Epílogo.

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Não é o epílogo da fanfic, é só o título de uma música da banda Darvin que será importante para esse capítulo. Espero que gostem.

Boa leitura!


Epílogo.

Naquele dia, um passo.


Gizelly Bicalho.

Sempre pensei que podia ser pior, tem uma música com esse título e apesar da música não passar o sentimento que sinto, ainda acho válido.

Podia ser pior, três palavras que podem mudar o ponto de vista de muita coisa. Porque, na maioria das vezes, sim, podia ser pior. E por não ser tão pior quando essa possibilidade, posso dar um jeito.

Ou tentar.

Com esse pensamento simples, vou levando a vida evitando complicar ela. Queria poder dizer que Marcela me ajudou em grande parte disso, mas na real, não.

Sofri muito para estar onde estou e com esse pensamento. Me perguntei, me xinguei e me irritei.

Tinha treze anos quando meus pais morreram e Mariana era a única pessoa que podia contar, tudo foi assustador e novo para mim. Em um dia estava com minha mãe e pai e no outro, não.

Só quem perdeu alguém próximo sabe como é isso. É impossível, é insuperável. Inesquecível.

Não melhora. Nunca vai melhorar, isso é sério. Não fica pior ou melhor. Está ali a dor e vai ficar para sempre.

Talvez isso soe pessimista demais, mas foi graças a isso que aprendi a aproveitar a vida.

A única coisa que acontece é: nos acostumamos a viver com a dor.

Ela faz parte do dia a dia que às vezes pensamos que esquecemos, porém continua ali. Para sempre.

E igual Marcela, me questionei quem era o vilão de tudo isso é, praticamente igual a ela, culpei todos e até a mim mesma.

Mas a vida não é uma série.

A vida não é um filme.

A vida não é um livro.

E a vida não é uma fanfic.

Simplesmente a vida não é um conto de fadas.

A realidade é triste demais para lidarmos com ela, mas precisamos porque só temos elas. Por isso entendi o porquê da Marcela fugir da realidade por meio de drogas e Clara por tentar acabar com a dor.

Eu entendo porque se pudesse... faria o mesmo.

Se pudesse, faria de tudo para estar com os meus pais de novo.

Entende onde quero chegar?

Entende até que ponto fui?

Entende porque hoje tento viver com simplicidade? Porque se me questionar de novo, tudo vai voltar como naquele dia.

AQUELE DIA.

O vento batia suavemente no meu rosto. Meus olhos estavam fechados porque sabia que quando abrisse, iria sentir o líquido pela minha bochecha, mas por incrível que pareça isso não me impediu de não abrir.

A visão era incrível. O pôr do sol era lindo. Como as cores se misturavam no céu parecia que tudo estava parado e no seu devido lugar – menos minha presença.

Também havia pássaros, conseguia ouvir o som deles bem de longe por conta do estado que estava, mas sabia que estavam perto. Era senso.

Minha garganta secou por segurar um choro ao ver um ninho ao meu lado. Dois passarinhos e uma mãe.

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