Maristeb - 40

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— O que está acontecendo aqui?

— Nada! — Marlene a respondeu pegando sua bolsa. — Eu já estava de saída!

— Mamãe...

Ela não deu ouvidos e saiu batendo porta e Mia chorou sendo amparada pelo pai que entendia muito bem a esposa e seu medo de perder a filha.

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Conforme os dias iam se passando Mia foi se recuperando satisfatoriamente mais ainda precisaria estar com o braço imobilizado, conversou com a mãe quando já estava em casa e puderam se entender entre lágrimas. Uma semana depois do ocorrido e já de alta para fazer suas coisas Mia voltou à faculdade, aos poucos ia voltando ao ritmo normal, conversou com os professores que a entenderam e deram uma segunda chance a ela que era uma ótima aluna.

Não viu mais Maria fazendo com que assim Marlene se acalmasse e não tivesse medo de perdê-la já que isso nunca aconteceria mesmo tendo sua mãe biológica ao seu lado o que ela achava um pouco difícil de acontecer mesmo tendo esperanças de poder conhecer melhor aquela mulher que lhe deu a luz. Estevão ao contrário da esposa esteve super pendente de Mia enquanto esteve no hospital e assim que teve alta também, ele queria que tudo estivesse em ordem e que não houvesse nenhuma sequela por tê-la atropelado.

Naquela manhã Mia passou pelo corredor da modesta casa e se surpreendeu ao ver sua mãe ali sentada a mesa com o olhar longe, sabia que estava sendo muito difícil para ela aceitar todo aquele novo universo que se desenhava ao redor deles. Marlene não pensou que ao contar a filha sobre sua adoção traria sua verdadeira mãe para perto deles, ela não queria e era compreensível todos seus medos e reações a sua nova realidade.

Mia se fez presente a beijando nos cabelos e Marlene a olhou sentar.

— Achei que já estaria a caminho do trabalho!

— Bom dia! — deixou a xícara sobre a mesa. — Eu te disse ontem que não iria ao trabalho hoje!

— Me disse? — tentou se recordar daquele momento e não o encontrou em suas memórias.

Marlene suspirou molhando os lábios porque agora era sempre assim, ela vivia no celular e esquecia-se do mundo que a rodeava.

— Isso não importa mais!

— Mamãe...

— Você tem certeza que vai mesmo pra faculdade com esse braço doendo? — a cortou mudando de assunto. — Passou a noite reclamando de dor e não quero ninguém batendo em você dentro do ônibus.

— Hoje não amanheceu doendo! — bebeu de sua xícara. — Vai ficar tudo bem! — sorriu e segurou a mão dela como pode. — Mamãe, eu quero que saiba que eu te amo e você é a única mãe que eu tenho!

Marlene sorriu querendo que aquilo fosse mesmo verdade.

— Você sim é a única filha que eu tenho! — acariciou seu rosto. — Eu te amo!

— E vou continuar a ser sua menina para sempre! — beijou a mão dela. — Mais eu preciso conhecer os meus irmãos e tirar esse peso que carrego no meu coração.

— Quando o assunto já começa assim, eu já posso entender tudo e não direi nada mais sobre isso. — se afastou dela. — Estarei aqui para te defender como a sua mãe que sou!

Mia sorriu levantando e a encheu de beijos.

— Eu te amo tanto! — voltou a sentar depois de alguns segundos. — Hoje eu vou conhecer meus dois irmãos e quero que saiba por mim.

— Boa sorte meu amor e que você não se decepcione com essa família! — deu um meio sorriso cheio de tristeza, não por ela estar conhecendo as crianças, mas sim por medo de perder o que tanto lutou para ter.

A CONTRATADA - MyEOnde histórias criam vida. Descubra agora