Você já é meu crush desde o...

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Você já é meu crush desde o...

O que é o fim? Gizelly se perguntou genuinamente olhando tudo que estava em volta dela. Sempre foi a morte. Ela aprendeu assim. Com seus pais, com MB e com tantos outros que cruzaram a vida dela e faleceram.

A mulher abriu um sorriso ao ver sua esposa se aproximar, Marcela segurava Angelica – sem acento em homenagem a Angelica Schuyler – e se sentou ao lado de Gizelly que via a filha mais velha, Alasca, brincando nos brinquedos do parquinho.

— Alasca me cansou... — Marcela reclamou bufando enquanto ajeitava a mais nova no colo. — Que carinha é essa, amor?

Gizelly voltou para a esposa e, por um minuto – talvez muito mais –, agradeceu a sorte que foi ter um amor tão intenso e recíproco.

Ela somente tombou a cabeça para o lado pensativa.

— O que é o fim?

Marcela respirou fundo vendo a tela do notebook que estava no colo de Gizelly, ela estava terminando o livro. E, às vezes, ela soltava umas questões um tanto quanto complicadas demais para Marcela, fazendo a mente dela ir longe e se perdendo várias vezes na linha de pensamentos.

— Último capítulo?

Gizelly concordou com a cabeça enquanto olhava para Angelica que agora segurava os dedos da mais velha.

— Eu não quero um final triste ou melancólico, eu já fiz isso no último livro e alguns leitores não entenderam a mensagem.

— Nem eu entendi... Só sei que chorei — Marcela murmurou emburrada.

— Teoricamente, foi um final feliz.

— Gizelly, amor da minha vida, elas morreram.

— Para serem felizes em outra vida! — Tentou, em vão, se defender.

Marcela revirou os olhos. Aquele final do outro livro de Gizelly era bom, mas era triste.

— Ela viveu a vida inteira sem a pessoa que mais amou! E aí morreu, e elas estavam bem no paraíso até que o deuzinho lá resolveu dar mais chance para elas voltarem à vida? Isso não faz sentido. Elas finalmente estavam felizes... No paraíso! A vida aqui é uma droga!

Gizelly riu baixo da indignação da outra.

— Foi uma benção, a primeira vida delas era difícil e elas não poderiam ficar juntas. Já nessa elas não têm memórias da antiga, mas têm em comum o amor uma pela outra. E como eu falei-

— Não termina.

— "Eramos nove e para sempre seremos."

— Eu te odeio.

— Você não gostou?

Marcela ficou em silêncio por alguns segundos e totalmente encurralada com o beicinho que Gizelly estava fazendo.

Soltou um suspiro e negou com a cabeça.

— Você sabe que eu amo tudo que escreve — contou voltando a olhar para Alasca que ainda brincava no escorrega. — E eu amo suas histórias, mas esse final foi triste. Enfim, o que está acontecendo nessa história?

— Sem spoiler.

— Amor...

Após um tempo, Gizelly deu um breve resumo da história. Era uma história mais de superação do que outra coisa, era um grupo de amigos bem fodidos, a história começava após alguns anos de um acidente que matou o irmão mais novo de uma das protagonistas e deixou a outra sem perna, o que acabou com os sonhos dessa já que a vida dela era dançar.

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