Gabriela dormia de bruços quando sentiu a palma da mão alisar suas costas por dentro da camiseta, de um jeito tão suave que lhe arrancou um sorriso frouxe. Houve apenas uma fração de segundos entre apreciar o momento e entender que havia dormido sem Camila, o que significava que aquela mão não poderia ser a sua. Virou-se no mesmo momento, apressando o despertar para entender o que acontecia.
— Porra, Vivi, o que você tá fazendo? – Gabriela afastou-se para o canto da cama, ainda devagar.
— O que você acha?! – Viviane tinha um sorriso largo nos lábios, sentada sobre o colchão.
— Como você entrou aqui?
— Com a chave que você me deu... Não era pra isso?
— Eu te dei aquela chave pra emergências.
— Ah, isso é uma emergência... – Viviane sorriu, maliciosa, e nitidamente decidida. Mordiscou o próprio lábio enquanto engatinhava para cima. – Você ganhou, Gabriela. Tá bem? Satisfeita? Você ganhou.
— O quê? Do que você tá falando? – A voz rouca de Gabriela entregava que ainda despertava e o raciocínio estava lento.
— Tô falando do seu joguinho...
— Que jogo, Vivi? – Gabriela esquivava-se da maneira que podia das mãos deslizando pelo seu corpo. – Porra, você só pode estar de sacanagem comigo...
— Esse seu joguinho de "não podemos mais"... Chega disso.
Viviane tomou a nuca de Gabriela com os dedos, avançando sem pedir permissão. Mirava seus lábios como se estivesse faminta.
— Ei, espera aí! – Gabriela conteve seu corpo com o antebraço. – O que...? Isso não é um jogo.
— Não? – A pergunta soava exageradamente sensual. – Não foi exatamente isso que você fez quando eu namorava? E o que você fez quando eu cedi?
— Vivi, pára. – Gabriela murmurou, esfregando os olhos. – Aquilo não vai mais acontecer.
— Hum... – Viviane tinha um sorriso que quase debochava, se aproximando devagar. – Se arrependeu?
— Você tem alguma dúvida?
— Não sei... – Os olhos continuavam mirando os de Gabriela, mas os lábios já se aproximavam do seu maxilar, ainda em um mover tão suave que era quase imperceptível. – Não parecia arrependida quando arrancava a minha roupa com meu ex dormindo no outro lado dessa parede.
— É, a gente tava errada quando fazia aquilo.
— Então quando eu namoro, a gente pode transar, mas quando você namora, não podemos mais? – A pergunta tinha uma manha que fingia indignação. – Não parece muito justo...
— Eu... Não tô namorando com ela. – Gabriela falou com dificuldade quando sentiu os lábios de Viviane deslizarem devagar pelo seu pescoço. Em um segundo, voltou a afastar-se o suficiente para descolar os corpos. - Mas isso não muda as coisas.
— Ótimo, eu não gosto de mudanças.
Viviane tomou a mão de Gabriela e a levou até seu próprio seio, apertando-o com força, com um sorriso satisfeito. Ofegou baixo, sem parar de avançar, e sentou sobre o seu colo.
— Vivi... Pára.
— Eu sei que você quer, Gabi. Quantas vezes a gente já fez isso? – A frase saiu em um tom provocativo e sussurrado ao pé do ouvido. – Quer que eu implore pra você me comer? Quer que eu encha a sua bola e diga que eu tô com saudade? Eu digo.
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Sob Nossas Peles (Romance Lésbico)
RomansaE se você descobrisse que a pessoa com quem sempre sonhou está em um molde diferente do que você procurou a vida inteira? Camila e Gabriela tinham vidas diferentes, e sonhos e planos quase opostos, mas uma fina linha as unia, e quando se encontrara...