— Filho de uma égua mal parida — esbravejou Hermione, uma mão no corrimão da escada, outra na barriga. A dor de cabeça estava vindo e a festa do lado de fora ainda não tinha acabado. Não teria se dado a ideia de subir todas aquelas escadas se não tivesse visto Rony com um celular atrás de Harry. Se tinha uma coisa que Hermione sentia, mesmo quando bêbada, era quando uma merda muito grande estava prestes a acontecer. Na maioria das vezes, estava errada. Mas era preferível arriscar. — Rony?!
Bissexual enrustido do caralho, gritou em sua própria cabeça. Se chegasse acordada até o quarto de Harry, iria bater naquele garoto como havia batido em Draco na oitava série. A diferença, porém, é que ela não estaria pelada.
O ruivo estava logo à frente, alguns lances de escadas acima, esperando retorno da ligação. Harry e Draco já deveriam estar, aquela altura, trancados dentro do quarto. Não deveria estar se metendo em uma discussão entre os dois, mas seu Rony interior — e não era a alma do seu pau — dizia que ele precisava segui-los. Ou talvez estivesse com fome, não conseguia distinguir.
Quando finalmente alcançou o corredor, a porta justamente se fechou, mas isso não significava que não teria acesso à discussão; os gritos de Harry e os gemidos de Draco eram tão altos, que até a sua mãe — que deveria estar dando para o seu pai naquele momento — ouviria no meio dos gemidos e ranger de camas.
— Você não tinha o direito! — gritou Harry, de dentro do quarto. Rony revirou os olhos, o viado estava bravo. Aproximou-se da porta, segurando a maçaneta, mas não entrou. — Primeiro você me tira de lá da forma mais tosca, aí depois você diz para eles onde eu estou?
Eles são burros por não terem adivinhado, o ruivo considerou. Desculpa Harry, mas agora eu sei da onde vem tanto retardo.
Draco gemeu alguma coisa do lado de dentro. Até gemendo de bêbado Draco ficava gostoso. Desgraçado. Não estava surpreso que Hermione e Harry tinham caído nas graças do rei. Se Rony gostasse de garotos...
Rony fez uma careta. Uma voz em seu interior (Hermione) parecia obriga-lo a dizer o que ele não queria. Balançou a cabeça. Hoje não Satã (Hermione), hoje não. Segurou a maçaneta mais uma vez com força, enquanto a voz do outro lado do telefone atendia a ligação.
— Você de novo? — uma mulher disse do outro lado.
Se Rony não estivesse tão aturdido pensando em sua indecisão sexual, ele até teria certeza que a voz do outro lado pertencia a Sra. Potter. Mas como seu demônio (Hermione) ficava cutucando sua parte sexual mentalmente, nada mais fazia sentido para Rony.
Ele não podia dizer que era bissexual, podia?
— Cadê teu celular? — Harry perguntou. Rony olhou para o aparelho em suas mãos. Um calafrio subiu sua espinha e então viu Hermione aparecendo logo atrás, o rosto retorcido de bêbada, as pernas reviradas de bêbada e a boca torta de boquete. Clássico. — Draco...?
Hermione levantou as sobrancelhas para Rony. — Vai bater uma aqui ou o quê?
Ela estava definitivamente bêbada. Pegou o celular da mão de Draco e abriu a porta. Harry rapidamente levantou-se, assustado, enquanto Draco continuou onde ele estava. Na merda. Digo, no chão.
— Rony! — disse Harry, pegando o celular da mão do ruivo. — Você não atendeu a ligação daqui, não é?
Rony fez uma cara de suspeita. — Você deveria ser cafetão, Harry.
— O que aconteceu com ele? — perguntou Harry a Hermione, mas a garota se juntou a Draco na fossa, esparramada no chão com as pernas abertas. Harry se assustou. — Você não está usando calcinhas, Mione.
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50 tons de Draco Malfoy - DRARRY
FanfictionA família Dursley, cansada da inoportuna presença de seu sobrinho Harry, resolve mandá-lo para a Esplêndida Academia para Jovens Dotados de Hogwarts. O promissor menino se vê obrigado a conviver com a nova ideia de escola e a de socialização, ainda...