Capítulo 30

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A primeira coisa que notou ao abrir os olhos foi o teto típico de uma casa japonesa tradicional. O teto da casa que morou toda a sua infância e o início da sua adolescência. É estranho para o albino colocar ainda na cabeça que voltou ao seu lar e seus irmãos e sua mãe o aceitarem mesmo tendo feito coisas tão absurdamente erradas, mas ainda não sabia o que Enji pensava da suas ações. Na realidade, tem medo do pensamento do Enji sobre toda a situação, pois mesmo que o ruivo tenha ajudado nas questões jurídicas não pronunciou uma palavra para ele desde que estava preso.

Levantou-se da cama e procurou no armário alguma roupa que lhe servisse, encontrou uma camisa branca com o nome de um time futebol americano e uma bermuda vermelha e uma roupa íntima. Entrou no banho, se despiu e tomou banho com cuidado para que não molhasse tanto a parte do seu corpo queimada, pois a pele queimada ficaria enrugada e demoraria demais para que voltasse ao normal. Terminou o banho e colocou a roupa que teve a certeza que pertenciam de Natsuo, pois ficaram largas no seu corpo e um pouco curtas.

Saiu do quarto e pode sentir um cheiro de comida. Andou até a cozinha e pode ver a sua mãe preparando a comida do almoço e ficou surpreso com o horário que estava no relógio, pois raramente se acordava perto do período do almoço. Ficou parado na entrada da cozinha sem saber se deveria falar um "bom dia" ou uma "boa tarde" ou simplesmente pegar alguma coisa para comer.

- Não fique esperando na entrada da porta - disse Rei de costas fazendo o almoço. - Ainda tem um pouco de pão e manteiga em cima do armário, mas se quiser geleia de morango tem na geladeira.

- Como que você sabia que eu estava aqui, se você estar de costas ? - perguntou chocado o albino.

- O barulho dos seus passos são iguais que do Enji quando acorda - respondeu a portadora da individualidade de gelo colocando as verduras picadas na panela e mexendo com uma colher a panela.

- Então... vou preparar o meu café da manhã - disse um pouco sem graça e tentou fazer uma comparação entre o barulho dos seus passos com os de Enji, mas não conseguia se lembrar dos barulhos dos passos do ruivo. - Onde está a Fuyumi e Natsuo ? 

- A Fuyumi está trabalhando dando aulas para crianças e Natsuo está na universidade - Rei ainda continuava de costas concentrada com a comida que estava preparando. - Dormisse bem ? 

- Acredito sim - disse pegando somente o pão e o comendo. 

- As roupas do Natsuo não caíram bem em você, hoje ou amanhã tentarei falar com Enji para a gente sair para comprar roupas para você - reparou a roupa que não favorecia nem um pouco o corpo do seu filho, assim que terminou o que preparava no fogão. 

- Falando no diabo - pode perceber o olhar repreensivo da albina, mas decidiu continuar o que ia falar sem se corrigir. - O que ele pensa sobre a situação?

- Não tenho a mínima ideia do que se passa na cabeça dele sobre essa situação- respondeu com sinceridade enquanto se senta na cadeira e convidando o Touya a se sentar na outra. 

- Nem uma ideia ? - perguntou chocado, pois a única pessoa que conhecia o suficiente o atual herói número um para saber como funcionar a mente dele.

- Talvez esteja feliz ou chateado. Não sei se posso dizer que passa na cabeça de alguém, mas porque você não pergunta para ele pessoalmente ? - perguntou de modo calmo para transmitir tranquilidade para o albino, mas o resultado foi totalmente ao contrário.

- Não acredito que ele esteja tão feliz - murmurou o albino ao se sentar na cadeira. - Acho que ele nem não queira me ver ou falar comigo.

Desabafou o que sentia sobre a sua situação com Enji e sua mãe escutou tudo sem dizer nada, esse pequeno gesto deixou o albino mais tranquilo para contar tudo desde o que sentia de de criança a como se sente agora. Quando acabou de falar tudo o que sentia, o albino pode escutar o barulho do relógio e o som do dos batimentos do seu coração.

My Dear VillainOnde histórias criam vida. Descubra agora