motivo é me atormentar! — estava desesperada. — Eu não a quero!

Era a mais pura mentira vinda de suas palavras porque se de fato Maria não a quisesse, não teria ajudado por todos aqueles anos e se manteria afastada para não ver a menina crescer, mas ali estava ela sendo descoberta da pior maneira possível por ter se esquecido de pagar a mensalidade da faculdade.

— Maria quando eu te perguntei dessa menina, você disse que não iria dizer nada sobre ela porque não a queria em sua vida e eu respeite, mas agora ela está aqui!!!!

Maria pode perceber perfeitamente o que aquilo significava e ela fechou os olhos chorando forte por sentir tanta dor em sua alma e Estevão queria sair dali correndo para ir atrás daquela jovem, mas não o fez por respeito à esposa e também por não ser o momento. Mia entrou num taxi junto a sua mãe e as lágrimas parecia não ter fim e Marlene a abraçou forte deixando que ela ficasse em seu peito para se acalmar, mas a preocupação era visível em seu rosto e seu coração se acelerou um pouco mais.

— Meu amor, fique calma! — acariciava seus cabelos.

— Dói tanto! — puxou o ar com força.

— Se está com dor é melhor que voltemos para o hospital!

Mia se afastou dela e secou o rosto mostrando os olhos inchados pelo choro e Marlene a acariciou no rosto preocupada.

— Quem era aquela mulher? — perguntou, mas tinha medo da resposta. — Você...

— A minha vida é uma mentira! — soluçou.

— Não fale assim! — deixou as lágrimas rolarem por seu rosto.

— É a verdade mamãe! Eu nunca ganhei bolsa alguma porque era aquela mulher que estava pagando os meus estudos! — apontou como se ela ainda estivesse por perto.

— O que? — a voz falhou e as mãos tremeram.

— Aquela mulher ao que tudo indica é a minha verdadeira mãe! — levou as mãos ao rosto o tapando para conter o choro, mas era quase impossível. — Eu a odeio tanto!

— Não fale assim! — tirou as mãos de seu rosto e a fez olhá-la. — Você foi muito bem educada e amada por mim e seu pai, aquela mulher não é nada sua! — negou com a cabeça. — Ela perdeu qualquer direito quando te deixou naquele orfanato e, portanto eu sou sua mãe e sempre serei! — foi firme.

— Você sempre será a minha mãe! — a abraçou chorando mais ainda e o motorista parou por terem chegado ao endereço.

As duas desceram e entraram em casa juntas, Mia estava tão cansada mentalmente que apenas pediu para que a mãe a deixasse ficar sozinha e Marlene a respeitou mesmo querendo estar ao seu lado para curar aquela dor que via-se de longe em seu olhar. Mia subiu para o quarto e se jogou na cama agarrando seu travesseiro, os olhos de Maria vieram em sua mente e eram iguais aos seus a fazendo se atormentar mais ainda, chorou mais questionando tanta coisa que somente ela poderia lhe responder e disposta a descobrir a verdade iria novamente atrás dela.

&&-&&

DEPOIS...

Maria e Estevão entraram em casa juntos, Antônia veio correndo e agarrou a cintura da mãe que apenas abaixou e a abraçou forte segurando as lágrimas para não chorar.

— Mãe, eu fiquei tão preocupada com a senhora! — se soltou e acariciou seu rosto.

— A mamãe está bem! — sorriu fraco a acariciando no rosto. — E seu irmão?

— Anthony está dormindo desde que veio da escola!

Era toda uma mocinha e Maria ficou de pé acariciando seus cabelos.

— A senhora está mesmo bem?

— Mamãe só está cansada, mas irei tomar um banho e faremos nosso lanche como sempre tá?

Antônia sorriu concordando porque amava estar com a mãe pelas tarde e logo ela beijou o pai que enfim sorriu por ser notado ali. Maria subiu as escadas e parou frente ao quarto de seu pequeno, entrou, caminhou até a cama rindo por ele estar todo jogado e o arrumou. Anthony tinha apenas quatro anos, tinha sido planejado pelos dois e a gravidez foi tranquila para a felicidade de Maria que pode aproveitar como nunca uma gestação.

Ela sentou na cama e acariciou seus cabelinhos, tinha tudo de Estevão e já queria se vestir como o pai o fazendo se encher de orgulho. Maria secou a lágrima que escorreu por sua bochecha e respirou fundo, sua vida mudaria completamente se aquela garota resolvesse estar em sua vida. Não estava pronta e provavelmente nunca estaria pronta para ser mãe dela.

— É meu amor a vida vai mudar! — sussurrou o cobrindo com a manta.

Maria se levantou e foi para seu quarto, entrou e encontrou Estevão a sua espera, não tinham falado mais nada no hospital e ela o agradeceu, mas ali estava ele esperando para conversar.

— Meu amor, eu sempre soube onde ela estava e sempre a ajudei nos estudos! — falou logo. — Mia não deveria saber nunca que eu a ajudava, mas eu esqueci a maldita da mensalidade e agora ela sabe quem sou!

Estevão cruzou os braços a encarando.

— Não me olhe assim! — rogou a ele.

— E como quer que eu te olhe? — descruzou os braços e deu uns quantos passos até ela. — Você cuida dessa garota desde que ela nasceu e vem me dizer que não a quer?

— Mas eu não a quero! — falou logo.

— Pare de mentir para você mesma e assuma de uma vez que quer essa garota mais do que pode dizer! — foi firme. — Essa menina precisa de você assim como você precisa dela, nossos filhos vão querer saber da irmã e você não vai poder impedir isso!

— Meus filhos não irão chegar perto dessa garota! — gritou. — Ela não é nada deles e nunca vai ser! — se alterou consideravelmente.

— Deixe de se iludir Maria! — mantinha a voz branda. — Ela tem todo o direito de frequentar essa casa, conviver com os irmãos mesmo que você não queira e eu não irei me opor a tê-la perto deles por um fardo que você carrega sozinha!

— Vai passar por cima de mim para ter essa garota dentro da nossa casa?

— Não! Mas não irei impedir que Antônia e Anthony estejam perto dela se assim ela quiser! — se encaravam com firmeza. — Mas eu duvido que aconteça por ela estar destruída ao saber desse modo que você é sua verdadeira mãe!

Maria chorou levando as mãos ao rosto e ele se aproximou dela a abraçando forte.

— Meu amor, pense melhor e se de uma chance de conhecer essa menina que não tem culpa do que te aconteceu e muito menos você! — beijou seus cabelos.

— Eu não sei se consigo! — se afastou dele.

— Você se quer tentou e já está desistindo? — sorriu amoroso. — Se permita e eu estarei aqui ao seu lado segurando sua mão.

— Eu te amo tanto!

— Eu também te amo tanto! — se aproximou beijando seus lábios.

— Vamos tomar banho juntos, eu preciso de você!

Estevão sorriu apaixonado e se ela precisava dele, ele estaria ali para ela sempre.

A CONTRATADA - MyEOnde histórias criam vida. Descubra agora