Durante todo o caminho eu orava a Deus, aos santos, aos orixás, qualquer outro deus que existisse, eu sentia uma angústia tão grande dentro de mim que não conseguia sequer esconder, Jason conversava comigo no intuito de me distrair e me confortar, fazia planos para o futuro, um dos que mais gostei foi a ideia de irmos para outro país, o Canadá talvez, passar um tempo em uma fazenda, longe de tudo e todos, usufruir do ar puro do campo, das frutas tiradas do pé, ver as crianças brincando pela grama, no balanço de pneu pendurado em alguma árvore, só nós quatro, aquilo realmente me fez sorrir e me deixou sonhando com o futuro.
Mas assim que chegamos notei que toda calmaria era momentânea, que aqueles planos poderiam não se concretizar, porque alguma coisa me dizia que algo sairia errado daquilo tudo.— Me promete que vai cuidar de tudo?
— O que? — Jason me olhou antes que saíssemos do carro.
— Do nosso filho, da Alice, da Olivia, da Madson… — O olhei. — Me promete que vai cuidar deles, que vai levá-los pra fazenda e fazer tudo que acabamos de planejar.
— Richel eu…
— Por favor, Jason, me promete!
— Eu prometo. — Ele segurou meu rosto e me olhou nos olhos. — Mas nós vamos fazer isso juntos, ok? — Eu não aguentei, o beijei, como se fosse o nosso último beijo, e talvez fosse.
Saímos do carro e nos juntamos aos outros, passei as últimas instruções a eles e dei a ordem de ataque.
O lugar era realmente deserto, muito mais escondido do que os nosso galpões próximos dali, era rodeado pelo matagal, grandes árvores frutíferas e muito barulho de pássaros, o galpão deles parecia ser de pequeno porte, possivelmente apenas um local para reuniões bem secretas, era definitivamente um local muito bom para se esconder.
Fizemos a varredura pelo entorno do galpão e poucos seguranças faziam a guarda, foi fácil de abate-los com os silenciadores. Avançamos um pouco mais e notamos um carro próximo a porta, estava bem posicionado, pronto para uma fuga a qualquer momento, algumas câmeras também foram notadas ao redor do lugar, se não fosse pelo matagal alto nós certamente teríamos sido vistos, mas aquilo estava ao nosso favor.— Em posição, prontos para entrar ao seu comando senhora! — Ouvi um dos seguranças pela escuta.
— Certo, muito cuidado, nós…
Eu mal pude terminar de falar quando tiros foram disparados em nossa direção, vinham de dentro do galpão, parecia ser de um dos seguranças deles.
— Avancem com cuidado! — Pedi pela escuta, apesar dos tiros, pareciam vir de apenas uma pessoa.
Estava entre Jason e Nicolas que fazia minha retaguarda, conforme íamos nos aproximando, os tiros iam diminuindo, até o momento em que pararam, possivelmente um de meus homens havia abatido o indivíduo que atirava contra nós. Quando finalmente chegamos ao galpão, estávamos preparados para o que viesse, meu coração batia tão forte que poderia sair pela boca, mas assim que entramos, o lugar estava vazio, nenhum sinal da Melissa nem do meu pai, ou de alguma armadilha.
— Que merda! — Esbravejei.
— Eles não saíram pela porta, isso eu garanto. — Christian afirmou, observando o pequeno galpão de ponta a ponta.
O lugar era realmente pequeno, continha um sofá de dois lugares em um canto, no outro uma mesa de madeira com duas cadeiras, uma pequena janela nos fundos e um frigobar vazio.
— Tem alguma coisa errada aqui…
— Ou nós apenas nos precipitamos, talvez eles tenham vindo aqui e ido embora. — Jason me olhou.
— Não cara! — Christian parecia irritado. — Eu consegui acesso a todas as câmeras ao redor desse lugar, eles entraram mas não saíram, aquele carro lá fora foi o único que chegou, nenhum outro saiu.
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Por Contrato
AzioneVocê seria capaz de tudo por vingança? Eu sim! Fui contra meu próprio pai, fui contra meus amigos, fui contra mim mesma, pela minha filha. Ela era o único objetivo, o único motivo pelo qual eu lutava, ela, era minha força para concretizar a minha vi...