Capitulo 13 -Memória

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CAPÍTULO COM ALGUNS GATILHOS






Informação para o capítulo de hoje, doppelgangers: segundo as lendas germânicas de onde provém, é um monstro ou ser fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa [...] (via Wikipedia)
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Memória.


Eu estava sentada em uma cadeira, na minha frente, tinha uma mesa de escritório e, do outro lado dela também sentado estava a última coisa que queria ver. Ele deu – por mais estranho que isso possa soar – um sorriso gentil para mim.

— Sabe porque está aqui?

Assenti.

— Porque eu enviei um vídeo meu com Gizelly para toda escola sem querer.

— Você é bem burra, Marcela.

— Você é meu unicórnio, Pedro Santiago, não pode me tratar assim.

Ele balançou a cabeça.

— Você é inacreditável.

— Eu estou chapada? Porque não lembro de ter chapado...

— Além de burra, tem perda de memória, tadinha.

Zombou de mim. Olhei para o lado, eu estava sentada em uma cadeira vermelha e em uma sala branca. Totalmente branca. Sem parede ou teto. Só branco. Ele vai abusar do meu corpo nu, quando eu menos esperar ele vai tirar vários apetrechos sexuais e me violar, eu sinto.

— Por favor não diga que isso é uma masmorra de sexo?

— Eu sou seu inconsciente, Marcela.

O encarei. Okay, isso era melhor que a masmorra de sexo.

— Meu inconsistente é um unicórnio chamado Pedro Santiago que vejo quando estou chapada? Tem certeza que não estou com câncer?

Ele revirou os olhos.

— Eu posso ter a forma que você quiser. Mas eu prefiro essa. Sabe porque estou aqui?

— Pra me dizer que estou com câncer? Eu só topo essa parada se tiver um Karev.

— Vou te ignorar. Cê só fala de série, menina.

— Quem é você?

Eu não estava perguntando o óbvio, eu sabia que era meu inconsciente, mas estava perguntando qual inconsistente. Pedro Santiago entendeu a pergunta.

— Eu não sou somente a sua alegria ou a imagem engraçada que você vê toda vez que fica chapada. Eu sou muito pior. — Ele andou em minha direção, eu estava em pé agora e caminhava para trás desesperadamente, até sentir uma parede que havia se materializado, se chocar contra minhas costas. Pedro Santiago vinha em minha direção, sua forma se modificava, logo se transformando em algo escura e disforme, em sua cabeça tinham duas formas pontiagudas aparentemente chifres. Seus olhos negros nunca pararam de encarar fixamente os meus. — Eu sou seus demônios, Marcela, e eu não vou te deixar em paz até você me vencer.

Eu sentia sua respiração contra meu rosto e um sorriso psicótico preenchia seu rosto disforme.

A música Hypno's Lullaby começou a soar de um jeito mais distorcido possível, eu estava suando e meu coração batendo a mil, a voz de Pedro Santiago, mas eu não sabia de onde estava vindo. A música era bem diferente da versão original e, de alguma forma, mais assustadora.

Oh, criancinhas, por favor, não chorem

Pedro Santiago não faria mal a uma mosca

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