My Dear Villain

Capítulo 44

Touya achava que o tempo tinha uma maneira especial de se mover, como chegou nessa conclusão? Simples, quando ainda era um vilão tudo andava tão devagar, talvez para comprovar que a vingança realmente é um prato que se come frio, enquanto como um ex-vilão cumprindo sua pena, já passaram quase dois meses. 

Dois meses que descobriu que é pai. Dois meses que desistiu totalmente da vingança. Dois meses que repensou em todos os seus atos nos últimos anos. Dois meses que estava em serviço comunitário. Um mês que conheceu Sakura, sua pequena flor de cerejeira.  E metade do mês que tentado ler a mãe da sua filha todas as vezes que se encontravam.  Esse último item fazia desde da época que viva nas ruas, pois entendendo como funciona o sistema sempre saberá como lê-lo. 

Conseguia saber a heroína quando estava preocupada. Sabia que Sakura sempre conseguiria arrancar um sorriso dela, a pergunta certa seria de quem a sua filha não conseguia arrancar um sorriso do rosto de alguém? Ninguém conseguia não sorrir perto do seu pequeno broto de cerejeira. Conseguia saber quando estava indecisa na hora de puxar uma conversa e como seus olhos brilhavam mais forte quando comia algum doce. 

E aqueles par de âmbar eram exatamente iguais que da época que ficaram juntos. Olhos de uma pessoa que sabe o que quer e de alguém que sabe mexer com a cabeça da pessoa, literalmente. Toda vez que olhava para aqueles olhos, lembrava daquela noite automaticamente, principalmente todas as curvas e as pequenas cicatrizes quase imperceptíveis. As lembranças era tão vívida que conseguia sentir seus lábios beijando cada cicatriz de Akemi de forma tão real que parecia que estavam naquela noite. 

- Touya-nii, cuidado para não se atrasar - falou Fuyumi tirando o de olhos azuis dos seus pensamentos, coisa que ele a agradecia por isso, pois provavelmente seus pensamentos iriam longe demais e não iria conseguir parar de pensar. 

- Obrigado, Fuyumi. - Terminou de comer seu café da manhã e foi se despedindo da sua irmã e sua mãe para ir para o serviço comunitário. 

Demorou alguns minutos para chegar no local, obviamente estava acompanhado pelo assistente de controle de serviço comunitário. A casa era maior que a casa do seu progenitor e a única coisa que pensou foi porque ele teria que fazer alguns reparos em um lugar que o dono tem dinheiro mais que suficiente para contratar uma pessoa adequada para esse serviço? Com certeza o dono dessa casa deveria ser uma mão de vaca ridícula. 

- Você deve ser a pessoa que será responsável pelo o serviço de hoje? - Perguntou uma adolescente de cabelos e olhos pretos, cuja a aparência mostrava que deveria ser um ou dois anos mais velha que Shoto.

- Sim, sou eu - respondeu tentando observar algum problema visível na casa estilo convencional -, qual o serviço que terei que fazer? 

- Eles não falaram? Que droga - bufou irritada a adolescente. - Primeiro entre e ao caminho vou mostrar o seu serviço.  - Deu espaço para o albino passar e começou a mostrar a casa. 

A mansão, pois aquilo não poderia ser considerado uma casa de uma pessoa padrão, não tinha nenhum problema visível e o jardim estava impecável. Tons dourados e azuis eram presentes no lugar, quadros que pareciam ter custado uma fortuna, porém reconheceu que grande parte era falsificada, habilidade adquirida na Liga dos Vilões. Provavelmente seria algum problema interno para se resolver. 

Engano seu. Totalmente o oposto de todas as suas ideias. 

- Espero que o você não se incomode em beber um chá - disse um senhor enquanto a adolescente colocava um copo na mesa. 

- Sem problemas - sua cara estava impassível, nunca antes custava tanto entender uma situação. 

- Qualquer coisa só puxar a hera - falou a única menor de idade para seu avô e saindo da sala de jantar. E nisso percebeu que perto da mesa tinha uma hera que aparentemente tinha uma longa extensão, uma vez que ela ia da mesa até a porta e tinha certeza que continuaria até onde a adolescente estava.