- Nicolas? Seu irmão que foi embora pra longe um pouco antes do seu pai ter o infarto, porque não queria cuidar do tráfico e deixou pra você? - Jason me olhava confuso, e eu apenas assenti, tentando entender as palavras do meu irmão. - Sabe onde ele está?
- Eu não sei Jason, a meses não tenho contato com ele.
- Estou tentando rastrear, mas isso pode demorar muito. - Christian não tirava seus olhos do notebook.
- Vai ser quase impossível, Nicolas passou a vida toda dele estudando pra ser um gênio da computação, e arrisco a dizer que ele pode ser melhor que você. - O olhar que recebi dele, congelou até a alma.
- Richel, vamos conversar e deixar o Christian trabalhar. - Jason me puxou pelo braço ao notar o olhar que o amigo deu pra mim.
Saímos do escritório o deixando trabalhar, Jason me olhava estranho, parecia desconfiar de algo. Me perguntou se eu sabia de algo, se eu não estaria escondendo as coisa, tentando proteger meu irmão, mas assegurei que eu não sabia de nada.
Após as respostas, subi para o quarto e procurei pelo celular, o achei no closet depois de ouvir o som de notificação. O peguei e tentei ligar três vezes no número que Nicolas havia usado para se comunicar comigo. Até que na terceira tentativa, fui atendida.
- Eu sabia que ligaria.
- Onde você está? Que droga é aquela? - Ele ficou em silêncio, um bom tempo. - Nicolas!
- Eu só queria te alertar irmãzinha.
- Me alertar do que? O que você sabe que nós não sabemos?
- Eu não posso dizer, vocês precisam descobrir, não posso abrir a boca mais do que já abri. Pode ser perigoso pra você.
- Eu sou uma das maiores criminosas do país e sou casada com um McKane, eu posso me defender sozinha.
- Sinto dizer que não pode, não agora. - Ele me deixava intrigada e irritada com aquela enrolação toda. - Só quero que você abra os olhos e tome cuidado. Meu conselho é que você pegue sua filha e vá embora, um lugar onde ninguém ache vocês.
- Está sugerindo que eu fuja? - Ele ficou em silêncio, levei aquilo como um sim. - Jamais!
Então eu desliguei, fiquei durante muitos minutos tentando digerir aquilo tudo. Com aquele e-mail e a ligação, só consegui confirmar que Nicolas tinha algo haver com o roubo no dia da festa. Eu fiquei sem chão, ele era o meu irmão, mas, estava ajudando alguém a me prejudicar, mas com qual finalidade? Quais eram os planos dele? Eu não conseguia acreditar que o Nicolas faria algum mal a mim, a não ser que...
- Vai me falar a verdade ou eu vou ter que descobrir?
Me assustei ao escutar a voz do Jason parado na porta, fiquei tão perdida em meus pensamentos que nem o notei chegando, mal escutei o barulho da porta se abrindo.
- Do que está falando? - Guardei o celular no bolso.
- Não finja que não sabe, você é péssima em mentir.
Jason sabia, ele sabia que eu tinha algo a dizer sobre o Nicolas, mas, eu também sabia que se contasse, ele poderia ir atrás do meu irmão até o inferno e acabar com ele, eu não podia deixar que o Jason fizesse isso.
- Eu admito, Nicolas me ligou a um tempo atrás.
- E você não me disse nada? Sabe o quanto isso poderia ser importante?
- Eu não falei mais que dez minutos com ele, Jason, ele apenas queria saber de mim e falou sobre o casamento. Não falou mais nada e quando eu ia perguntar ele desligou, em seguida você chegou bêbado.
- Ele ligou logo depois daquele roubo. - Jason passou a mão no rosto visivelmente irritado, andando de um lado para o outro do quarto. - Você vê? Ele sabe de algo Richel, seu irmão sabe ou está envolvido nisso. - Eu não sabia o que responder, eu tinha medo de confirmar a suspeita dele. - Onde está o número que ele ligou, podemos rastreá-lo.
- É de um telefone descartável, eu já pedi que a Madson rastreasse mas não deu em nada. - Menti. Eu tinha que saber o que estava acontecendo antes que Jason chegasse até o Nicolas.
- Diz pra mim que não está mentindo, que não está me escondendo nada. - Ele me olhava nos olhos esperando que eu vacilasse, que eu contasse algo a mais.
- Jason eu...
- Jason? Richel? - Salva pelo gongo.
Descemos as escadas com uma certa pressa e estranhamos ver a Melissa já de volta. Pelas nossas contas ela deveria voltar só dali três dias. Ela pediu que fossemos ao escritório, tínhamos que assinar alguns papéis do acordo com Dominic e também, queria conversar conosco.
Ao entrar, ela nos explicou que não tinha mais o que ser conversado, estava tudo pronto e só faltavam as nossas assinaturas. Dominic havia pedido que ela voltasse, não tinha mais nada a tratar com ela e que iria em breve viajar e falar conosco pessoalmente.
- Então foi tudo um sucesso.
- Sim! - Ela sorriu ao responder minha pergunta. - Daqui um ou dois meses, Dominic disse que irá vir até aqui e vão tratar de detalhes importantes, mas que por enquanto, deixa tudo em nossas mãos para que seja feito tudo da melhor forma. Ele espera não se decepcionar.
- E não irá, somos ótimos no que fazemos, não é atoa que somos os melhores e maiores de Los Angeles, e uns dos melhores do país. - Jason encheu seu copo de whisky, enchendo mais dois em seguida e nos entregando. - Vamos brindar então. - Me levantei ficando ao lado dos dois.
- Ao sucesso da parceria. - Melissa levantou seu copo.
- Ao sucesso do tráfico. - Levantei o meu.
- A nós! - Jason me olhou, brindando em seguida.
Assinamos os papéis e terminamos nossas bebidas.
Jason McKane
Olhava Melissa com certa intriga, me veio à mente o ocorrido de quando ela finalizou a ligação repentinamente após o barulho da porta do quarto onde ela estava hospedada. Richel notou minha feição, e apenas pela nossa troca de olhares ela já sabia o que eu estava pensando.
- Desculpe a pergunta Melissa, mas ontem você finalizou a ligação depois de um barulho no seu quarto. Nós ficamos preocupados, foi um pouco estranho. - Richel não poupou ser direta, nem um pouco sutil. Eu gostava daquilo.
- Eu também me assustei. - Ela forçou um sorriso. - Mas foi a porta do banheiro que eu tinha deixado aberta e ela bateu. Não sei se perceberam mas eu já estava na cama quando liguei, de pijama e pronta pra dormir, havia acabado de sair do banho. - Ela não vacilou em nenhuma de suas palavras, eu não vi mentira, eu a conhecia e sabia quando escondia algo. Me senti aliviado.
- Bom, eu vou deixar vocês a sós. - Richel se levantou após olhar o celular, estranhei. - Tenho alguns assuntos para resolver.
- Algo com o tráfico? - Perguntei cruzando os braços.
- Não. - Ela me olhou por alguns segundos hesitante. - Vou ver o meu pai.
Eu resolvi não dizer mais nada, deixei que ela fosse. Mas assim que saiu do escritório, peguei o rádio na gaveta e pedi que um dos seguranças a seguissem, Richel estava muito estranha depois do e-mail que recebemos supostamente do irmão dela. Eu sabia que ela estava me escondendo algo, e eu ia descobrir.
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Por Contrato
AksiVocê seria capaz de tudo por vingança? Eu sim! Fui contra meu próprio pai, fui contra meus amigos, fui contra mim mesma, pela minha filha. Ela era o único objetivo, o único motivo pelo qual eu lutava, ela, era minha força para concretizar a minha vi...