CAPÍTULO 28

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   Batuco com os dedos na mesa de madeira, no ritmo da música animada que está tocando no ambiente. A letra é bonita, mas não consigo identificar a quem a música pertence.

   Quando chegamos aqui não pude deixar de notar os olhares dirigidos a Gregory e eu. E apesar de ter orgulho de ser quem eu sou, de não me envergonhar da minha sexualidade, ainda assim os olhares incomodam um pouco.

   Desvio minha atenção para Greg, que observa algo ao longe, e não deixo de notar o brilho de admiração genuína que transborda dos seus olhos. Franzo o cenho, seguindo seu olhar e vendo que o alvo dessa admiração é o cara atrás do balcão. Gregory olha para o Hudson com... orgulho?

   ㅡ Ele é importante pra você, né? ㅡ questiono, segurando sua mão sobre a mesa, e quando Greg me encara meio atordoado, eu completo: ㅡ O Hudson.

   ㅡ Minha família e eu costumávamos passar a maioria dos finais de semana aqui em Florianópolis. A gente acabou encontrando esse local e ele passou a ser nosso bar favorito aqui ㅡ diz Greg, tomando um gole da cerveja. ㅡ Conheci o Hudson na terceira vez que vim aqui e ele me ouviu reclamar do Talles por horas à fio. No começo eu não entendia o porquê de ele perder seu precioso tempo ouvindo um adolescente problemático de dezesseis anos.

   ㅡ Você já bebia aos dezesseis anos? ㅡ exclamo, abismado.

   ㅡ Não aqui. O máximo que o Hudson me vendia era refrigerante ㅡ Ele resmunga.

   ㅡ Pelo menos ele tinha bom senso ㅡ comento, fazendo-o revirar os olhos. ㅡ Mas e então, você entendeu o porquê de ele te ouvir?

   ㅡ Ele também não tinha uma boa relação com o pai dele ㅡ diz, rindo sem humor. ㅡ O cara era um babaca também.

   ㅡ Por isso ele é importante pra você? ㅡ questiono, gentilmente.

   ㅡ Hudson era um bom ouvinte. Eu podia ser eu mesmo com ele e isso era bom, sabe? Pra ele eu não precisava fingir que era feliz ou que estava bem ㅡ confessa. ㅡ Eu o via como...

   Ele não termina a frase, apenas engole em seco e fita o cara atrás do balcão.

   ㅡ Você o vê como uma figura paterna ㅡ advinho, ganhando sua atenção. ㅡ Ele representa tudo o que Talles não foi para você.

   Greg desvia o olhar para a garrafa de cerveja sobre a mesa, parecendo envergonhado. O gesto parte o meu coração e eu levo a mão até a sua, segurando e apertando-a carinhosamente. Seus olhos encontram os meus e ele força um sorriso.

   ㅡ Você sabe que ele te ver como um filho, não sabe? ㅡ questiono.

   Greg volta a encarar o balcão e sigo o seu olhar, vendo Hudson acenar para ele ao longe, com um imenso sorriso no rosto. Volto minha atenção ao cara à minha frente, à tempo de vê-lo sorrir de volta.

Sentimento ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora