Aprecio o nascer do sol de minha varanda, com Bartô em meu colo, em um sono dos justos. O que eu não consegui fazer desde quando Viegas saiu de minha casa há três horas.
Transar com ele foi um erro? Foi. Não nego. Mas eu precisava colocar as ideias no lugar. Mas a droga da minha mente não me mantinha afastada das lembranças da noite com Alfonso. E a tentativa frustrada de tirar esses pensamentos do meu sistema com o Viegas foi a gota d'água.
No início eu fiquei com tesão, estava no clima, mas, de repente, quando já estávamos em ação, Poncho invadiu a minha mente e eu perdi completamente o fio da meada, por um momento já não era mais Viegas me prensando contra a parede do meu apartamento, era Poncho ali. Mas a realidade logo veio a tona e percebi quem realmente estava transando comigo naquele momento. A excitação que eu sentia antes desapareceu de imediato, e tudo que pude fazer foi deixar apenas que Viegas gozasse e fui tomar banho em seguida sem dar tempo dele perguntar algo. Tentei enxotá-lo depois, nem nove horas eram ainda. Mas ele acabou me pegando no meu ponto fraco: meu trabalho. E ficamos o resto da noite estudando o caso que Maite havia levado mais cedo.
Mas voltando ao Poncho... Eu achei que precisaria apenas de uma noite com ele pra me livrar daquela vontade que eu sentia de ter o seu corpo contra o meu, mas eu admitia agora que estava enganada. Parece que eu precisaria ter um pouco mais dele ao meu redor para finalmente me sentir saciada e seguir em frente.
Merda, eu precisava ter o Poncho de novo.
E ali, sentada com meu cachorro, eu pensei nas minhas possibilidades para tê-lo novamente. Eu tinha três regras em relação ao sexo:
1° Tentar não repetir uma transa.
Não que eu saísse por aí transando com todos os caras que apareciam na minha frente. Eu gostava de sexo, mas não era ninfomaníaca. Eu apenas não gostava de figurinhas repetidas no meu álbum. Se os caras podiam variar, eu também podia.
2° Amizade com benefícios.
Era assim que se resumiam as minhas relações mais duradouras com as raras transas repetidas. Caso repita o par, deixar bem claro as minhas intenções seriam baseadas no sexo sem compromisso, na amizade colorida. Sexo sem cobranças. Sem ciúmes. Sem possessividade. Sexo com prazo para acabar, quando qualquer um dos dois tiver vontade de colocar fim em tudo. Simplesmente acaba. Sem crises, sem choradeira. Rápido, pratico e fácil. Como arrancar um band-aid. Foi assim com o Allan, meu ex pau amigo do departamento.
3° Não me apaixonar.
Em hipótese alguma. Nunca.
Paixão ou amor estava fora de cogitação para mim. Se Deus quiser e Ele há de querer que dessa água não beberei!
Relembrando minhas regras, notei que infelizmente Poncho já se encaixaria logo de cara na regra número dois. Eu queria repetir a dose com ele, era uma droga admitir isso para mim mesma, mas eu queria.
Porém eu pensei também nele, em como ele ficaria nessa regra. Como ele reagiria. Mas se eu deixasse claro todas as minhas intenções com essa regra e ele aceitasse, eu não teria culpa se ele se magoar no final, né? Para ele também seria vantajoso, já que ele não queria que eu o afasta-se de mim.
Então decidida eu apanhei meu celular, disposta a fazer uma proposta irrecusável a Alfonso Herrera. Bartô resmungou quando me mexi para fazer a ligação. Mas a informação no canto superior esquerdo me tirou um pouco dessa animação.
Ainda eram seis e quinze da manhã. Com certeza ele ainda estava dormindo. Então prefiro ligar mais tarde. E como estou sem sono, decido tomar um banho, café e levar Bartô para sua caminhada diária. Quem sabe assim o tempo passe mais rápido do que o esperado.
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Aprendendo a amar!
RomanceAnahí Portilla, uma mulher extremamente sensual, sedutora e durona. Detetive criminalista acaba se encantando pelo pacato veterinário Alfonso Herrera, um amante de animais e adepto a todas as formas de amor. Concepções diferentes sobre o amor! Camin...