Capítulo 7 - Talvez ele não queira te comer mesmo!

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Sai daquela clínica fula da vida. O cretino daquele atendente oferecido quase arrombou aquela porta atrás do Alfonso para lhe comunicar uma emergência: uma cadela havia se enrolado em um arame farpado!!

Sem pensar duas vezes e nem me dar um tchau o infeliz saiu correndo e me deixou ali com os dois cachorros. Bartolomeu nem ligava para mim – cão ingrato. – e o outro abanava o rabo e latia em minha direção.

As meninas dizem que as vezes sou uma cadela com o sexo oposto, então porque o veterinário gostosão não cuidou de mim, tratando das minhas necessidades primeiro?

Eu precisava sair, precisava me divertir e aliviar essa tensão sexual que me rodeava. E se Alfonso não quer, tem quem queira. Eu que não vou ficar correndo atrás dele.

Não mesmo.

Cansei.

Peguei meu carro e fui em direção a primeira casa de show aberta naquele horário. Nem me preocupei em ir para casa me trocar. A final eu não preciso me produzir só para caçar. Modesta a parte, até vestida em trapos eu chamo a atenção.

Trinta minutos depois avisto uma boate chamada "Fire" espero que ela seja quente como o nome diz. Deixei meu distintivo e minha arma no carro, afinal eu queria caçar e não afastar a presa. Peguei um par de salto alto, que eu sempre mantinha no carro para essas ocasiões e troquei as botas por eles. Coloquei umas notas de cem no bolso e segui para o local. Infelizmente, sem Maite e Dulce ao meu lado, tive que enfrentar a fila para entrar, pois elas eram populares nessas casas de show, eu não. Vinte minutos depois eu já estava dentro e com um copo de caipirinha nas mãos.

O local estava escuro, barulhento e cheio de gente suada se contorcendo ao ritmo da música em todos os lugares que minha vista alcançava. O DJ ficava numa plataforma e incitava as pessoas a não pararem de dançar.

Segui pelas escadas e me acomodei na mesa vip que ficava num ponto mais alto do local, assim eu poderia observar a pista de dança logo abaixo. Eu pretendia ficar ali degustando a minha bebida enquanto analisava minhas opções daquele local, que infelizmente também analisei mulheres loucas que gritavam e tentavam paquerar qualquer um que tivesse um pau no meio das pernas. Elas eram tão amadoras, que davam dó.

Esquadrinhei o local a procura de carne nova, eu estava em meu ambiente nativo. Era óbvio que eu encontraria alguma coisa interessante. Né?

Meia hora depois eu já estava desistindo da caça quando vi o meu alvo da noite. E ele era quente demais para ser verdade. Mas eles sempre eram. Na minha singela opinião, era para isso que homens eram feitos, exclusivamente para me proporcionar prazer e, depois cada um para o seu lado.

Não me julguem, mas eu não tinha relacionamentos. Nunca, eu me recusava veementemente a ter intimidade com alguém. Isso só valia para namorados. Ou melhor, não namorados. Por que para amizades eu estava sempre aberta e disposta.

Desci em direção à pista com um objetivo em mente. O observo a certa distância enquanto ele dançava com algumas pessoas. Num certo momento, acho que ele se sentiu observado e encontrou os meus olhos na multidão. Não desviei o olhar intenso do dele.

Abri caminho pela multidão de corpos, indo em direção a ele sem hesitar um instante sequer. Dei a volta por trás dele, abraçando-o, minhas mãos cruzando em seu peito, dançando junto com ele. Inclinei-me e beijei o seu pescoço, deslizando a língua languidamente por sua pele. Quando senti que ele se rendia, o virei para mim com um movimento fluido, encaixando-me entre as suas pernas, as mãos subindo por seu pescoço e envolvendo meus dedos em seu cabelo. Os saltos altíssimos que eu usava me deixavam com a altura perfeita.

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