CAPÍTULO 18

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   Ando pelo quarto mal iluminado, observando as coisas ao redor com interesse

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   Ando pelo quarto mal iluminado, observando as coisas ao redor com interesse. Depois do meu turno na boate, Gregory me convenceu a dormir na casa dele. Tentei argumentar falando que Alie não poderia voltar sozinha para casa, mas Jean se prontificou em levá-la de volta em segurança. Então, aqui estou eu.
   O quarto é todo decorado em preto e branco. Paredes brancas, móveis pretos. Além das paredes repletas de pequenas cabeças de caveiras estampadas na mesma, há pequenas miniaturas de esqueletos espalhadas por todo o cômodo. Dizem que o quarto de um homem diz muito sobre ele. E, realmente, o preto e essas caveiras dizem muito sobre a alma negra de Gregory.
   Eu gosto de preto, mas confesso que a decoração escura do quarto está me sufocando.

   ㅡ Eu o decorei quando tinha quatorze anos. Me dá um desconto ㅡ resmunga Greg, chamando minha atenção.

   Ele está sentado no meio da cama, me observando na defensiva.

   ㅡ Sua paixão por caveiras é bem peculiar ㅡ zombo, segurando um pequeno boneco esquelético na altura do meu rosto.

   ㅡ Eu acho legal ㅡ ele retruca.

   ㅡ É legal na adolescência ㅡ provoco, rindo fraco. ㅡ Você tem vinte e quatro anos, cara.

   ㅡ Eu passei um tempo fora, idiota. Se o quarto continua do jeito que deixei quando fui embora a culpa não é minha ㅡ ele se defende. ㅡ Culpe minha avó por isso.

   Largo o boneco na cômoda e caminho até a cama, subindo na mesma e sentando ao lado dele, sobre minhas pernas.

   ㅡ Você morou aqui quando mais novo? ㅡ questiono.

   ㅡ Não. Mas passava os fins de semana. Aqui sempre foi meu lugar favorito ㅡ explica Greg, olhando ao redor. ㅡ Minha vó deixou eu escolher a decoração desse quarto. Ela queria que eu me sentisse o mais a vontade possível.

   ㅡ Ela sabia? ㅡ indago, esperando que ele entenda ao quê me refiro.

   ㅡ Acho que ela sentia que tinha algo errado ㅡ responde, dando de ombros e mudando de assunto em seguida: ㅡ Vou pegar uma roupa pra você dormir, pode tomar um banho enquanto isso.

   Ele indica uma porta no canto do quarto e eu assinto. Gregory some no pequeno cômodo onde ficam seus armários e eu sigo para o banheiro. Tomo uma ducha de dez minutinhos e quando saio encontro o quarto vazio. Me enxugo com a toalha que encontrei nos armários do banheiro e visto a roupa que Gregory deixou pra mim em cima da cama. Enquanto ele não aparece eu aproveito pra checar meu celular. Ignoro todas as mensagens recebidas, visualizando apenas a da minha mãe. Havia avisado que ia dormir no Gregory, e a resposta dela foi: "Okay. Se for fazer merda faz com responsabilidade. Te amo."
   Faço uma careta ao ler a mensagem curta, sabendo bem ao que ela se refere. Questiono o motivo de ela ainda está acordada às quatro da manhã e ela me manda uma foto da geladeira aberta em resposta. Rio ao lembrar de quem Alie e eu puxamos a fome infinita.
   Um movimento na entrada do quarto chama minha atenção e ergo o olhar, observando Gregory entrar no cômodo. Seus cabelos estão molhados e ele havia trocado de roupa, então deduzo que tomou banho em outro lugar. Ele ergue uma sobrancelha enquanto se aproxima e sobe na cama ao meu lado.

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