Já na delegacia, estava eu, algemada, sentada em uma sala espelhada, apenas com um guarda me encarando, fazendo a supervisão. Ninguém aparecia para falar comigo, já fazia tempo que eu estava ali, não sabia onde o Jason estava e nem com quem, assim que chegamos naquele lugar, o levaram para um lado, e eu para o outro. O que mais me preocupava era o motorista do caminhão, ele sabia demais, e como não era a primeira vez dele, poderia me prejudicar muito mais, mesmo usando um nome falso para o comprador de várias cargas, seria prejudicial caso soubessem mais a fundo sobre aquilo tudo.
Meus pensamentos foram interrompidos pela porta se abrindo e um policial entrando por ela. Se sentou à minha frente tendo atrás deles mais dois companheiros, um homem e uma mulher.
— E então, senhorita Decker...
— Senhora! Eu sou uma mulher casada.
— Senhora Decker... Ou também prefere que a chame de senhora McKane? — Ele riu com deboche. — Aqui dentro a senhora não é nada além de mais uma traficante de merda. — Filho da puta! — Você e seu maridinho foram pegos em flagrante com uma quantidade considerável de metanfetamina. O que leva a pergunta... Pra que se arriscar tanto trazendo de fora, sendo que tem milhares de laboratórios que as fazem aqui tão perto?
— Não digo uma palavra sem a presença do meu advogado.
— Pra que perder tempo, garota? Diga logo, não tem mais nada que possa fazer. — Aquela desgraçada desdenhava de mim, sua cara de deboche, seu tom de voz, me incomodava. — Vai passar anos na cadeia, sem todo esse luxo, vai perder essa beleza toda.
— Espera... Conheço você. — A olhei por alguns segundos. — Você tentou me prender uma vez. — Comecei a rir me lembrando do ocorrido, não fazia muito tempo, foi logo quando tomei as rédeas do tráfico. Seu sorrisinho debochado se desfez na hora. — Apontou sua arma pra mim, gritou comigo, me deu voz de prisão. Mas não pode fazer nada, não tinha nenhuma prova contra mim, ainda levou bronca do chefe.
— Eu me recordo, mas agora é diferente, você está com as mãos sujas, as provas você mesma trouxe pra nós. Vai se ferrar muito aqui dentro, você vai...
— Senhora Decker, está liberada. — Antes que ela pudesse terminar a frase, o delegado apareceu a interrompendo.
— Ela o que? — Sua feição era de ódio. Mas, não nego que também fiquei surpresa.
— Em lugar algum consta o nome dela, e nem do McKane. Em todos os papéis relacionados aquela carga, é o nome de outras pessoas.
— Mas pegamos eles com aquela droga toda, podemos sim indiciá-los por tráfico de drogas.
— Não discuta comigo, ela está liberada, eu sou o delegado aqui e eu dou as ordens! — As algemas foram tiradas de mim.
— Mais uma vez, você não conseguiu. — Sorri a olhando, e por fim, saindo daquela sala.
Jason McKane
Estava do lado de fora esperando que a Richel saísse, e assim que a vi, caminhei em sua direção. Apesar do ocorrido, sua feição era diferente do que eu esperava, parecia "feliz".
— E então? — Ela rindo, me contou brevemente o que tinha acontecido. — Então você tem rixa com uma das policiais e o sonho dela deve ser prender você. — Richel assentiu.
— Mas, me diga, o que você fez para que soltassem nós dois. Sei que fez algo, quanto ele quis? — Nem precisei dizer nada, ela já sabia que aquilo se tratava de dinheiro.
— Dobrei o valor da propina que damos a eles, o desgraçado ainda ficou com metade da carga e com o meu carro. Ele achou que fez muito nos devolvendo as armas e o dinheiro que estava comigo.
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Por Contrato
ActionVocê seria capaz de tudo por vingança? Eu sim! Fui contra meu próprio pai, fui contra meus amigos, fui contra mim mesma, pela minha filha. Ela era o único objetivo, o único motivo pelo qual eu lutava, ela, era minha força para concretizar a minha vi...