capítulo 7 - Maldição

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CAPÍTULO COM ALGUNS GATILHOS
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Maldição.

  ♪ 

Não se passou tanto tempo assim, haviam passado apenas três semanas desde que aceitei ir na casa do Daniel pela primeira vez. Eu não aguentava ir para casa da minha mãe depois de ter descoberto sobre a gravidez, então acabava sempre que possível ir para casa de Daniel – esse que foi muito gentil em me deixar ficar lá quando precisava – ou me perdia, enchendo a cara ou me drogando.

Ou ambos, dependendo da situação econômica que eu estivesse no dia ou o quão fodida minha cabeça se encontrava.

Mas quase sempre não lembrava o motivo, os meus porres acabavam com a minha memória, às vezes não lembrava nem o que tinha comido no dia anterior.

No segundo final de semana, eu tinha absoluta certeza que vi um leão na minha frente e por isso sai correndo dentro de uma farmácia, afinal eu realmente não queria que Aslam me levasse pra Nárnia novamente. Já no último final de semana, eu acho que vi Gizelly subir em cima de um unicórnio e galopar nua pela rua.

O que tenho certeza que foi efeito da droga isso, bom, a parte do Aslam pelo menos...

Por mais que tivesse com a memória oscilando, me drogar nos fins de semana não era suficiente, então eu como boa malandra que sou, escapei durante um passeio ao Museu de São Paulo e, pela primeira vez, fiquei chapada no colégio. Bom, estávamos em um passeio, mas isso conta, não é?

Já que Bia não podia pegar no meu pé por estar dividindo o quarto com Clara e Gizelly passar mais tempo em meio a seus atos promíscuos diários, o caminho ficou praticamente livre pra mim passar meu tempo livre todo, ou quase todo, fumando agora no meu quarto.

Daniel não desconfiava de nada, trouxa como sempre, e como a gente ficava nos finais de semana rolavam alguns beijos roubados na escola, e os alunos começaram a comentar. O dancela – como nos chamavam, com muito mau gosto por sinal – se tornou o assunto favorito: A bolsista com o cara mais pegador da escola.

— Para com isso, amiga — provocou Bia, eu tinha falando que não gostava da atenção que estava recebendo por causa de Daniel, além do nome ridículo do shipp — Deixa o povo shippar. Vocês são o casal clichê!

Minha amiga estava no meu quarto esperando as outras S aparecerem já que, supostamente, meu quarto havia virando o local principal de encontro por quatro fatores básicos: primeiro, ninguém queria estar no mesmo quarto que Clara Becker; segundo, a colega de quarto de Manu não gostava de visita e a de Thelma também, duas babacas por sinal; terceiro, colega de quarto da Kátia era a K2, não preciso explicar mais que isso e quarto, Gizelly nunca estava por perto porque, ou estava aproveitando que Bia estava aqui e ia para o quarto de Clara ou estava ensaiando com sua banda, AI-5.

Ou podia também estar com aquele unicórnio...

Era bom quando elas se reuniam no meu quarto, eu não me sentia tão sozinha assim, não me sentia uma deslocada sem lugar, me sentia em família. Não durava muito para eu voltar a minha rotina de me drogar assim que elas saiam do quarto.

— Eu não gosto — afirmei. — Eu não gosto dele. Ele só beija bem e–

Tenho onde ficar no final de semana.

— Deixa rolar, Marcela — pediu Bia. — Olha eu e o Diogo , somos opostos e mesmo assim...

— Mas bied é clássico. Cê tá achando o que, meu bem?! Que isso aqui é fanfic? — murmurei.

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