Capítulo 30 - Kidnapping

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— Porque foi até a minha casa? — Fui direto ao ponto, não queria mais rodeios.

— Fui com o intuito de pressionar você a deixar minha filha em paz, de não procurá-la, de esquecer da existência dela. Eu jurava que você tinha a abandonado, eu me recusava a crer que sua história era verdade, tive medo que estivesse mentindo só pra ter a Alice de volta. — Ela abaixou o olhar. — Mas depois que ouvi aquele homem dizer aquelas coisas horrendas, eu senti uma dor tão grande, como se eu tivesse sentido tudo que você sentiu quando ele a tirou de você.

— Eu não queria que tivesse escutado tudo aquilo, Olivia, principalmente o final. — Suspirei lembrando das ameaças. — Meu pai se mostrou um monstro sem escrúpulos.

— Fiquei com medo Richel e ainda estou, Alice é tudo que tenho, eu não posso perdê-la se não eu morro.

— Você nunca vai perder a menina, eu jamais permitiria isso.

— Vai tirar ela de mim… — Sua voz era chorosa, partiu meu coração.

— Olivia eu nunca vou tirar a Alice de você, nunca pensei nisso. — Ela me olhou esperançosa. — Não nego que sempre quis minha filha, tê-la comigo a qualquer custo, passando por cima de quem fosse. Mas então eu conheci você, me sensibilizei com a sua história e mudei meus princípios. — Segurei sua mão. — Quero que ela me reconheça como mãe, mas eu não quero que ela deixe de ser sua filha, não quero tirá-la do seu lado nunca, quero poder amá-la sem tirar o amor dela por você. Quero que nós duas sejamos mães da Alice.

— Jura? — Assenti, sorrindo. — Obrigada Richel. — Olivia me abraçou tão forte, que eu tive que retribuir da mesma forma.

Jason McKane

Aproveitei que a Richel não estava em casa e desci para o escritório, precisava organizar algumas papeladas que apenas eu poderia arrumar, mas Ryan estava lá para fazer o papel dela. Que cara chato que eu arrumei como amigo!

— Você é muito teimoso!

— E você é insuportável. — Rebati sem olha-lo.

— Não sei como a Richel permitiu que você saísse da cama. — Ele se sentou à minha frente.

— Porque ela conhece o marido que tem e sabe que não é a cama que vai me ajudar a melhorar, é fazer o que eu gosto, e eu gosto de trabalhar, de me sentir útil, Ryan. Entenda isso!

— Mas Jason…

— Mas nada! — O interrompi. — Não é a primeira vez que quase morro e eu nunca fiquei de cama, porque agora toda essa frescura. 

— Porque antes só tínhamos você, agora temos a Richel também, não tem necessidade de você se esforçar tanto sendo que tem ajuda.

— Sai do meu escritório antes que eu acabe com você. — Rosnei.

Ryan não disse mais nada, se levantou e saiu. Então era assim que eles pensavam? Se tem a Richel então eu não sou mais tão necessário? Aquelas perguntas tomaram conta da minha mente, eu gostei de tê-la como aliada, mas se fosse realmente aquilo tudo, eu adoraria desfazer a união. Nunca gostei de ser comparado, mesmo sabendo que ela era tão boa quanto eu, gostava da minha posição, gostava que todos dependessem apenas de mim, gostava de ter o controle de tudo. Mas as coisas haviam mudado, e algumas estavam começando a me incomodar.
Teria que conversar com ela, mesmo que ainda faltassem quatro meses para acabar o contrato, Richel já tinha encontrado a filha, eu já tinha conseguido o que queria, aquela farsa já poderia ter fim.

Richel Decker

Passei um bom tempo conversando com a Olívia e não chegamos a nenhum acordo, acabávamos entrando em outros assuntos que não tinham nada haver com a história, nos perdíamos contando histórias da infância, a muito tempo eu não me sentia tão bem. Madson era minha melhor amiga, sabia tudo sobre mim e eu dela, mas ter a Olívia era algo diferente, uma conversa diferente, era gostoso demais ter momentos com ela.

— Quer contar a ela? — Olivia me olhou seria.

— Eu… Eu não sei, tenho medo que ela me rejeite. 

— Alice é uma menina incrível, você a conhece, ela nunca te rejeitaria Richel. — Sorri fraco.

Vi Olivia chamar a menina e ela ir correndo ao seu encontro, meu coração se acelerou de uma forma que nunca havia feito antes, algo me dizia que não era o momento.

— Não! — A interrompi antes que ela falasse algo para a Alice.— Não faz isso, não agora. — Ela me olhava confusa.

— Mas Richel…

— Acho que seria melhor se você conversasse com ela em outro momento, tenho certeza que vai achar uma forma de conversar com ela sem jogar tudo de uma vez no ventilador. Não quero assustá-la. — Alice me olhava curiosa e ao mesmo tempo sem entender nada do que estava acontecendo.

— Você tem razão, ela vai ficar confusa…

— Eu tenho que ir, preciso buscar os resultados dos meus exames, usa esse tempo pra falar com ela, e depois você me procura. O que acha?

— Exames? Está tudo bem?

— Meu médico disse que minha depressão voltou e que eu possivelmente estou anêmica. — Sorri sem vida. — Mas vai ficar tudo bem. Nos vemos outra hora tudo bem?

— Tudo bem. — Ela se levantou e me abraçou. — Vai dar tudo certo. — Olivia sussurrou e eu sorri.

Dei um beijo na Alice e sai dali radiante, eu não poderia acreditar que aquilo estava acontecendo. Minha filha, ela estava ali, finalmente.
Estava admirada com a minha paciência, depois de anos eu ainda conseguia manter a calma, levando tudo ao tempo certo, em vez de pegar a Alice de uma vez e levá-la comigo. Mas eu sabia que não era a forma correta de agir, ela iria me odiar e eu causaria enormes problemas.

Já estava em frente ao hospital quando vi o celular e tinham cinco chamadas do Jason e três do Ryan, fiquei preocupada. Entrei no hospital indo direto a recepção pedindo meus exames, disseram que eu teria que pegar com o médico e assim fiz, por sorte ele não não tinha nenhum paciente e me recebeu, ele queria abrir o resultado alí mesmo mas eu tinha pressa, pedi por favor que me perdoasse e peguei o envelope, ele insistiu mas eu prometi que voltaria no dia seguinte e falaria com ele, Jason também tinha que ir até lá, precisava fazer mais exames para ver como estava. Agradeci e saí como um foguete daquele hospital enquanto guardava o envelope na bolsa.
Estava quase chegando ao meu carro quando senti alguém me segurar por trás e encostar o cano da arma nas minhas costas.

— Quietinha ou eu mato você. — Aquela voz não era estranha.

Em um movimento rápido dei uma cotovelada em seu estômago, ele se contorceu de dor, mas antes que eu pudesse pegar a arma na bolsa, fui surpreendida por mais dois homens que me imobilizaram e me colocaram dentro de um furgão. Antes de apagar, tudo que consegui ver foi ver aquele rosto, aquele maldito rosto.

— Durma bem, gracinha. — Então um pano foi colocado em meu rosto me fazendo ficar sonolenta e por fim, apagar.

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