Capítulo 37 - Ryan?

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JPMorgan Chase!

Com sede em Nova York, é um banco multinacional de investimentos, gestão de ativos, gerenciamento de patrimônio privado e até serviços de tesouraria. E para completar, uma capitalização de mais de 423 bilhões de dólares. Sem contar que, era o nosso banco, nosso dinheiro estava ali, nossos investimentos. Jason só poderia estar louco em querer entrar naquele banco em uma semana, sem planejamento algum.

— Estamos desfalcados, sem a Melissa e o Chaz, isso é impossível Jason. — O olhei.

— Não tem nada impossível,  nós somos os melhores no que fazemos, nós…

— Jason! — Chamei sua atenção,  com um tom de voz alterado. — É o nosso dinheiro que está lá.

— Por isso mesmo nós vamos fazer isso nesse banco. — Todos estávamos mais confusos que antes, no entanto,  Jason deu um largo sorriso. — Ninguém vai desconfiar de nós se assaltarmos aquele banco, nosso dinheiro também vai sumir. É o disfarce perfeito!

Então comecei a entender aquela loucura, e depois da explicação as coisas ficaram mais claras. Mas mesmo assim, era loucura,  tínhamos pouco tempo e estávamos com desfalques, sem a Mel e o Chaz, sem alguns dos nossos melhores seguranças, seria muito arriscado.
Jason continuou na tentativa falha de colocar na cabeça de todos os presentes que aquele plano daria certo, pedia incessantemente para confiarmos nele, e eu confiava, de alguma forma eu confiava. Mas, nem todos estavam comigo, com o mesmo pensamento. Relutavam de qualquer forma, tentavam fazê-lo mudar de ideia mas era impossível, Jason estava decidido, e  se nós não ficássemos do lado dele, seria capaz de executar sozinho aquele plano.

— Me diz que tem algo em mente. — Me aproximei dele, assim que todos saíram. — Está colocando a vida de todos em risco, a vida do nosso filho Jason.

— Eu já contei tudo, o plano inteiro, diversas vezes. —  Estava visivelmente irritado. — E  eu não quero que você participe, não diretamente. Não quero você no meio do fogo cruzado, é perigoso.

— Vai ser perigoso pra todos, você não percebe a loucura que quer cometer? — Eu estava prestes a suplicar.

— Nós vamos ver quem está nos traindo, Richel. — Me encarou, com um sorriso de canto no rosto. — Vai ser a oportunidade perfeita. 

— Como?

— Acha mesmo que o traidor vai se arriscar assim? Sabendo que pode dar tudo errado e além de acabar com a gente, vai se ferrar junto. — Caminhou até mim, parando em minha frente e acariciando minha barriga que já tinha um pequeno volume. — Mesmo que todos estejam com medo e achando loucura, os de verdade sempre estarão ao meu lado, ao nosso lado. — Sua mão subiu para o meu rosto e seus olhos encontraram os meus. — Sei que acredita em mim, e sei que eles também vão. 

— Menos o traidor. 

— Exatamente! Não vai arriscar a própria cabeça. — Sorriu satisfeito,  se afastando. — Aqui nós somos uma família,  estamos juntos para o que der e vier, se for pra se ferrar a gente se ferrar junto, eu tenho certeza disso!

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Alguns dias se passaram e ninguém se pronunciou sobre o assalto ao banco, nem mesmo Jason, Melissa acordar do coma fez com que ele esquecesse de tudo, inclusive, do filho. Mel acordou um dia antes do exame marcado do pré-natal, aquele que ele disse que iria em todos, mas não foi.

— Jason quer uma reunião. — Ryan me olhou de canto.

Estávamos voltando para a casa após a consulta; a casa nova que Jason fez questão de comprar;  Ryan quase me obrigou a deixá-lo ir junto, não queria que eu andasse sozinha.

— Sobre o roubo eu presumo. — Ele assentiu, sua feição não era das melhores. — Não concorda com isso, não é? 

— É loucura Richel,  mesmo que tenhamos ganhado mais tempo, graças a Melissa ter acordado, ainda sim é muito arriscado, não temos tempo suficiente. 

— Eu sei, mas não tem mais nada que possamos fazer, ninguém vai tirar essa ideia da cabeça dele. 

Ele nem sequer respondeu, sabia que eu estava certa, conhecia o melhor amigo que tinha e o quão cabeça dura ele era.

۝

— Vocês sabem porque estão aqui, certo? — Jason olhou para todos os presentes, além da equipe, alguns seguranças de confiança que sobreviveram a explosão estavam conosco. — Vamos fazer o roubo, e temos uma semana para nos preparar. — A feição de todos era de indignação, o achavam louco, suicida.

— Baby, não dá. — Melissa tentou falar, mas não adiantou.

— Eu sei que dá, sei que nós conseguimos, eu vou continuar repetindo até que todos entendam. — Ele olhou cada um de nós,  sem exceção, até os seguranças. — Somos os melhores no que fazemos, a melhor equipe, somos fodas! — Seu sorriso era contagiante, alguns até sorriram junto. — Mas eu preciso de vocês,  de todos vocês, preciso que acreditem em mim, acreditem em nós, confiem em mim e em vocês mesmos, somos capazes do que quisermos e somos capazes desse roubo. Certo? — Alguns assentiram. — E então, quem está comigo?

Os seguranças foram os primeiros, todos garantiram estar com ele,  falaram até outras coisas o apoiando de qualquer maneira. Christian, Madson e até Matthew, também deram suas palavras de apoio e aceitaram o plano. Melissa foi até ele, disse algo em seu ouvido que o faz sorrir, presumi ser um sim dela. E eu, já havia concordado e confiado nele, apenas assenti, o fazendo sorrir pra mim.

— Ryan? — Ele estava calado, com os braços cruzados no canto da sala. — Não vai dizer nada? Todos já confirmaram.

— Me desculpa cara, mas eu não vou fazer isso, dessa vez eu não estou com você. 

Então ele saiu, deixando Jason ali, perdido, desnorteado, sua feição era fria, as mãos fechadas em punho, os dentes semicerrados.

Ninguém entendeu nada, mas ele sim, nós entendemos, e aquilo talvez tenha sido pior que um tiro n,o peito. 

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