Eu sempre tive muita dificuldade em aceitar meus erros. Era um trabalho constante aceitar as merdas que eu fazia e a lista era extensa para caralho. Mas, não adiantava chorar pelas merdas feitas, certo?
Porém a falta de notícias, que me agoniava...
Onde ele poderia estar?
Há dois dias eu não o via desde o "incidente" no meu prédio e isso me deixou incomodada, mesmo sem saber o porquê.
Liguei diversas vezes para ele e nada. Mensagens, todas entregues mas nunca visualizadas. Fiquei tentada a descobrir seu endereço e ir até lá, mas consegui me conter. Porém cheguei ate ligar pra a clínica dele. Fui discreta e não me atrevi a perguntar o paradeiro do mesmo para ninguém, só joguei um verde e não colhi maduro.
FlashBack on
– Olá, bom dia. Gostaria de marcar uma consulta para meu cachorro com o Alfonso, por favor. – Digo com o cartão da clínica em minha mão, que eu balançava freneticamente recostada no encosto do sofá.
– Bom dia senhora. Infelizmente Alfonso não se encontra, mas temos outro veterinário de plantão. Gostaria de marcar com ele?
– Não obrigada. Você sabe me dizer quando será o plantão do Alfonso? – Digo com a mão na têmpora e com a cabeça, agora repousada nas costas do sofá.
– Olha ele faz plantões diários, porém ontem e hoje ele não veio, mas acredito que amanhã ele esteja aqui. Com quem eu falo? Quer deixar recado...
– Não obrigada e bom dia. – Digo desligando o celular.
FlashBack off
Isso foi ontem de manhã.
E na verdade eu deveria deixar para lá, era até bem melhor assim, não o ter por perto, pois assim eu não ficaria tentada perto dele e outra eu não o magoaria mais. Eu deveria aceitar esse afastamento. Eu até aceitaria isso muito bem, se ele não fosse diferente dos outros, se ele não tivesse aqueles olhos. Eu nunca tinha visto olhos como os dele. Tão expressivos, cristalinos e intensos, mas isso não era tudo: ainda tinha o sorriso fácil e a vontade de estar sempre por perto, marcando território de um jeito sexy e a disposição para ajudar sempre que precisasse. Ele ria espontaneamente, mostrando os dentes perfeitos sem muita preocupação. Aquele filho da puta sabia rir de um jeito que mexia com o meu psicológico, eu não poderia negar.
E eu era uma maldita egoísta.
Eu o queria, porque não havia me saciado o suficiente, já que ele não sai da minha cabeça.
Munida de minha única e última tentativa, bebi o restante do café, agora frio que nem gelo, larguei a xícara na pia e peguei a guia de Bartolomeu.
– Vem filho. Vamos encontrar seu amigo. – O chamei e ele logo veio correndo em minha direção. Mancando é verdade, mas ele veio.
Peguei o elevador de serviço, já que levei um sermão da síndica do prédio quanto a andar com animais pelo elevador social. Mas quando questionei sobre o filho dela também andar pelo elevador social o saguão do prédio virou uma guerra. Além da fama de vadia, que já circulava pelo prédio, agora também sou conhecida como barraqueira e desrespeitadora de idosos (se é que essa palavra).
Mas voltando ao nosso assunto.
Peguei meu carro, liguei o som a fim de me acalmar, prendi Bartô no suporte para segurança de cães que instalei e segui para a clínica de Alfonso. Segundo o funcionário que liguei ontem ele estaria de plantão hoje.
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Aprendendo a amar!
RomantikAnahí Portilla, uma mulher extremamente sensual, sedutora e durona. Detetive criminalista acaba se encantando pelo pacato veterinário Alfonso Herrera, um amante de animais e adepto a todas as formas de amor. Concepções diferentes sobre o amor! Camin...