Sob Nossas Peles (Romance Lésbico)

Capítulo 12

Os dedos de Camila apertavam as costas de Gabriela tão forte que as unhas sumiam parcialmente, adentrando sua pele. O que sentia parecia ser digno de um estudo científico, mas não havia segredo; Gabriela conhecia todos os pontos fracos de Camila e abusava dessa vantagem.

Transar com uma garota no banco de trás de um carro em um estacionamento rodeado das famílias mais tradicionais da cidade não estava nos planos de Camila, mas lá estava, sentada sobre o seu colo e prestes a gozar. Havia retirado apenas a calcinha, o que deixava a ideia do sexo urgente ainda mais interessante, enquanto sentia o movimento dentro de si e beirava o êxtase.

— Não pára... – Camila pediu ofegante, mesmo sabendo que aquele pedido não precisaria ser feito. O sorriso de Gabriela indicava claramente que não pararia até terminarem.

O celular de Camila vibrava incansavelmente dentro da bolsa jogada sobre o banco, um sinal de que já estava sendo procurada, mas a possível gravidade da ligação pouco importava naqueles segundos. Gabriela era a maior loucura da sua vida e aquela, provavelmente, era a maior loucura que havia feito até ali. Não pararia até que estivesse completamente satisfeita. Sentiu seu ventre contrair e os movimentos que fazia sobre o colo de Gabriela tornaram-se intensos, indicando que estava prestes a gozar. Camila apoiou sua testa sobre a de Gabriela e os lábios roçavam levemente enquanto os corpos colados moviam freneticamente. Um último gemido alto saiu dos lábios de Camila, parcialmente abafado pelos de Gabriela quando sentiu o corpo vibrar intensamente. A sensação era indescritível. Tudo parecia mais intenso e os sentidos ficavam aguçados quando estava nas mãos de Gabriela. Camila estava prestes a parar quando sentiu que os dedos de Gabriela ainda estavam firmes dentro de si, com um sorriso absurdamente malicioso. Sentiu uma nova onda dentro de si, ainda mais forte, e dessa vez seria impossível conter os sons que fazia. Continuou daquela forma por vários segundos e só parecia melhorar. Aquela, definitivamente, era a sensação mais gostosa que já havia experimentado. Camila beijou Gabriela com urgência e colou os corpos como se quisesse que fosse um só. Quando finalmente o corpo despencou, exausto, Camila tinha forças apenas para deixar o ar entrar e sair dos pulmões, ofegante e com um sorriso espantado nos lábios. Gabriela retirou os dedos com cuidado, deixando que ficassem naquela posição, abraçadas e ainda coladas.

— Puta... que pariu. - Camila respirava ofegante, colada ao pescoço de Gabriela. - Eu acabei de ter orgasmos múltiplos?

— Não sei, me diz você.

— Meu Deus, eu... Nunca tinha sentido isso antes. Não sei o que aconteceu aqui.

Gabriela sorria satisfeita, enquanto alisava os braços de Camila devagar, sentindo os arrepios que causava na pele.

— O que você ganha com isso?

— Com isso o quê? - Gabriela afastou o rosto apenas o suficiente para olhar o de Camila.

— Você sabe. Quer dizer, homens adoram sexo casual porque obviamente eles levam a melhor, mas... Você me faz gozar e não... Não pede nada em troca. - Camila riu, um pouco tímida pela constatação. - Eu já tô te devendo meia dúzia de orgasmos.

— Eu não tô fazendo isso pra ter algo em troca.

— Exatamente. Isso é bem raro.

— Não deveria ser.

— Mas é. - Camila riu, quase sem forças, e deu um beijo gentil no pescoço de Gabriela.

Antes que pudessem pensar, o celular voltou a vibrar, fazendo com que as duas voltassem à realidade.

— Pode me alcançar minha bolsa? - Camila ergueu o braço, ainda manhosa sobre o colo de Gabriela.

— Claro.