Dominick é um cara tranquilo e que está sempre disposto a ajudar alguém. Mas não se engane, apesar do bom coração, Dom não costuma levar desaforo pra casa. Tem sempre uma resposta na ponta da língua quando alguém tenta pisar nele. Dom trabalha como...
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E aqui estou eu, cinco minutos depois, me aproximando do BMW preto. Gregory estar sentado no capô do carro, com um cigarro acesso entre os dedos. Reviro os olhos quando ele o leva até os lábios, tragando a fumaça tóxica para os pulmões.
ㅡ Isso vai matar você ㅡ resmungo.
ㅡ Impossível matar o que já está morto ㅡ rebate.
Lanço um olhar confuso em sua direção, mas ele me ignora, voltando a tragar a nicotina. Observo sua mão direita, fazendo uma leve careta ao ver os nós dos seus dedos machucados. Ele ergue uma sobrancelha ao notar meu olhar, e o gesto me deixa um pouco inquieto. Tem algo no olhar dele que me desestabiliza por um instante.
ㅡ Posso ver tua mão? ㅡ questiono, apontando a mesma com a cabeça.
Ele hesita por um segundo, mas acaba dando de ombros e estendendo a mão para mim, com o punho fechado. Me aproximo e a seguro, analisando-a. Passo meu polegar sobre os machucados, afim de sentir se ficaram restos de vidros na pele, e ele recua por impulso. Ergo os olhos, notando os seus fixos em mim, e engulo em seco.
Tiro meu celular do bolso com a mão livre e o aproximo da sua mão, podendo ver pequenos pedacinhos de vidro reluzindo em meio aos machucados.
ㅡ Restos de vidro? ㅡ ele supõe, a voz rouca.
ㅡ Sim ㅡ assinto. ㅡ Quer ir ao pronto socorro pra removê-los e fazer um curativo? ㅡ Ergo os olhos para ele.
ㅡ Não ㅡ resmunga, em tom seco.
ㅡ Precisa limpar isso antes que infeccione, cara ㅡ o advirto.
ㅡ Foda-se ㅡ retruca, puxando a mão para longe de mim.
Ele tenta dar a volta pra entrar no carro, mas eu o impeço, agarrando firme em seu braço. Gregory me lança um olhar duro, que soa como um aviso para soltá-lo, mas eu o ignoro.
ㅡ Quer que eu faça isso? ㅡ pergunto. Ele tenta se desvencilhar da minha mão e eu aumento o aperto, insistindo: ㅡ Quer?
ㅡ Tanto faz ㅡ resmunga, depois de quase um minuto de hesitação.
Solto seu braço e ele destrava o carro, entrando no lado do passageiro em seguida. Suspiro fundo e dou a volta, me acomodando ao banco do motorista. Depois de instalado, vasculho minha mochila em busca da caixinha vermelha com itens básicos de primeiros socorros. Assim que a tiro para fora a risada rouca do playboy ecoa pelo carro. O encaro, erguendo uma sobrancelha.
ㅡ Qual a graça? ㅡ questiono.
ㅡ Quem anda com um kit de primeiros socorros na mochila? ㅡ ele zomba.
ㅡ Alguém que já estudou enfermagem ㅡ rebato, acrescentando em seguida: ㅡ E que é meio desastrado.
ㅡ Então você estudou enfermagem, florzinha? ㅡ zomba novamente.