Herói.
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Tentei, em vão, me manter calma. Tinha acabado de ouvir que eu tinha trinta e cinco por cento das ações do Grupo e se não tivesse errada, isso me tornava dona do colégio.
Mas eu era uma adolescente que nem sabia administrar minha vida, quem dirá um colégio.
Ainda mais um colégio como o Grupo.
Estava entrando em pânico, e com razão, principalmente porque na última vez que olhei minha carteira só tinha vinte reais.
Não sei se com vinte reais dava para comprar uns fodidos trinta e cinco por cento de ações, mas creio que não, até porque eu nem sabia como comprar ações.
Nem sabia que o Grupo tinha ações até três semanas atrás.
— Você precisa se acalmar, Marcela — Clara pediu. — Surtar não vai resolver nada — tentou me acalmar enquanto eu estava tentando respirar.
Flávia havia me entregado um copo de água que não entendi muito bem, até cinco minutos atrás estava me pressionando contra a parede e agora estava tentando me ajudar. O jubileu está esquisito hoje.
— Então... — Rodrigo começou.
Mas revirei os olhos.
— Eu não comprei — afirmei novamente. — Gente, eu nem sei como comprar isso, eu juro por Deus, eu só tenho... dez reais na carteira — menti. Vai que eles iriam pedir meu dinheiro.
O pai da Clara (e, infelizmente, meu também) bufou irritado.
— Marcela, você-
— Rodrigo, você realmente acha que ela comprou? — Flávia perguntou, não soube dizer se estava me ajudando ou me ofendendo.
Ele me encarou e dei um sorriso meio merda, mas era tudo que tinha nesse momento.
— Ok, eu vou ver se tem algum erro, pode ser de digitação, tente marcar uma reunião com esse comprador e- — levantei a mão em sinal que queria falar algo. — Diga.
— Se eu sou dona dos trinta e cinco por cento-
— Se não for erro — Flávia se apressou em dizer.
— Isso quer dizer que eu mando em vocês? — Eles, até mesmo Clara, me encararam. — Eu sou a chefe agora?
Levei um tapa na cabeça de Clara, né, para que respeito entre irmãos.
— Não funciona assim, sua tapada.
— Como não? — Rebati. — Eu sou a pessoa que mais tenho ações, eu mando aqui.
Ela suspirou.
— E por causa desse tipo de atitudes que temos um conselho, nele existe uma votação, mas, de uma certa forma, a decisão final é sua porque você é a sócia majoritária, mas não tem todas as questões. É bem tenso explicar. É mais questão de prática e bom senso, coisa que você não tem.
— Eu tenho bom senso.
— Você terminou com a Gizelly por nada, você realmente quer me falar que tem bom senso, Marcela?
— Eu não tenho bom senso.
Contra fortes argumentos, reconheço a verdade. Um bom soldado sabe aceitar sua derrota de cabeça erguida.
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Oitavo B
FanfictionClichês viram clichês por um bom motivo, porque todo mundo ama. Gizelly odeia histórias de amor e, particularmente, nunca acreditou muito nessa de "amor". Quando a garota mais popular se vê diante da "nova" aluna, ela percebe que talvez, só talvez...