Voltei para casa sem a resposta que eu queria, mas como consolo, Jason prometeu me dar algo definitivo até o fim da semana. Não nego que me senti frustrada por não receber a resposta concreta, achei que aquela união era o que ele e o pai mais queriam, mas, por algum motivo ele precisou pensar.
— Agarrou o marido? — Assim que entrei em casa fui recebida com puro deboche.
— Não teste a minha paciência, Matthew! — Coloquei as chaves do carro na mesinha, próxima a porta.
— Alguém não conseguiu o que queria. — Me olhou sorrindo, parecia feliz em me ver frustrada.
— Jason vai me dar a resposta ainda essa semana. — O sorriso de Matt sumiu. — Ou você pensou que eu voltaria com um não?
Matthew saiu visivelmente irritado, me deixando ali, sozinha, com um sorriso no rosto. Ele torcia tanto contra o meu plano que a cada vez que o via irritado por algo estar dando certo, era motivo de felicidade para mim.
Jason McKane
Passei o dia pensativo, não conseguia de forma alguma processar a ideia de que Richel queria a união dos tráficos. Pra mim, o motivo dado não era suficiente, sem contar que não havia me dito o porquê da vingança mencionada e nem contra quem era. Por pouco não dei uma resposta positiva, aquela união era almejada desde que me entendia por gente, e eu também queria vingança, mas na situação em que me encontrava, eu precisava pensar.
— Me diga, o que está te atormentando? Percebi que não conseguiu dormir bem durante a noite, não tomou seu café, mal tocou no seu almoço e não sai desse escritório pra nada. — Saí de meus devaneios após escutar a voz de Melissa ao entrar no meu escritório.
— Estou apenas pensando. — Virei minha cadeira e a olhei. — Se lembra do jantar que tive ontem? — Ela assentiu. — Era com ninguém mais ninguém menos que Richel Decker.
— E o que ela queria?
— Me propor a união dos tráficos. — Melissa me olhou espantada, teve a mesma expressão que eu tive ao escutar aquelas palavras da boca da própria Richel. — Eu também fiquei espantado com a proposta.
— E você aceitou! — Parecia esperar uma resposta óbvia, mas eu neguei. — Como não Jason? Você e seu pai esperaram anos por isso.
— Tem algo me incomodando.
— Se for por mim, não hesite em aceitar, sei o quanto quer isso e não vou ser egoísta em fazer você escolher.
— Acabou de tirar um grande peso das minhas costas, mas ainda tem uma coisa me incomodando. Richel quer se vingar, mas não sei de quem e nem porque, não posso aceitar sem saber no que estou me metendo, não quero mais problemas do que já temos.
— Pressione ela a dizer, se quer tanto essa união, não vai pensar duas vezes em te contar os reais motivos.
Eu a olhava admirado, fiquei tão atordoado com a proposta que nem pensei em pressionar Richel a me contar o que eu queria saber. Se não fosse aquela mulher ao meu lado, eu teria ficado por muito tempo ainda pensando no que iria fazer. Melissa sempre esteve comigo, nos momentos bons e nos ruins, quando eu mais precisei de um ombro amigo, nas maiores dificuldades, ela era meu porto seguro. Eu não me via mais sem ela ao meu lado.
Richel Decker
Fechada desde o café da manhã naquele escritório, eu olhava o relógio na parede enquanto batucava na mesa com a ponta dos dedos. Não sentia fome, não sentia vontade de sair daquele lugar, não queria ver ninguém, muito menos escutar alguém, apenas queria ficar sozinha. Vez ou outra olhava meu celular, uma ligação, uma mensagem pelo menos, esperando ansiosamente que Jason me desse a resposta de uma vez. A muito tempo eu não me sentia tão ansiosa como estava naquele dia, a semana já havia acabado e nada de receber um retorno, o prazo havia expirado.
— Você está péssima. — Revirei os olhos pela milésima vez só naquele dia, apenas por escutar a voz do Matthew.
— Me deixa em paz ou eu dou um tiro no meio da sua testa. — O olhei de relance.
— Eu vim em paz, não vou atormentar você. Só fiquei preocupado, Madson disse que não comeu nada. — Se aproximou da mesa, se sentando à minha frente. — Você precisa se cuidar Richel.
— Se estivesse com fome teria ido comer. — Curta e grossa! Matthew estava me irritando tanto nos últimos dias, que eu não podia escutar a voz dele que meu sangue começava a ferver.
— Não despeje sua raiva em mim, não tenho culpa que o seu amado não ligou. — Debochou.
Matthew não perdia uma oportunidade de me irritar com aquele assunto. Sem responder, peguei a arma que estava na gaveta e a coloquei em cima da mesa, Matthew ficou em pé, erguendo as mãos com sorriso vitorioso no rosto, havia conseguido me incomodar, de novo. Mas antes que ele saísse, meu celular tocou, sorri ao ver o nome que continha na tela e o olhei novamente, quem deu um sorriso vitorioso fui eu.
— Até que enfim McKane. — O sorriso no rosto do Matt se tornou um bico tão grande, que eu precisei a todo custo me segurar para não rir.
A ligação foi rápida, Jason pediu que eu fosse a casa dele, já tinha uma resposta mas queria me dar pessoalmente, não o questionei. Ao desligar o telefone, peguei a arma em cima da mesa e a coloquei no cós da calça, logo depois saindo do escritório como um foguete indo para a garagem pegar meu carro.
Encontrar a minha filha e concretizar a minha vingança estava mais perto do que eu imaginava..
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Por Contrato
ActionVocê seria capaz de tudo por vingança? Eu sim! Fui contra meu próprio pai, fui contra meus amigos, fui contra mim mesma, pela minha filha. Ela era o único objetivo, o único motivo pelo qual eu lutava, ela, era minha força para concretizar a minha vi...