Rádio.

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Rádio.

Meu coração é um rádio

Ele bate por você


Queria dizer: ei, sabe quando está dando tudo certo na sua vida e acontece alguma merda?

Mas percebi que nunca tive a primeira parte. Rindo de nervoso.

Mesmo sem a primeira parte, a merda aconteceu.

Felizmente, não foi algo diretamente comigo. Ou Gizelly.

Mas talvez tenha feito drama.

Porque, por mais que tenha sido uma situação complicada, foi necessário.

Depois da conversa com a Bicalho, não nos falamos mais. E aceitei isso. Estava absorvendo tudo. E ela também.

Precisamos de um tempo para processar tudo e isso se tornou uma coisa visível.

— Nossa — disse Bia se aproximando, estávamos na sala e eu e Gizelly estávamos com cara de pensativas. — Que clima merda aqui. Cadê a felicidade? — A encarei. — Odeio essa sua cara e como você fica fofinha com esse biquinho. Mas sério, que clima lixo é esse?

Dei os ombros e não respondi.

— Estamos... — Gizelly tentou falar. — Estamos...

— Estamos? — Bia a pressionou a falar.

Gizelly me encarou e depois encarou Bia.

— Pensando?

Pareceu confusa.

— Sim — concordei.

— Sobre o quê? — Bia quis saber. — Ah, não. Nem me contem, não quero saber dessa confusão não, que se foda vocês duas.

— Nossa, que agressividade é essa meu anjo?

Questionei vendo minha amiga se sentar no seu lugar.

— Agressividade? As duas se amam e ficam de cu doces e aí não querem que queira meter porrada em vocês? Pelo amor de Deus, só- só comecem a namorar logo e que se foda todo mundo, pronto, problema resolvido.

Abri a boca em choque.

— Não é assim que as coisas funcionam, Bia... — tentei falar.

— Como assim vocês duas se amam?

Procurei pelo dono da voz e encontrei Eduardo nos encarando completamente surpreso. Isso ainda era algum tipo de novidade?

Poxa, pensei que todo colégio sabia.

Tadinho, ele é desinformado.

Dei outra breve olhada para Gizelly. Aquilo não era problema meu. Sabia que estava sendo egoísta, mas era exaustivo demais ter que lidar com o rapaz.

— Oh — Gizelly fez uma expressão confusa. — Não era assim que planejava contar.

— Você iria me contar?

Segurei o riso quando Gizelly negou com cabeça.

— Acho que não — pensou um pouco. — Definitivamente, não. — Me olhou e depois para Bia e, por fim, para o menino. — Talvez?

— Você é a pessoa mais confusa que conheço, Gi — Bia resmungou.

— Convivência com Marcela — respondeu e Bia sorriu com a resposta.

Oitavo B Onde histórias criam vida. Descubra agora