CAPÍTULO 12

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ㅡ Greg, desce aqui rapidinho! ㅡ grita minha avó, do andar inferior

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ㅡ Greg, desce aqui rapidinho! ㅡ grita minha avó, do andar inferior.

Atravesso o corredor em dois tempos, descendo as escadas e seguindo para a cozinha.

ㅡ Senhora? ㅡ pergunto ao entrar no cômodo.

ㅡ Pode me ajudar a terminar o almoço, querido? ㅡ pede. ㅡ Sua tia está quase chegando e sua mãe saiu com o Pedro, não posso fazer tudo sozinha.

ㅡ Claro, vó. ㅡ Lhe ofereço um pequeno sorriso. ㅡ O que quer que eu faça?

ㅡ Corta esses tomates e cebolas pro estrogonofe ㅡ aponta para a tábua de madeira sobre a mesa.

Faço o que ela pede. Eu não sou exatamente um especialista na cozinha, mas sei fazer o básico para sobreviver.

ㅡ Onde minha mãe foi com o vô? ㅡ questiono, um tempo depois.

ㅡ Ele levou ela pra dar uma volta no condomínio, conversar um pouco ㅡ responde, distraída com as panelas no fogão.

ㅡ Vó? ㅡ chamo, ganhando sua atenção. ㅡ A senhora acha que ela vai ficar bem?

Ela me observa por longos segundos, como se analisasse minha pergunta.

ㅡ Depois de você, sua mãe é a pessoa mais forte que eu já conheci, Greg ㅡ responde, calmamente. ㅡ Não há nada no mundo, que ela não seja capaz de superar. O Talles... Ele destruiu sua mãe a partir do momento em que ele encostou a mão em você pela primeira vez, e ela se culpa por não ter o protegido, por não ter percebido o quão mal você esteve esse tempo todo ㅡ sorri, fraco. ㅡ Ela vai ter que aprender a lidar com isso, amor. E, infelizmente, vai levar um tempo até ela conseguir.

ㅡ Não gosto de vê-la mal por minha causa, vó ㅡ resmungo, fitando a mesa à minha frente.

ㅡ Não é sua culpa, querido ㅡ me repreende.

Assinto, meio relutante. No fundo, ela sabe que faço isso apenas para agradá-la, mas não fala nada a respeito.

ㅡ Família, cheguei!! ㅡ Anne grita da sala, me fazendo sorri involuntariamente.

ㅡ Na cozinha, querida! ㅡ Minha vó grita de volta.

Anne surge na porta segundos depois. Assim que me vê seu sorriso aumenta e ela segue na minha direção.

ㅡ Ai meu Deus! Senti tanto a tua falta, moleque! ㅡ exclama, me abraçando apertado.

Meu sorriso se esvai completamente quando sinto o pânico querendo me invadir. Sinto minha frequência cardíaca aumentar e me odeio por isso. Meu corpo reage por si só e a afasto de mim, involuntariamente, fechando os olhos com força.
O cômodo fica em silêncio e posso sentir o clima pesado ao meu redor. Quando volto a abrir os olhos as duas estão me encarando, preocupadas. Minha respiração está densa e posso sentir minha pele queimar. A ânsia de vômito me invade e eu luto contra ela. A sensação de ser tocado é aterrorizante. Odeio tudo isso. Graças ao Talles, minha própria família não pode me tocar sem que eu tenha um surto idiota.

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