CAPÍTULO 10

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   Saio do banheiro e dou de cara com Dominick encostado no batente da porta, de roupa trocada

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   Saio do banheiro e dou de cara com Dominick encostado no batente da porta, de roupa trocada. Seus cabelos castanhos estão molhados e bagunçados. Seus olhos me encaram e ele umedece os lábios em um gesto involuntário. Ainda posso sentir o toque doce deles.

   ㅡ Está com medo de entrar no quarto, Dom? ㅡ provoco, terminando de secar os cabelos com a toalha. ㅡ Não vou fazer nada que você não queira.

   ㅡ Não confio em mim o suficiente pra não querer alguma coisa de você ㅡ resmunga, entrando no quarto.

   Dominick fecha a porta e se encosta nela, levando as mãos aos bolsos da calça moletom. Descarto a toalha na poltrona e vou até a cama, me sentando na beirada e cruzando os dedos na frente do corpo.

   ㅡ Isso aqui tá parecendo aqueles clichês onde os personagens tem que dividir uma cama ㅡ brinco, o fazendo ri fraco.

   ㅡ Na verdade, não vamos dividir uma cama. Vou dormir no quarto de hóspedes ㅡ explica.

   A onda de decepção que me atinge me pega de surpresa.

   ㅡ Não quero que vá ㅡ murmuro, antes que possa me parar. A luz fraca do quarto reflete em seus olhos, os fazendo brilhar. Vejo seu pomo de Adão mover-se na medida em que ele engole em seco, e quando ele está prestes a retrucar, completo: ㅡ Não quero ficar sozinho com os meus pensamentos.

   Eu tenho noção do quão pateticamente desesperado eu estou soando. Mas realmente não quero ficar sozinho e pensar em tudo o que aconteceu no dia de hoje. Quando dirigi até a boate o plano era beber até ficar bêbado o suficiente para me fazer apagar. Mas então eu encontrei Dom e ele tem me distraído até então, por isso não quero que ele vá para o quarto de hóspedes, porque não quero ficar sozinho. Não hoje à noite, pelo menos.

   ㅡ Greg ㅡ ele começa, se empurrando para fora da porta e vindo até mim. Quando estar perto o suficiente ele se ajoelha em minha frente, entre minhas pernas, e segura meu queixo com a ponta dos dedos. ㅡ Você precisa colocar o que está te atormentando pra fora, antes que isso te sufoque. ㅡ Quando tento desviar o olhar ele segura meu queixo firme o suficiente para me deter. ㅡ Não precisa ser comigo, se não quiser, mas você precisa desabafar com alguém. Vai deixar as coisas mais leves pra você.

   ㅡ Meu pai finalmente admitiu que me odeia ㅡ confesso, sem hesitar. A facilidade com a qual as palavras deixam minha boca me pega de surpresa. ㅡ E mesmo já sabendo disso, ouvir as palavras vindo dele fudeu com minha mente.

   Dominick parece surpreso. Se é com a minha recém confiança em confessar isso pra ele ou pela confissão em si, eu não sei dizer. Ele solta meu queixo, sentando no chão com o cenho franzido.

   ㅡ Qual a probabilidade de ele ter falado isso em um momento de raiva? ㅡ questiona, com cautela. ㅡ As pessoas falam coisas que não querem quando estão com raiva e...

Sentimento ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora