Oficialmente.
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"Mas quando eu estiver morto, suplico que não me mate, não
dentro de ti, dentro de ti." - Skank.
Eu me lembro da minha vez ao hospital, eu tinha sete anos e havia quebrado meu braço. Eu chorava e minha mãe estava desesperada, lembro que tentava me acalmar. Eu parei de chorar dois minutos depois e, pela primeira vez, eu observei as coisas ao meu redor.
Minha mãe foi a primeira pessoa que observei, eu lembro exatamente o jeito que ela ficou, ela andava de um lado para o outro tentando conseguir informações, lembro dos seus cabelos bagunçados e seus olhos vermelhos.
Foi uma cena marcante.
A segunda vez que a vi assim, foi quando acordei pela primeira vez em um hospital. Ela estava desesperada e eu não me importava, tudo parecia tão vazio, eu estava tão vazia. Ela não tinha esse direito, esse direito de agir como se estivesse preocupada comigo, ela não era minha mãe. Meus pulsos estavam doendo, eu lembrava de tudo; das coisas que usei antes; do desespero sufocante ao ver a tela em branco; da angústia ao cortar meus pulsos; de não sentir dor; de me sentir aliviada; de passar meu sangue no quadro.
E lembro de ter acordado pela primeira vez e ver meu quadro; a "obra de arte" que marcou um dos piores momentos da minha vida; de mandar uma mensagem estranha para Bia; e acordando no hospital; de sentir como se nada mais estivesse valendo a pena.
Depois que saí do hospital, eu tinha que ir para escola, mas não queria mostrar minhas fraquezas: foi a primeira vez que usei uma jaqueta de couro, mas não a primeira vez que escondi a confusão que acontecia dentro de mim.
Em casa, ao lado de uma garrafa de vodka pura, queimei meu quadro na varanda. Alguns vizinhos reclamaram da fumaça, mas eu não me importei. Eu só me importei com o fato de que tinha apagado aquele capítulo da minha vida.
Ou pelo menos tentado.
A última vez que vi a mulher que chamava de mãe desesperada foi quando tive minha overdose. E ela não sabia o que fazer, ela ficou parada do meu lado em silêncio, mas eu consegui ver confusão e tempestade que estava no seu olhar.
Ela não me reconhecia mais, e eu parei de reconhecê-la como mãe a um bom tempo. Fui para o Japão e não mandei notícia para ela, não liguei, não mandei mensagem - sabia que os pais de Bia estavam fazendo isso por mim, mas na realidade eu não me importaria se eles não estivessem.
Mas eu descobri que, o pior tipo de desespero, que os passos frenéticos pelo quarto e as palavras ásperas, era aquele em silêncio. Onde somente o olhar transmite, uma tempestade refletida através das córneas. Eu também nunca iria esquecer do olhar que minha mãe me lançava quando acordei.
Foi assustador.
Eu queria que ela gritasse que eu estava sendo irresponsável, que eu poderia ter morrido, que eu precisava mudar, mas ao invés disso ela apenas me olhava. Seus olhos transmitiam milhares de sentimentos que eu não podia decifrar, mas eu sabia que eu estava sentindo o peso deles sobre mim e isso com certeza foi a pior coisa que eu poderia sentir.
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GIZELLY BICALHO - UMA SEMANA DEPOIS.
Estava conversando com Clara sobre como unicórnios podem se manifestar na vida das pessoas quando uma Bia muito feliz passou por mim. Estranhei.
- Que alegria é essa? - Quis saber.
- O amor da sua vida acordou - contou a novidade com um sorriso maior ainda.
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Oitavo B
FanfikceClichês viram clichês por um bom motivo, porque todo mundo ama. Gizelly odeia histórias de amor e, particularmente, nunca acreditou muito nessa de "amor". Quando a garota mais popular se vê diante da "nova" aluna, ela percebe que talvez, só talvez...