Harry revirou os olhos, levantando-se, os braços cruzados, em passos pesados entre a neve, atrás de Draco, que carregava uma mochila em suas costas e um graveto com um pedaço de carne na ponta, que ele mordiscava em intervalos de segundos. Rony estava um pouco logo atrás, com os restos de carne que Draco havia deixado e um copo de chocolate quente que agora estava gelado.
— Se você deixar de ser idiota, vai acreditar no que eu estou dizendo! — ele gritou para o namorado, que não fez nada além de seguir seu caminho por uma trilha que, antes, era visível, mas que naquela época do ano não passava de um espaço entre as árvores, coberto de neve. Olhou para trás, para um Rony perdido em seus próprios pensamentos e preocupado em tirar o pé de um buraco falso de neve. — Eu nunca iria fazer alguma coisa com Rony. Ainda mais no frio do caralho que estava fazendo ontem, Draco!
Harry estancou, observeu o namorado continuar caminho, com toda aquela sua pompa que exibia ao caminhar, os ombros subindo e descendo, o braço jogando-se para frente e para trás a medida que inclinava seu corpo pelo caminho a frente.
Olhou para seus tênis, cobertos de neve, e então arqueou seu corpo para frente, enterrando os dedos na neve suja e levantando o braço, agora com uma bola de neve na mão. Ele mirou e então a jogou. A bola sobrevoou o espaço entre eles e se espatifou na cabeça de Draco, que parou sua caminhada e pendeu a cabeça para baixo.
Rony ainda tentava tirar o pé preso do buraco.
O loiro virou-se para Harry, largou sua mochila na neve e então correu para trás de uma grande árvore da trilha, o moreno sorriu. Bingo! Agora ele tinha a atenção do outro. Jogou-se atrás de uma grande rocha, que deveria vir da pequena montanha que ladeava Hogwarts, e encheu sua mão com mais neve, agora um pouco mais encardida por conta da sujeira que descia pelo morro.
Levantou o olhar e a cabeça acima da rocha, Draco ainda estava escondido. Voltou para baixo, desfazendo a bola de neve e fazendo outra, um pouco mais firme entre seus dedos e em maior tamanho. Com a mão esquerda, apoiou-se para erguer a cabeça novamente, mas dessa vez ele sentiu o gelo em sua testa, escorrendo por seu rosto e deixando-o completamente dormente.
Sem coragem, mas com certa dedicação, levantou-se em um pulo e correu para o lado contrário ao de Draco. O menino saiu detrás da árvore e o outro aproveitou a deixa para atirar sua bola, que dessa vez tocou diretamente no pescoço de Draco, que soltou um urro que se espalhou por toda a floresta.
O loiro jogou-se no chão, caçou mais nave e então correu até Harry, que, sem ter onde se esconder, começou a correr para a direção de Rony. Os dois contornaram o ruivo, sentado no chão e tentando puxar sua perna para fora da buraco. Draco jogou e Harry conseguiu desviar, voltando a correr, deu uma cambalhota na neve, encheu as duas mãos com e então virou-se para Draco.
Ele não estava mais ali.
O extinto de Harry se conectou ao espaço rapidamente. Ele virou-se de costas, nada. Para os lados, para todas as direções, nada. Começou a tremer, aquele medo de ser surpreendido a qualquer momento. Jurou ter sentido um pouco de mijo escorrer por sua coxa, mas naquele momento ninguém iria perceber.
Então Draco surgiu às suas costas, levantou a camiseta e jogou tudo nas costas do moreno, que jogou-se no chão. Começou a suspirar alto, seu problema de pulmão não o ajudando muito, enquanto tentava recuperar o fôlego. O loiro parou em sua frente, sorrindo descara e perversamente para ele.
— Desiste, Potter?
Havia um quê de arrogância em sua voz e Harry sentiu no momento. Ele não estava brincando, ele apenas queria machucar o moreno de alguma forma. Esticou seu braço, apoio-se na coxa e levantou-se, encarando o namorado frente a frente.
— Eu não fiz nada com Rony.
— Eu não acredito! — Draco aproximou mais o rosto um do outro, não como em um beijo romântico, mas como Michael Jackson em Beat It. Ele ergueu suas mãos e empurrou Harry, que tropeçou em suas próprias pernas e quase caiu.
O moreno ficou vermelho, aquele ódio crescendo em seu peito e querendo jogar-se em cima de Draco, que começou a soltar uma gargalhada por cima dele. Harry inclinou sua perna para trás, apoiando-se nela, e então saltou para cima do garoto, empurrando- com mais e força e fazendo com ele que caísse no chão, os braços atingindo uma das rochas da montanha.
Draco soltou um grito, um grito baixo de dor, não tão alto quanto os de Rony, que já havia deixado seu resto de comida congelado ao lado de sua perna presa. — Porra! — gritou o ruivo, quando percebeu que nenhum dos dois garotos estavam querendo ajudá-lo.
— Você acha que vai me deixar com odiozinho com esse teu ciúmes, Draco? — Harry jogou duas bolas de neve, uma atrás da outra, enquanto o menino ainda tentava levantar-se. — Primeiro você me diz para ficar fora do clube, que certamente já estou por que não apareci na cerimônia, e agora você quer me meter goela abaixo a ideia que eu dei para o Rony?
"Ele não deu para mim", susurrou Rony do outro lado. Mas alguém estava escutando ele? Não! A DR estava acontecendo e para os dois viados ele não passava de um pedaço de esterco tentando remontar sua merda para dentro do cu do porco.
— Você acha que eu sou seu e completamente seu? — Harry jogou mais uma bola de neve. — Você escolhe um relacionamento aberto e vem com isso para cima de mim? Vai, escolhe algum garoto nessa escola que queira ser teu escravo e fique com ele. Quer que eu troque de quarto? Eu troco.
Draco soltou uma risada, agora de pé e com os braços cruzados em frente a ele. — Eu plantei a camisinha.
Harry parou de gritar e olhou para ele, o ódio crescendo cada vez mais. — Você o quê?
— Plantei a camisinha — Draco aproximou-se, com a perna falhando por conta da queda. — Eu queria saber a tua reação, Harry. Agora eu percebi que você não é nenhuma puta, não. Me perdoa?
Draco passou as mãos em seus braços e então o envolveu em um abraço gelado de neve e ossos doídos. Olhou por sob o ombro do namorado o ruivo, que agora estava de pé novamente, afundando a perna cada vez mais, na espera de conseguir tirá-la do buraco se tivesse mais força ao puxar.
— Você estava brincando com a minha cara?
— Leite coalhado de três dias — Draco soltou mais uma de suas risadas. — Você acha realmente que eu iria ligar caso você tivesse fodido com o Rony? Você acha que eu sou quem, Harry?
Harry o abraçou com força.
— Você sabe o caminho de volta, não sabe?
Draco concordou, segurou a mão do garoto e caminharam até a mochila caída no chão. Rony olhou para eles, se afastando aos poucos.
— Ei, vocês vão me deixar aqui??
Lilá Brown olhou pela porta de vidro entre o prédio feminino e o masculino, ao lado de Parvati e Patil, as gêmeas meio indianas. Elas pareciam estar grudadas no vidro, observando algum movimento do quarto dos garotos.
— O que eles estão fazendo? — perguntou Parvati
— Algum tipo de busca por objeto pontiagudo, acho — disse Lilá, levantando sua espinha e fazendo o caminho contrário. — Venham, Chanels, a gente tem alguns garotos para com quem foder hoje a noite.
Ela caminhou no centro, enquanto as outras duas caminhavam logo atrás. Elas pareciam desfilar, enquanto as outras garotas do corredor as observavam com certa inveja. Mas o que elas não sabiam era que aquilo não era uma busca por objeto pontiagudo.
Eram funcionários da escola "plantando" drogas no quarto de Draco e Harry, especialmente na cama do moreno, em lugares estratégicos dignos de esconderijos que um adolescente iria pensar em usar.
Melhor!
Plantando evidências.
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50 tons de Draco Malfoy - DRARRY
FanfictionA família Dursley, cansada da inoportuna presença de seu sobrinho Harry, resolve mandá-lo para a Esplêndida Academia para Jovens Dotados de Hogwarts. O promissor menino se vê obrigado a conviver com a nova ideia de escola e a de socialização, ainda...