Rádio.
Meu coração é um rádio
Ele bate por você
♪
Queria dizer: ei, sabe quando está dando tudo certo na sua vida e acontece alguma merda?
Mas percebi que nunca tive a primeira parte. Rindo de nervoso.
Mesmo sem a primeira parte, a merda aconteceu.
Felizmente, não foi algo diretamente comigo. Ou Gizelly.
Mas talvez tenha feito drama.
Porque, por mais que tenha sido uma situação complicada, foi necessário.
Depois da conversa com a Bicalho, não nos falamos mais. E aceitei isso. Estava absorvendo tudo. E ela também.
Precisamos de um tempo para processar tudo e isso se tornou uma coisa visível.
— Nossa — disse Bia se aproximando, estávamos na sala e eu e Gizelly estávamos com cara de pensativas. — Que clima merda aqui. Cadê a felicidade? — A encarei. — Odeio essa sua cara e como você fica fofinha com esse biquinho. Mas sério, que clima lixo é esse?
Dei os ombros e não respondi.
— Estamos... — Gizelly tentou falar. — Estamos...
— Estamos? — Bia a pressionou a falar.
Gizelly me encarou e depois encarou Bia.
— Pensando?
Pareceu confusa.
— Sim — concordei.
— Sobre o quê? — Bia quis saber. — Ah, não. Nem me contem, não quero saber dessa confusão não, que se foda vocês duas.
— Nossa, que agressividade é essa meu anjo?
Questionei vendo minha amiga se sentar no seu lugar.
— Agressividade? As duas se amam e ficam de cu doces e aí não querem que queira meter porrada em vocês? Pelo amor de Deus, só- só comecem a namorar logo e que se foda todo mundo, pronto, problema resolvido.
Abri a boca em choque.
— Não é assim que as coisas funcionam, Bia... — tentei falar.
— Como assim vocês duas se amam?
Procurei pelo dono da voz e encontrei Eduardo nos encarando completamente surpreso. Isso ainda era algum tipo de novidade?
Poxa, pensei que todo colégio sabia.
Tadinho, ele é desinformado.
Dei outra breve olhada para Gizelly. Aquilo não era problema meu. Sabia que estava sendo egoísta, mas era exaustivo demais ter que lidar com o rapaz.
— Oh — Gizelly fez uma expressão confusa. — Não era assim que planejava contar.
— Você iria me contar?
Segurei o riso quando Gizelly negou com cabeça.
— Acho que não — pensou um pouco. — Definitivamente, não. — Me olhou e depois para Bia e, por fim, para o menino. — Talvez?
— Você é a pessoa mais confusa que conheço, Gi — Bia resmungou.
— Convivência com Marcela — respondeu e Bia sorriu com a resposta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Oitavo B
FanfictionClichês viram clichês por um bom motivo, porque todo mundo ama. Gizelly odeia histórias de amor e, particularmente, nunca acreditou muito nessa de "amor". Quando a garota mais popular se vê diante da "nova" aluna, ela percebe que talvez, só talvez...