Dominick é um cara tranquilo e que está sempre disposto a ajudar alguém. Mas não se engane, apesar do bom coração, Dom não costuma levar desaforo pra casa. Tem sempre uma resposta na ponta da língua quando alguém tenta pisar nele. Dom trabalha como...
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Ando pelo quarto mal iluminado, observando as coisas ao redor com interesse. Depois do meu turno na boate, Gregory me convenceu a dormir na casa dele. Tentei argumentar falando que Alie não poderia voltar sozinha para casa, mas Jean se prontificou em levá-la de volta em segurança. Então, aqui estou eu. O quarto é todo decorado em preto e branco. Paredes brancas, móveis pretos. Além das paredes repletas de pequenas cabeças de caveiras estampadas na mesma, há pequenas miniaturas de esqueletos espalhadas por todo o cômodo. Dizem que o quarto de um homem diz muito sobre ele. E, realmente, o preto e essas caveiras dizem muito sobre a alma negra de Gregory. Eu gosto de preto, mas confesso que a decoração escura do quarto está me sufocando.
ㅡ Eu o decorei quando tinha quatorze anos. Me dá um desconto ㅡ resmunga Greg, chamando minha atenção.
Ele está sentado no meio da cama, me observando na defensiva.
ㅡ Sua paixão por caveiras é bem peculiar ㅡ zombo, segurando um pequeno boneco esquelético na altura do meu rosto.
ㅡ Eu acho legal ㅡ ele retruca.
ㅡ É legal na adolescência ㅡ provoco, rindo fraco. ㅡ Você tem vinte e quatro anos, cara.
ㅡ Eu passei um tempo fora, idiota. Se o quarto continua do jeito que deixei quando fui embora a culpa não é minha ㅡ ele se defende. ㅡ Culpe minha avó por isso.
Largo o boneco na cômoda e caminho até a cama, subindo na mesma e sentando ao lado dele, sobre minhas pernas.
ㅡ Você morou aqui quando mais novo? ㅡ questiono.
ㅡ Não. Mas passava os fins de semana. Aqui sempre foi meu lugar favorito ㅡ explica Greg, olhando ao redor. ㅡ Minha vó deixou eu escolher a decoração desse quarto. Ela queria que eu me sentisse o mais a vontade possível.
ㅡ Ela sabia? ㅡ indago, esperando que ele entenda ao quê me refiro.
ㅡ Acho que ela sentia que tinha algo errado ㅡ responde, dando de ombros e mudando de assunto em seguida: ㅡ Vou pegar uma roupa pra você dormir, pode tomar um banho enquanto isso.
Ele indica uma porta no canto do quarto e eu assinto. Gregory some no pequeno cômodo onde ficam seus armários e eu sigo para o banheiro. Tomo uma ducha de dez minutinhos e quando saio encontro o quarto vazio. Me enxugo com a toalha que encontrei nos armários do banheiro e visto a roupa que Gregory deixou pra mim em cima da cama. Enquanto ele não aparece eu aproveito pra checar meu celular. Ignoro todas as mensagens recebidas, visualizando apenas a da minha mãe. Havia avisado que ia dormir no Gregory, e a resposta dela foi: "Okay. Se for fazer merda faz com responsabilidade. Te amo." Faço uma careta ao ler a mensagem curta, sabendo bem ao que ela se refere. Questiono o motivo de ela ainda está acordada às quatro da manhã e ela me manda uma foto da geladeira aberta em resposta. Rio ao lembrar de quem Alie e eu puxamos a fome infinita. Um movimento na entrada do quarto chama minha atenção e ergo o olhar, observando Gregory entrar no cômodo. Seus cabelos estão molhados e ele havia trocado de roupa, então deduzo que tomou banho em outro lugar. Ele ergue uma sobrancelha enquanto se aproxima e sobe na cama ao meu lado.