Capítulo 24

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— Camila... – A voz a chamou em um sussurro algumas vezes, até que virasse um grito. – Camila!!

Júlia gritou e quase pulou junto com o susto de Camila ao acordar.

— Porra, Júlia! Quer me matar? Que... O que você tá fazendo aqui? Que horas são? – Camila olhou confusa ao seu redor, ainda despertando.

— Acho que umas 8:30h.

— Nossa, Júlia. – Esfregou as mãos sobre o próprio rosto, bufando. – Caso não tenham te avisado, quem acorda as pessoas é o galo, e não a galinha.

— Humm, uma piada. – Júlia riu baixo. – Está de bom humor?

— Estou de péssimo humor.

— O que aconteceu? – Perguntou, despretensiosa.

— Eu dormi mal e fui acordada às 8:30h. O que você tá fazendo aqui tão cedo?

— Nada. – Júlia deu de ombros, pensando em uma boa desculpa. – Meus pais vão passar o dia fora e eu não queria ficar sozinha em casa, pensei em ficar um pouco aqui com você. Aliás, não está cedo pra quem tem uma vida saudável.

— Hum... Tudo bem. – Camila finalizou, virando-se novamente para o outro lado.

— Acorda, vadia!

Júlia sacudiu os ombros de Camila, que grunhiu em protesto.

— Júlia, quer uma dica? Deita e dorme comigo. É o melhor que vai arrancar de mim pelas próximas horas.

Júlia revirou os olhos, mas aceitou à contragosto. Retirou os sapatos com calma e deitou ao lado de Camila.

— Quer conversar? – Júlia incentivou, afagando os cabelos de Camila, que ainda estava de costas.

— Quero dormir, Júlia. – A resposta veio curta, como se suspeitasse das intenções da prima.

— Você já foi uma companhia mais agradável, sabia? O que foi, dormiu mal essa noite? Seu cabelo tá todo suado, credo...

Camila bufou, sem responder, e fechou os olhos, tentando ignorar a curiosidade que tinha dentro da própria cabeça. Respirou fundo, tentando não fazer a pergunta que tinha na ponta dos lábios, até que não pudesse mais contê-la. Em um impulso, virou-se de frente e encarou Júlia, que a olhava curiosa.

— Você... – Camila conteve a frase, freando a própria língua e fechou os olhos, balançando a cabeça negativamente. – Não, esquece, deixa pra lá.

— O quê? Fala! – Júlia chacoalhou a prima pelo braço, incentivando.

— Você... Alguma vez, já... Teve um sonho em que estivesse... Você sabe... – Camila franziu a testa, quase pedindo para que Júlia entendesse do que ela falava.

— Não, o quê? Voando?

— Não!... Transando. – Camila sussurrou.

— Ah! Nossa, que idade a gente tem, 12? É claro que já, o tempo todo. Na verdade, ultimamente eu mais sonho do que faço acordada.

— Mas alguma vez você já... – Camila parou a frase no meio, arqueando a sobrancelha e torcendo novamente para que a prima soubesse o que pretendia dizer.

— Camila, você precisa terminar a pergunta se quiser que eu entenda do que está falando e te dê uma resposta.

— Tá! Droga. Alguma vez... Já gozou?

— No sonho?

— É!

— Ah, sim. Ué, não é pra isso que a gente sonha que tá transando?

Sob Nossas Peles (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora