Capítulo 17

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Gabriela dormia de bruços quando sentiu a palma da mão alisar suas costas por dentro da camiseta, de um jeito tão suave que lhe arrancou um sorriso frouxe. Houve apenas uma fração de segundos entre apreciar o momento e entender que havia dormido sem Camila, o que significava que aquela mão não poderia ser a sua. Virou-se no mesmo momento, apressando o despertar para entender o que acontecia.

— Porra, Vivi, o que você tá fazendo? – Gabriela afastou-se para o canto da cama, ainda devagar.

— O que você acha?! – Viviane tinha um sorriso largo nos lábios, sentada sobre o colchão.

— Como você entrou aqui? 

— Com a chave que você me deu... Não era pra isso?

— Eu te dei aquela chave pra emergências.

— Ah, isso é uma emergência... – Viviane sorriu, maliciosa, e nitidamente decidida. Mordiscou o próprio lábio enquanto engatinhava para cima. – Você ganhou, Gabriela. Tá bem? Satisfeita? Você ganhou.

— O quê? Do que você tá falando? – A voz rouca de Gabriela entregava que ainda despertava e o raciocínio estava lento.

— Tô falando do seu joguinho...

— Que jogo, Vivi? – Gabriela esquivava-se da maneira que podia das mãos deslizando pelo seu corpo. – Porra, você só pode estar de sacanagem comigo...

— Esse seu joguinho de "não podemos mais"... Chega disso.

Viviane tomou a nuca de Gabriela com os dedos, avançando sem pedir permissão. Mirava seus lábios como se estivesse faminta.

— Ei, espera aí! – Gabriela conteve seu corpo com o antebraço. – O que...? Isso não é um jogo. 

— Não? – A pergunta soava exageradamente sensual. – Não foi exatamente isso que você fez quando eu namorava? E o que você fez quando eu cedi?

— Vivi, pára. – Gabriela murmurou, esfregando os olhos. – Aquilo não vai mais acontecer.

— Hum... – Viviane tinha um sorriso que quase debochava, se aproximando devagar. – Se arrependeu?

— Você tem alguma dúvida?

— Não sei... – Os olhos continuavam mirando os de Gabriela, mas os lábios já se aproximavam do seu maxilar, ainda em um mover tão suave que era quase imperceptível. – Não parecia arrependida quando arrancava a minha roupa com meu ex dormindo no outro lado dessa parede.

— É, a gente tava errada quando fazia aquilo.

— Então quando eu namoro, a gente pode transar, mas quando você namora, não podemos mais? – A pergunta tinha uma manha que fingia indignação. – Não parece muito justo...

— Eu... Não tô namorando com ela. – Gabriela falou com dificuldade quando sentiu os lábios de Viviane deslizarem devagar pelo seu pescoço. Em um segundo, voltou a afastar-se o suficiente para descolar os corpos. - Mas isso não muda as coisas.

— Ótimo, eu não gosto de mudanças.

Viviane tomou a mão de Gabriela e a levou até seu próprio seio, apertando-o com força, com um sorriso satisfeito. Ofegou baixo, sem parar de avançar, e sentou sobre o seu colo.

— Vivi... Pára.

— Eu sei que você quer, Gabi. Quantas vezes a gente já fez isso? – A frase saiu em um tom provocativo e sussurrado ao pé do ouvido. – Quer que eu implore pra você me comer? Quer que eu encha a sua bola e diga que eu tô com saudade? Eu digo.

Sob Nossas Peles (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora