Segundo.
— Tem certeza disso? — Bia me perguntou pela milésima vez.
— Bia, eu já falei que sim.
— Isso vai dar muita merda-
— Se pegar a gente — disse. — Se.
— Eles vão!
— Fale mais alto.
— Eles sabem que você é a única que está batendo de frente com os top.
— Esse top é tão hétero — resmunguei. — Faltou criatividade?
— Marcela.
— Ta, Bia, fica aqui. Eu faço isso sozinha.
Deixei a menina falando sozinha, já tinha passado do horário de recolher e eu junto com Bia tínhamos saído do nosso quarto, caminhei devagar, as luzes estavam apagadas, mas eu sabia que os seguranças ficam por aí.
Passei pelo corredor e avistei minha sala, caminhei até lá, eu também sabia que os cincos tinham que chegar mais cedo no outro dia por conta da conversa particular com um professor, abri a porta, puxei minha mochila e peguei o spray de tinta vermelho. Sorri mexendo a latinha para cima e para baixo, e escrevi algo no quadro.
Ao terminar, guardei o spray e fui para parte 2 do meu plano. A vingança é um prato que se come frio, meu amigo.
♪
Caminhava tranquilamente pelo colégio, estava usando minha jaqueta de couro devido ao tempo frio. Entrei na sala para encontrar uma Bia aflita que só faltava estar escrita “culpada” na testa. Notei também que os cincos não estavam ali.
— “Fora Top 5”? — Repetiu o que estava no quadro em vermelho. — Flávia estava uma fera tentando descobrir quem foi, fora que, por favor, diga que não foi você que-
— Colocou um balde de peixes podres na porta? — Bia abriu a boca totalmente chocada. — E farinha? — Completei.
Me sentei no meu lugar, Bia me acompanhou.
— Como? Só me fala como achou peixe podre aqui.
Dei os ombros e me virei para frente. Um bom mágico nunca revela seus segredos. Mas a verdade é que havia “pegado” na cozinha, depois de alguns dias fora da geladeira, estavam perfeitos para meu plano.
Não tinha pegado inicialmente com esse propósito, era para uma experiência, mas abri mão da ciência para a trollagem.
Um cheiro não muito forte de peixe se fez presente, olhei para porta, Gizelly entrou junto com Clara.
Tentei não sorri, mas era impossível. Clara estava de cabelo molhado e com uma cara nada feliz, elas estavam conversando bem próximas, franzi o cenho, para que essa proximidade desnecessária?
— Para de encerar, Marcela — ouvi Bia dizer. — Daqui a pouco elas vão perceber — revirei os olhos para ela. — Controle seu ciúme, mulher, Sapazelly é só sua!
— Cala boca, Bia — resmunguei de péssimo humor.
Gizelly se aproximou ainda com Clara, suspirei para não revirar os olhos.
— Marcela? — Chamou Bia.
— Não estou para gracinhas — respondi na hora.
— Logo você? — perguntou se referindo a minha brincadeira de madrugada. — Tanto faz, queria perguntar se você vai sair comigo no final de semana?
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Oitavo B
FanfictionClichês viram clichês por um bom motivo, porque todo mundo ama. Gizelly odeia histórias de amor e, particularmente, nunca acreditou muito nessa de "amor". Quando a garota mais popular se vê diante da "nova" aluna, ela percebe que talvez, só talvez...