My Dear Villain

Capítulo 42

Tinha passado alguns dias desde Touya ligou para advogada e chegou o dia que iria ajudar no procedimento de saúde de sua filha, mais o bônus que veria seu pequeno broto de primavera. Segunda a advogada, não foi difícil convencer o juiz em deixar o Touya colaborar com o tratamento da menor, pois havia leis que podiam flexibilizar ao seu favor e o juiz também era pai de uma criança um pouco mais velha que a Sakura, o que ajudou a sensibilizá-lo. 

O albino estava vestido uma calca jeans preta e uma camisa de manga longa personalizada de uma banda que nunca tinha ouvido falar, escolheu um conjunto mais básico e confortável, - seria mentira se falasse que não teve ajuda para escolher a roupa. Fora isso tinha que usar um boné e uma máscara para que nenhum cidadão pudesse ver que ele estava andando "livremente" pelas ruas, pois a sua condição judicial e nem a dos outros vilões foram divulgadas nas notícias. 

Esperava que Enji saísse do quarto para o levar, uma vez que tinha que andar com alguém de segurança para que não quebre a lei. E não demorou muito para que o progenitor da família Todoroki estivesse pronto, assim foram para U.A. 

O caminho até o colégio de super-heróis mais famoso foi silencioso, porém o único som que tinha no carro era a do rádio com músicas do gênero rock e seus derivados. Nenhum dos dois proferiram alguma coisa, estava nítido que eles não sabiam como iniciar uma conversa entre eles e por isso sentia-se que o percurso até o destino final distante. Ao chegarem lá, Touya ia ajeitando o boné e saindo do carro, mas uma mão grande segurando o seu braço o impediu. 

- A máscara. - Falou o ruivo entregando a máscara de material médico para o seu filho mais velho e o soltou logo em seguida.

- Obrigado. - Respondeu pegando a máscara e colocando-a. 

Touya tinha quase uma vaga lembrança que essa era a primeira vez que o atual herói número um o lembrava que tinha esquecido algo sem gritar ou o bater ou o ignorar. Um avance. O albino agora só precisava ser mais corajoso para finalmente resolver a história do Dabi e Endeavor. 

O portador das chamas azuis olhava para o colégio e se lembrava como tinha sede que queimar isso tudo as cinzas, matar todos aqueles que tinham um sonho ser um herói, matar os heróis. Lembrava-se quando a Liga invadiu o colégio no meio de um treinamento dos alunos da sala     1-A, quando sequestrou um loiro explosivo. Todas essas memórias atravessaram em sua mente, quase instantaneamente isso o deixou mal. 

"Como poderia ter recorrido a algo tão baixo? Ter se divertido com suas mãos banhadas de carmim e queimadas? Ter desejado a morte de pessoas inocentes e nunca ter se arrependido antes...." 

Do nada um abraço em sua perna. Olhos azuis turquesas contra azuis turquesas. Sakura continua a mesma coisa que antes. Pequena, sorridente, carinhosa e um calmante natural. Só de sentir ou ver ela sorrir todo qualquer pensamento ruim se esvai na mesma velocidade que chega. Sua pequena tinha um dom natural para sentir que em alguma coisa tinha feito algo bom e que ele era bom. 

O antigo vilão a pegou no colo e quando viu que ela iria falar seu nome, fez um sinal de silêncio para que não tivesse risco de algum estudante ou funcionários normais o descobrisse. A menor não entendia o motivo, mas colocou as mãos na boca e movimentou a cabeça de cima para baixo. 

- Otto-san está fazendo alguma missão secreta?- Perguntou em um sussurro a de cabelos castanhos no ouvido do seu pai, fazendo o mesmo rir. 

- Hai, hai. - Respondeu no mesmo tom de voz que a sua filha. - Por isso que só pode falar o meu nome quando estivermos com pessoas confiáveis. - Acariciou os cabelos da sua pequena.

Podia ver a Akemi a alguns metros de distância. Não podia negar que a heroína com um vestido que lembrava o verão ensolarado tinha feito que concordasse que estava bonita, porém nos dias que tinha a visto nunca viu ela feia, sempre estava bonita de mil e uma maneiras diferentes. E reparava que a filha deles estava vestida de jardineira e com um penteado de maria-chiquinha.