Capítulo 40 - Você?

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Dirigia meu carro seguindo Christian pela cidade, ele sabia o tal endereço do Nicolas então preferimos assim. Durante todo o caminho fiquei me perguntando porque diabos a Richel teria medo do que o irmão dela pudesse fazer contra mim, eu era o maior gângster daquela cidade, um dos maiores do país e do mundo, como ela poderia ter àquele tipo de pensamento sobre mim, principalmente ela, que sabia da minha grandeza e periculosidade, não seria um nerd da computação que me matéria medo.

Chegamos! — Escutei Chris pelo viva voz na ligação. 

Olhei pela janela do carro e engoli seco, só poderia ser algum engano.

— Tem certeza que o sinal veio daqui? — Olhei Chris após descermos dos carros.

— Absoluta, meu equipamento não erra. — Ele olhou novamente o celular onde continha as informações. — No início eu não me toquei, mas quando estávamos fazendo o caminho pra cá eu me lembrei.

— Esse é o antigo galpão de vocês, certo? — Assenti após a pergunta de Richel.

Aquele galpão foi desativado após uma emboscada da polícia a alguns anos, naquele dia aqueles homens não queriam nos prender, foram ali para nos matar e foi ali, que eu quase perdi a Melissa. Depois daquele inferno, nós desocupamos aquele lugar, ficou completamente abandonado e sem nenhuma pista, ninguém deveria saber da existência dele, e nenhum policial daquela operação sobrou para contar história.

— Eu vou na frente.

— Você tá louca? — Segurei meu braço antes que ela começasse a andar. — Pode ter alguma armadilha, alguém vigiando, não vou arriscar a vida de vocês dois. — Acariciei sua barriga. — Eu vou.

Então comecei a andar, devagar e tentando fazer o mínimo barulho possível, mas a quantidade enorme de folhas secas no chão dificultava a minha descrição. 
Richel estava atrás de mim e Christian fazia a retaguarda, parecia não ter ninguém cuidando do lado de fora daquele lugar, era até estranho todo o maldito silêncio, parecia que a qualquer momento pessoas surgiriam de todos os lados nos alvejando.
Ao chegar na porta do galpão, finalmente conseguimos ver alguma luz vinda de dentro, mas o silêncio predominava. Peguei minha arma na cintura, e os dois fizeram o mesmo, com um chute abri aquela enorme porta de madeira, não nego que me assustei assim que pisei naquele lugar, e minha primeira reação foi proteger a Richel e o nosso bebê.

— Mas que porra! 

Nicolas estava em pé, em frente à porta segurando uma AK 47, pronto pra atirar em nós, e talvez se ele não tivesse visto a Richel, com certeza estaríamos mortos naquele momento, sem nenhuma chance de defesa.

— Que merda você está fazendo aqui? — Nicolas não abaixava sua arma.

— Vim falar com você, abaixa isso por favor. — Richel respondeu saindo de trás de mim.

Ele mantinha sua arma em punho, pronto para atacar a qualquer momento. Nunca tinha o visto antes, no curto tempo que comandou o tráfico do pai, nunca mostrou as caras. Nicolas era grande, muito maior que eu, sua feição era de dar medo em qualquer um, aquele cara nem precisava de uma arma pra matar alguém. Talvez o pai tenha o moldado daquela forma, não tinha cara nenhuma de nerd da computação. 

— Eu falei que se precisasse eu te encontrava, e você me trai dessa forma, trazendo esse imbecil pro meu esconderijo!

— Nicolas a gente precisa de aju…

— Cala boca, eu não falei com você! — Me cortou, sem nem sequer olhar na minha cara. Ele não tirava os olhos da irmã. — Olha o tamanho dessa barriga, que merda você fez Richel? 

Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora