Assim que entrei de rompante na sala de interrogatório, avistei Viegas, visivelmente puto, debruçado sobre a mesa encarando Alfonso de maneira assassina. Alfonso por sua vez, estava sentado olhando para Viegas enraivecido.
– O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?
Os dois olharam para minha direção, mas eu só mantive meu olhar em Alfonso, que se mostrou muito mais irritado quando me viu.
– Ah pronto. Era só o que me faltava!! – Disse largando os braços na mesa.
– Respondam? – Digo adentrando mais na sala.
– Pergunta pro seu parceiro aí... – Alfonso pronunciou a palavra com ironia. Revirei os olhos. A final para bom entendedor meia palavra basta.
– Você me socou seu merda! – Viegas tomou a palavra. – Daqui você vai direto pro xilindró...
– Você não pode me prender, porque foi você que começou... – Ambos estavam exaltados. E eu estava começando a ficar com dor de cabeça.
– CHEGA!! – Gritei batendo na mesa, o que fez Alfonso saltar com o susto e Viegas rir dele. Idiota! – Viegas sai da sala...
– O que? – Ele começou a protestar. – Você não pode fazer isso! Eu o prendi, ele é meu interrogado...
– Foda-se, se o prendeu ou não. Você sabe muito bem que você não pode estar a frente de um caso no qual você está envolvido. Então, saia da porra desta sala! – Digo tudo isso encarando-o, frente a frente.
Ele trava o maxilar, seu olhar se volta para Alfonso e depois volta para mim antes de sair da sala irritado. Batendo a porta com toda força na saída.
Solto uma respiração pesada e me viro para ele. Pro homem que pensei ter superado até o ver ser arrastado para cá.
Recostei-me na lateral da mesa, ficando de frente a ele, que olhava para tudo o que era canto menos para mim. Não canso de dizer o quanto esse homem é bonito. Sua aparência me causava reboliços toda vez que o via: o cabelo preto curto, aqueles olhos naquele tom indecente de esverdeado. O corpo largo e braços que delineavam o suéter que usava com músculos bem definidos. E estava imundo. O cabelo seguia várias direções, como se tivesse passado a mão diversas vezes por eles. Os olhos esverdeados, cercados de vermelho, e um corte no supercílio aparecia em seu belo rosto confirmando que brigou momentos atrás. A expressão estava além de cansada, ele parecia esgotado e irritado, os ombros largos curvados para baixo, realmente o seu dia não havia sido dos melhores.
– O que aconteceu Poncho? – Pergunto e apesar de estar sujo e esgotado, seu cheiro continuava bom, um cheiro amadeirado maravilhoso que bagunçava meus sentidos toda vez que o sentia. Como reconheci o seu perfume ali, não me perguntem porque também não sei, só sei que o cheiro gostoso dele estava lá, junto com as batidas muito aceleradas do meu coração. – Poncho? Deixe eu te ajudar. Eu precis... – Parei assim que seus olhos se fixaram nos meus e eu não conseguia desviar os meus dos dele.
Era como um fio nos obrigando a ficarmos ali nos olhando sem nenhum motivo aparente. Seus olhos estavam cravados em mim de tal maneira, que sentia essa urgência de ir até ele, ampará-lo, guiá-lo, cuidar dele.
Mas que porra estava acontecendo comigo?
– Pergunte ao seu namoradinho. – Disse desdenhoso.
O QUE? NAMORADINHO? Filho de uma..
– Escuta aqui Alfonso, Viegas não é meu namorado... – Digo irritada enquanto ele me olhava assustado. – E mesmo que fosse isso não é da sua CONTA! – Gritei.
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Aprendendo a amar!
RomansaAnahí Portilla, uma mulher extremamente sensual, sedutora e durona. Detetive criminalista acaba se encantando pelo pacato veterinário Alfonso Herrera, um amante de animais e adepto a todas as formas de amor. Concepções diferentes sobre o amor! Camin...